Dentro da Chaminé – 10º Aniversário. Qualé a desse blog?

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Bom dia meus leitores. Feliz ano novo pra todos vocês que 2025 seja um ano excelente. É o ano da cobra e vamos torcer pra algumas pessoas levarem uma picada. Estamos em Janeiro de 2025 é o que marca o aniversário de 10 anos do Dentro da Chaminé. Uma década, 227 textos, falei de várias coisas e agora é a hora de sentar e refletir. Afinal o que é o Dentro da Chaminé?

Hora de fazer a única análise que importa de verdade, a de mim mesmo.

Porque muita coisa muda em 10 anos. Eu sei o que eu queria que o blog fosse quando eu criei ele, mas ele foi na exata direção que eu queria ou ele achou o próprio caminho? São essas perguntas que eu quero responder hoje: de onde o Dentro da Chaminé veio? Onde ele está agora? Pra onde ele irá?

Então sejam bem-vindos ao texto especial de aniversário de 10 anos do blog, cujo assunto será o próprio Dentro da Chaminé, texto que vem eu volto com as análises de cultura pop. Por hoje quero só celebrar ter conseguido, manter esse projeto por dez anos e me abrir um pouco quanto ao que significa isso pra mim.

Mas antes de começarmos, como sempre quero convidar você, você mesmo pra ser um apoiador do blog no nosso financiamento coletivo no apoia.se. Esse blog é um trabalho que é mais fácil de tocar, pois eu tenho a ajuda dos leitores, e eu aprecio todo mundo que contribui pro blog com o valor que acha justo. Temos algumas recompensas como textos liberados com 24h de antecedência, enquetes pra selecionar textos futuros. Por favor peço que confiram e deem aquela força, pois ela faz a diferença. Se não quiser fazer uma contribuição mensal, pode fazer um pix de qualquer valor pra chave franciscoizzo@gmail.com que terá igualmente minha gratidão e também será homenageado aqui.

Pois esse texto, assim como todos os outros, é em homenagem a todos que já me apoiam. A galera que me dá forças pra sentar e conseguir escrever alguma coisa quando o dia está difícil. Uma gente maravilhosa por quem eu tenho muita gratidão. Espero que gostem do texto.

E esse texto é sobre…. O Dentro da Chaminé.

Aliás antes de começar fica o aviso de que toda vez nesse texto em que aparecer a imagem de um texto antigo meu, a imagem é um link já. Podem clicar nela pra acessar o texto em si. 

Então vamos começar do começo.

De onde veio o Dentro da Chaminé?

O Dentro da Chaminé foi criado no começo de janeiro de 2015 e o gatilho foi o fato de 2014 não ter sido um ano bom pra mim. Eu havia levado um fora de uma garota que eu estava afim, que hoje eu só lembro dela na hora de lembrar da origem do blog, mas na época eu pensava nela o tempo todo e estava muito abalado. O abalo se misturou com uma frustração pesada que eu estava tendo nos estudos, que se juntaram pra fazer eu não querer sair mais da cama. Depois de beber de triste até passar vergonha na frente dos outros no ano novo, eu resolvi que eu tinha que me distrair com alguma coisa, e em um dia escrevi um textão enquanto reassistia Wall-E, pra expressar como eu achava esse filme bom.

Mente ociosa é a oficina do diabo, e eu de fato peguei pra me distrair e foquei em escrever esse texto por um dia. Aí no dia seguinte fiz a mesma coisa com The Princess and the Frog (A Princesa e o Sapo), da Disney.

Nessa época eu conseguia escrever um texto em um dia. O Izzombie de dez anos atrás dava um baile no de hoje, que as vezes posso levar um dia pra conseguir escrever dois parágrafos. A idade bate. 

Enfim, aí com dois textos feitos, resolvi publicar eles, criei o blog no wordpress, o maldito wordpress que me dá tanta dor de cabeça que eu queria voltar no tempo e pensar numa ideia melhor, mas agora já estou aqui, e bem, o blog foi criado.

O que eu mais demorei pra conseguir foi achar um nome… eu não tinha ideia de como chamar esse espaço aqui. O clique veio quando eu estava vendo um episódio de My Little Pony – Friendship is Magic (My Little Pony – A Amizade é Pura Magia). No episódio em questão a Pinkie Pie, interpretando um chanceler de uma nação democrática de pôneis terrestres, afirma não ter sido eleita somente por pensar fora da caixa, mas especialmente por pensar dentro da chaminé, deixando Applejack confusa quanto ao que ouviu.

E eu percebi que o que eu queria era algo que brincasse com “fora da caixa” e adotei o Dentro da Chaminé, em homenagem à Pinkie Pie. Eu gostei muito dessa frase.

Dez anos depois ainda gosto muito da Pinkie Pie e fico feliz de ter tirado da mente dela o título do blog.

Enfim, apesar de eu ter escrito da força da fossa um texto sobre Wall-E em um dia só de improviso no começo de 2015, a real é que eu já queria um espaço pra dor significado das coisas que eu gosto e desgosto tem um tempão. Porra, eu era um nerd jovem no comecinho dos anos 2010, sem um bom emprego, eu precisava de muito pouco pra pensar “Eu posso solucionar tudo se eu virar um ~~~INFLUENCER~~~”, feito um ingênuozinho. Molecada hoje tá tudo igual, 10 anos passaram e o jovem não mudou. E já tinha anos que eu sonhava em fazer algo parecido. Cheguei a comentar com amigos algumas vezes. Mas é aquilo, eu, apesar de formado em Radio e Televisão, tenho uma trava grande em dizer o que quero dizer no formato vídeos. E dez anos atrás os blogs já eram uma espécie em extinção, e os cara daora tava tudo no youtube já.

Minha grande inspiração pra achar que eu podia manter um blog era o Blog do Amer que eu lia muito e gostava muito dez anos atrás.

link do blog

Faz muitos anos que não acesso o Blog do Amer e que já não sinto mais uma sintonia entre a maneira como o Amer vê cultura pop e a maneira que eu vejo. Ele foi pra caminhos de nerd boomer que eu não quis seguir, acontece, dez anos mudam muitos com quem você tem sintonia e com quem você não tem, ainda é inegável que foi uma inspiração forte especialmente nos textos do começo. Especialmente com um texto dele que falava “pô, se você tem ideias, vai, escreve e joga na net sim.”, que foram um empurrão bem bom pra eu só ir e escrever. Eu não estou achando esse artigo agora. Mas eu juro que ele existiu. Eu não fantasiei um post do Amer falando que eu podia escrever se eu quisesse. 

Mas é. Ir analisando o filme em ordem cronológica cena a cena como eu fazia nos primeiros textos veio dele…. olhando pra trás não acho que é uma boa maneira de fazer. Mas na época em precisava de um template até achar o meu próprio jeito. 

Inclusive, meu terceiro texto do blog, sobre Adventure Time, foi o primeiro que recebeu muita leitura, tipo, de ter gente além dos meus amigos lendo e atraindo estranhos pro blog, e logo do primeiro dia eu vi o Amer divulgando o texto, então eu sinto as vezes que mesmo ele não me conhecendo, pois eu era um leitor que não comentava nada, o empurrão dele pro blog foi palpável, pois foi de quem puxei as primeiras faíscas de um público.

Outra influência forte foi a Lindsay Ellis. Sempre gostei muito dos vídeos dela e do que ela tem a dizer. Uma pena que ela foi afastada do youtube e das redes sociais por um cancelamento bobo. Porra, foda é que Raya the Last Dragon nem virou um filme memorável, pra ser digno de ser o filme que fez ela sumir. Mas é, ainda faz vídeos no Nebula, eu que não tenho dinheiro pra pagar pelo Nebula ainda.

Enfim, os vídeos da Lindsay me ensinaram muito sobre ao ver o filme tentar sempre saber a história de como o filme foi feito, o que estava acontecendo no mundo, no circuito artístico em que ele foi feito. Ele foi feito antes do que e depois do que? Essa perspectiva histórica afetou muito minha visão e eu tento trazer isso pras análises e ponho isso na conta dela.

E diferente do Amer, nesses dez anos, eu acho que ela só tá cada vez melhor. Só quero mais ouvir o que ela tem a dizer. Vídeo dela sobre a Yoko Ono foi sensacional.

A terceira influência pra criação do blog foi o Idea Channel, agora não mais ativo, hosteado por Mike Rugnetta. Esse programa era legal. Gosto de toda a premissa do “Eis uma ideia:” e fala uma brisa que teve sobre uma obra de ficção e se pergunta se pode ter base e se vale a pena pensar nisso. E fazer textos que são um grande pensamento em voz alta, mais do que uma coletânea de fatos é algo que eu acho importante que tenha bastante nesse blog.

O Amer, a Lindsay e o Idea Channel, esses três formam o DNA do qual o Dentro da Chaminé era feito quando nasceu. Ou fraseando melhor. O Dentro da Chaminé é uma mistura de como eu entendia e absorvia esses três. Se eu cheguei lá é outra história. Eu honestamente odeio ler meus textos antigos, soam tão diferentes do que eu escreveria hoje, eu chegaria no mesmo ponto por um caminho tão diferente, que não soa eu. Mas era eu. Eu só mudei, dez anos mudaram a maneira como eu escrevo e expresso meus pensamentos. Se na época eu tentava reproduzir umas estruturas que eu vi funcionando em outros lugares, os anos me fizeram chegar até o meu próprio jeito de expressar ideias.

Mas voltando pra outro apoio importante que eu recebi nesse começo foi do Matheus Joy Boy conhecido pelo canal de One Piece, All Blue e grande colega de debates de One Piece que eu que eu conheci no Orkut. Enfim, lá no começo do blog se ofereceu pra desenhar o logotipo que eu uso até hoje, pra dar uma força, e acho que nunca tive a oportunidade de mencionar isso, mas eu tenho muita gratidão por ele até hoje. Outro que perdeu muito espaço nas redes sociais por treta, mas ainda opera com conteúdo agora mais focado no apoia.se dele. Deixo até o link pra dar uma força aqui.

E eu gosto muito desse logotipo

Redes sociais são muito cruéis, e parte de mim hoje agradece que o Dentro da Chaminé meio que se firmou como um blog de nicho e nada muito famoso… pois eu não aguentaria lidar com a demanda de comportamento que os influencers profissionais lidam.

E de fato, Dentro da Chaminé cresceu, cresceu, mas nunca ficou maior do que eu podia controlar. Ele até hoje não cresceu mais do que o Ao Quadrado, o podcast de mangás do qual eu participo a dez anos também, e até hoje eu sinto que eu herdo mais público de gente que ouve o Ao Quadrado do que eu mando gente pra lá. Mas inclusive fica a dica de que vocês podem me ouvir no Ao Quadrado também. 

Quando o blog foi criado eu não tinha uma noção muito clara do que eu queria que ele fosse. Mas eu sempre tive uma noção clara do que eu não queria que ele fosse. Eu não queria uma coleção de reviews. Ou seja, Eu não queria fazer textos polidos e sem spoilers te dizendo se um filme é bom ou não é bom, mas sem entregar nada, pra ajudar uma pessoa a decidir se ela vai ver com boa ou má vontade. Eu sempre quis o oposto disso. Sempre diz questão em lutar pelo termo “análise”, mesmo que as vezes eu veja gente recomendando um texto chamando de review.

Eu falo um pouco sobre isso no meu texto propondo Marry/Fuck/Kill como sistema de notas.

Mas tanto faz nome e rótulo, o importante é o que eu tento conter neles.

A regra central é nunca tentar só passar por cima de um assunto e falar se é bom ou ruim. E sim tentar defender uma ideia, ter um ponto, eu quero falar sobre determinada obra, mas por esse recorte. Eu inevitavelmente deixo claro se gosto ou não das coisas. Mas o ponto não é esse. Não é pra te falar “você devia gostar de Roger Rabbit”, e sim só explorar o que esse filme diz. 

As vezes o recorte já foi genérico, eu nem sempre cumpri minhas regras, mas é a diretriz básica. E eu também evitei muito tentar deliberadamente me forçar a falar de algo da moda que eu não tenho uma perspectiva pra defender, só pra me manter atualizado no assunto. Pra vir um filme sobre filme da Marvel aqui, geralmente é quando um conseguiu pisar no meu calo. Eu pensei em por exemplo fazer um texto sobre Vingadores: Guerra Infinita, e falar sobre como o filme repassa o tema de que a obtenção da joia vem do sacrifício de um ente querido. Mas eu pensei e não senti que eu realmente queria falar de Vingadores, queria só o público do maior filme do ano. E priorizei outros textos, sobre assuntos que eu queria falar mais.

Pro MCU aparecer por aqui, ele tem que mexer comigo, e infelizmente, isso provavelmente vai significar mexer do jeito errado. Acontece.

Porra, no começo do blog eu inclusive evitava ao máximo fazer posts de Top10, pois achei que eles eram pura opinião e não defendiam ponto nenhum. E considerava truque barato pra chamar público. Eu estava tentando ser “puro”. Precisou de uns 5 anos escrevendo pra eu repensar isso, e entender que a maneira como eu faço uma lista dessas é parte de defender um ponto. E bem eu tinha razão, meus textos com tops ganham mais visualização sim, mas também são alguns dos que eu mais gosto de escrever. Um bom jeito de comparar como várias obras distintas veem o mesmo assunto.

Eu realmente achava que eu precisava focar em ter um formato, eu tenho uma obra, eu tenho uma coisa pra falar da obra, eu vou repassar ela pra reforçar essa ideia… eu demorei um pouco pra me sentir confortável fazendo textos que não fossem sobre uma obra em si, mas sobre o estado geral da indústria do entretenimento.

Mas dez anos colocam muita coisa em perspectiva. E as vezes eu tinha uma ideia de texto que não cumpria exatamente uma noção que eu já tive do que eu posso escrever, e eu pensava “tá tudo bem, o blog é meu, o chefe sou eu, eu faço o que eu quero.” e essa é a vantagem de eu tocar o blog sozinho faz dez anos, quando eu mudo de ideia, é comigo só que eu resolvo.

Dito isso, agora quero sair da nostalgia e ver o que eu estou fazendo agora.

Aonde estamos agora?

10 anos passaram e muito mudou. Eu certamente mudei. Namorei, terminei, fiquei sozinho um tempão, me apaixonei de novo e estou namorando de novo. Me informei a respeito da minha prosopagnosia. Fui diagnosticado com autismo. Tentei morar fora do país, deu errado e voltei pro Brasil. Larguei uma terapeuta que não me fazia bem, e encontrei o com quem eu faço sessões até hoje. Eu tenho uma noção de quem eu sou e como eu me vejo em relação ao mundo muito diferente do que eu tinha 10 anos atrás, e como os textos são um reflexo da minha visão isso certamente afeta os textos.

E ao mesmo tempo o mundo mudou. Acompanhamos de camarote a ascensão do fascismo no mundo. O Brasil trocou de presidente três vezes. Uma pandemia traumatizou o planeta e a gente passou dois anos trancados em casa. Os bilionários da tecnologia saíram do armário como agentes políticos da extrema-direita, e agora tudo é crypto, NFT, inteligência artificial e modas merdas que enfiam na nossa goela. Tudo isso afeta os textos, no começo eu tinha certa vergonha de colocar meu viés político de maneira explícita nos textos, mas hoje eu acho que tem que por mesmo.

Então dez anos depois temos um novo Izzombie num novo mundo, ainda tentando refletir sobre como a ficção nos passa mensagens.

E o blog mudou em 10 anos. Parei de explorar templates do wordpress e mandei fazer um design fixo, que eu uso já tem 6 anos. Inclusive feito pelo meu grande amigo Marcellus que tá de produtor de conteúdo também e fica aqui minha divulgação do amigo. Eu na tentativa e erro achei um formato que eu prefiro pra estruturar meus textos, dividindo os textos, que são enormes, em blocos focando em uma ideia específica.

E o blog agora tem o apoia.se, um time de apoiadores, que as vezes me dá ideia diretamente, as vezes inspira ideias, e as vezes vota pra me ajudar a escolher um tema pra um texto. Mas sempre, sempre, mantém o blog de pé, pois o dinheiro do apoio paga pelo domínio do site, pagou por dois concertos que eu precisei fazer no meu notebook, que tá resistindo na força do ódio, se mantendo montado com barbante e fite durex, mas segue de pé. E quando o computador fica um tempão sem dar trabalho, e o dinheiro sobra, paga para eu comissionar que artistas façam a imagem central dos textos, que é algo que eu adoro fazer. Se o dinheiro aumentar a principal mudança vai ser mais textos com arte comissionada.

Acho que o que mais se estabeleceu e eu me achei, é que minha própria postura com as análises. Se no começo na minha cabeça eu estava revelando sobre o que Wall-E e o Rei Leão secretamente eram, agora eu sinto que eu quero apontar aspectos que podem ser lidos nas obras. Eu quero falar “Essa perspectiva de como ler o Batman e o Superman existe.”. Eu sinto que eu aos poucos fiz ser menos sobre ter uma verdade secreta na obra que ninguém entendeu, e mais sobre uma obra de ficção ser que nem o elefante tateado por vários homens cegos. Cada um vai descrever algo diferente. Nesse blog eu descrevo o que eu vejo e isso não é verdade nem mentira, é uma visão de como receber as mensagens da obra.

Quando o blog começou eu sinto que o que eu mais queria provar é que toda obra de ficção, intencionalmente ou não-intencionalmente possuía uma mensagem. E que nada era bobo demais, comercial demais, não-pretencioso demais ou ruim demais pra não estar dizendo nada pro expectador. E eu ainda quero provar isso, eu acredito nisso. Mas em dez anos eu adquiri ainda mais princípios em que eu acredito.

Hoje eu também quero afirmar que nós somos agentes ativos em tirar a mensagem de uma obra de ficção. Que uma obra pode ter múltiplas interpretações e a gente escolhe como interpreta. E as vezes a gente usa fatores como nossas ideologias políticas, nossa boa vontade ou má vontade, ou o que presumimos que o criador da obra pensa, pra guiar como interpretamos. Mas ainda somos nós que estamos escolhendo como interpretar a obra. A gente interage com a arte trocando, a arte oferece um material, e a gente mistura ele com nosso repertório, nossa bagagem, nossa visão de mundo, e forma com isso aquilo que a obra disse. Que pode ou não ser o que o autor achou que disse.

Porque em qualquer obra que a gente curte a gente pode um pouco ter a opinião pré-moldada por um fandom. Em especial de coisa que a gente vai ver depois que já passou um tempo desde que ela foi escrita. A gente vai ver uma as Sequelas de Star Wars, e bem, o relatório do que rolou já foi escrito. Já está determinado no fandom que são um fracasso, por que são um fracasso, o que deveriam ser e não foram, quais são as piores cenas. E bem, nesse espaço, a gente é um pouco pressionado a concordar com esses grandes consensos. Ou a tentar discordar deles só pelo esporte, chegar com “OPINIÃO IMPOPULAR”, e só falar o oposto do que foi dito pra puxar discussão.

Esse texto dos Simpsons inclusive é importante pra mim, pois eu tenho um texto que regurgita muita opinião que eu peguei de osmose por estar em um fandom, e aí quando eu de fato vi a série reescrevi outro com minhas reais opiniões. E é muito importante pra mim ter mudado de ideia e saido dessa armadilha.

Mas temos experiências individuais. Eu não gosto das sequelas não, mas uma pessoa no mundo pode adorar elas não porque os fãs que acham ruins estão errados, mas porque uma pessoa realmente se conectou com algum aspecto de como um personagem foi retratado. E ouvir essas vozes é mais interessante que ouvir o consenso pra mim. Mesmo quando eu discordo.

E acho que quando eu pensei que eu queria imitar a frase da Pinkie Pie, de pensar fora da caixa e dentro da chaminé. Que essa era a caixa. Eu não saberia descrever a caixa dez anos atrás, eu aprendi aos poucos, ao me fazer escrever esses mais de 200 textos. Mas hoje eu vejo e de fato essa era a caixa. Esse fantasma dizendo o que eu devo achar de uma obra porque é o que toda a comunidade acha.

Inclusive eu gosto da imagem da chaminé em contraste a caixa, pois somente uma pessoa cabe numa chaminé, e eu vejo um pouco assim, como se cada um de nós estivéssemos dentro de nossas próprias chaminés trocando ideia. Achando o que nossas chaminés tem em comum.

E é o que eu tento fazer aqui. Explicar como eu vejo as coisas que me tiram uma opinião. Não porque eu quero que concordem comigo, necessariamente. Mas pra incentivar uma maneira de lidar com essas obras que passe longe de tentar repetir o que o fandom fala. Pois sua bagagem é diferente da do resto do fandom. E tentar estimular os demais a fazer o mesmo.

Repassar isso é algo que tento fazer nos textos. Pois acho que a arte tem valor como um espelho, em que vendo como ela nos afeta, a gente descobre quem nós somos.

Outra coisa que fortaleceu em mim em dez anos, é a minha relação com como adaptações deviam funcionar. Estou mais em paz com o conceito de mudanças e principalmente achando que se o fã tem na mão dele uma lista de “regras” que um filme ou série tem que cumprir pra ser bom, então essa lista não tem valor algum. Eu adotei a mentalidade de “tem que acabar o cânon”, e me vejo como alguém mais mente aberta quanto ao conceito de propriedades intelectuais serem constantemente reinventadas.

Claro, ainda sou fã do que sou fã e não gosto de tudo. Mas sei lá, quando eu comparo meu texto explicando qual ponto eu não gostei do Live-Action de One Piece, e porque eu acho que essa mudança faz uma mensagem pior, eu sinto meu próprio tom bem diferente de quando eu só enumero uma série de fórmulas que eu queria que Dragon Ball Super começasse a seguir pra parecer com o Dragon Ball que eu gosto. E assim, eu ainda super quero que Dragon Ball Super vire algo que eu gosto e siga minhas regras…. Mas hoje isso não viraria um texto provavelmente.

E algumas dessas opiniões só são fortes hoje porque eu escrevo esses textos. É um fenômeno fascinante em que faíscas de pensamento ficam me incomodando na minha cabeça, e eu resolvo escrever um texto pra parar de incomodar. Isso de fato acontece. Mas aí em fez da faísca apagar, ela vira um fogo, e o fogo fica de boa na minha cabeça. Muito texto ao me fazer processar meus pensamentos me fez ter uma ideia muito mais forte do que eu tinha.

É um fenômeno gostoso.

Então quero repassar alguns deles.

Textos que eu realmente gostei de ter escrito:

Como vocês devem ter notado, esse texto está sendo ilustrado primariamente com as memórias de alguns dos meus textos antigos, mas quero repassar alguns deles específicos e o que eles representaram no blog e na evolução dele.

Com mais ou menos um ano de blog eu escrevi As Princesas e as Princesas de Adventure Time, e eu gosto muito desse texto. Foi a primeira vez que eu tentei olhar pra uma série sob o prisma do que ela agrega ou não em um tropo que é maior que ela. E foi eu descobrindo um pouco que tipo de texto eu queria escrever mais. Um ponto de virada legal que olhando bem, foi bem no aniversário do blog em janeiro.

Mas relendo agora eu aproveito que falo de princesas pra cuspir em cima da Cinderella, e hoje eu não tenho mais nada contra a Cinderella, nesses nove anos que me separaram desse texto eu percebi o quanto eu adoro o filme Cinderella da Disney, e não coopto mais a interpretação preguiçosa que já tive, de que ela casou rápido demais.

As vezes pessoas em situação de abuso doméstico fazem speedrun de relacionamento sim pra casar logo e sair de casa, pois sofrem abuso. A Cinderella é a vítima, ela não é um mau exemplo.

Tenho muito orgulho do meu Alguns Prêmios que Deviam ser Incluídos no Oscar, sigo defendendo todos, em especial o de atuação não-presencial que nesses 9 anos que me separam desse texto a onipresença do bichão-feito-de-CGI nos filmes só ficou maior, e independente se eu acho alguns desses filmes um saco, eu acho que é um trabalho que a maioria dos atores tem que fazer demais na carreira pra ser um tipo de atuação que não recebe prêmio. Motivo pelo qual a imagem de capa é o Andy Serkiss recebendo um Oscar. Aliás gente, eu não sou bom de montagens e faço meu melhor, mas eu escolho com muito zelo a imagem de capa, não é aleatório não, eu só não domino edição de imagens ou ilustração bem.

My Little Pony: A Escravidão em Equestria e o Racismo de Twilight Sparkle, foi meu primeiro texto de Primeiro de Abril, e um dos dois únicos que seguiu a estrutura clássica de “apresentar uma teoria que obviamente nunca será confirmada, e tratá-la como se estiver falando muito sério”. Depois eu só desencanei e decidi que primeiro de abril é um texto mais descontraído e brincalhão, mas sem necessariamente apostar em uma teoria falsa. Mas eu me diverti muito analisando o preconceito anti-cavalos nesse desenho.

Zootopia: Que Tipo de Preconceito é Mostrado no Filme? É um em que eu ainda estou preso em tentar passar o filme todo cena a cena, mas trago esse de volta pois esse ponto que eu levantei em Zootopia ainda me incomoda, e eu queria ter escrito um texto diferente pra levantar o mesmo ponto. Talvez, dependendo de como for Zootopia 2, eu faça um remake desse texto. Tá cheio de texto nesse blog que merece um remake, diferente desses filmes Disney que não merecem remake não.

Harry Potter – Como é que Deixam a Slytherin Existir? É um texto que envelheceu bem, pois caga em cima de Harry Potter e da incapacidade da Rowling de entender como prevenção ao fascismo funciona, o que telegrafou a maneira como ela está a cada dia que passa mais e mais afiliada ao fascismo. E infelizmente é o texto mais antigo que eu frequentemente preciso jogar de novo nas redes sociais, pois o debate sobre estátuas, nossa relação com heróis, ditaduras e memória nunca deixam de ser um assunto político no Brasil. Nossa história é delicada. E cá entre nós, acho mais importante puxar a orelha pra maneira negligente como Harry Potter lida com as tragédias na obra, do que focar em se ela usou estereótipos ou não pra dar nome pros personagens.

Começo bem cuidadoso e pedindo desculpas o texto, pois na época eu era muito cuidadoso com não provocar o fandom de Harry Potter, achei que era um grupo com o qual eu não queria brigar, mas isso aí não tá mais em mim. Eis uma obra que podia não ter fandom.

O Top18 Ratos que Derrotariam Outros Ratos na Porrada é um dos textos mais divertidos de escrever e até hoje eu penso que devia fazer outra experiência assim com outra espécie de animal. É tecnicamente meu primeiro texto de Top no blog, embora esse não seja um texto sério. Mas é curioso falar essa curiosidade que eu nunca planejo qual o número de itens que vão ter na minha lista. Mas mais vezes do que não eu acabo caindo no 18, é o número que mais faz eu olhar a lista e pensar “É isso aí, nem menos nem mais”, e essa escolha não é consciente. Só quis apontar isso.

Quando eu publiquei Sobre Killmonger: Quem Pode e Quem Não Pode Fazer a Revolução na Ficção, ele era o texto do blog do qual eu mais tinha orgulho. E agora, se passaram 7 anos e ele segue sendo um dos principais. Top5 no mínimo. Foi um momento em que eu realmente achei que eu tinha algo a dizer que não tinha ninguém dizendo. E que alguém tinha que falar sobre. Mas eu não acho que eu sou o centro do mundo, eu presumo que alguém já tinha dito antes de mim. E já vi várias pessoas entrarem nesse assunto nos últimos 7 anos e não acho que eu “trouxe” esse debate a tona, que ele veio por outras fontes. Até porque eu vejo meus números eu sei quantas pessoas realmente me leem. Mas as vezes vejo esse texto sendo compartilhado ainda, pra falar da seletividade da revolução de hollywood e me deixa feliz.

Foi meu primeiro texto com spoilers não só de uma obra, mas de várias que eu queria mostrar o quão onipresente era um assunto. E foi o primeiro texto em que fazer a pesquisa necessária pro texto só me deixou mais incomodado com a abordagem da Marvel pro assunto. Foi onde eu comecei as questionar coisas que me incomodavam em filmes de herói.

E foi certamente o pai de vários outros textos que escrevi, mas também da direção que eu levei o blog em diante.

Por que Toy Story 4 é um Filme Necessário, pra mim me faz pensar na tese de Ratatouille, de que um crítico só arrisca algo quando ele vem defender o novo. Não que eu me considere um crítico, e muito menos considero que arrisquei qualquer coisa nesse texto, mas é, eu já defendi filme que leva porrada dos fãs aqui no Dentro da Chaminé, e alguns que levam mais porrada que Toy Story 4, mas aqui é onde eu de fato vi um filme apanhando do público e pensei “Ele precisa ser defendido. Alguém tem que defender esse filme.”

E eu acho de verdade, que esse filme é, acima de bom, acima de ruim, acima de subjetividade, um filme necessário. Um filme que a franquia não podia se dar ao luxo de não fazer. Que seria um buraco no senso de completude da história não ter esse filme. E sei que ninguém acha isso, por isso eu quis realmente defender essa ideia.

E ter causado isso em mim eu acho mais interessante do que se eu tivesse só achado “pô, filmão”.

Como Lidar com o Fascismo em Fullmetal Alchemist, foi o primeiro texto meu que hitou ao nível de eu passar dias e dias tendo que responder gente reclamando de coisa que eu não disse. E que me pôs em contato com o protecionismo do fandom a memória afetiva de uma obra….. que eu também gosto. Muito louco. E pôs em perspectiva se eu quero que outro texto exploda que nem esse explodiu só pela visibilidade. Se você descobriu meu blog por esse texto agradeço por ter ficado.

E eu acho um bom texto. Gosto dele. E acho que ainda temos que conversar sobre como a gente tende a achar que alguns elementos recebem mais críticas do que realmente recebem, quando estão em uma obra que nos entretêm muito.

Um Texto Sobre Prosopagnosia é meu único texto que não é sobre cultura pop, é sobre mim. Sobre uma condição neurológica que me afeta diretamente e que eu queria apresentá-la aos meus leitores, por não ser conhecida o suficiente. E por não ser conhecia o suficiente, não ser devidamente respeitada na ficção. Gostei muito de ter falado sobre. De ter me aberto sobre o que é pra mim ter prosopagnosia.

Ok, Pepe le Pew foi Cancelado. Mas o Que Vão Fazer com Sua Co-Estrela? Tragam Penelope de Volta!!!, esse é mais um que eu amei escrever. Acho sintomático o quanto a grande evidência de que a maneira como o Pepe le Pew foi retratado era problemática sim, é a maneira como a vítima do Pepe le Pew nunca tece real voz em seus desenhos, nem dentro da franquia Looney Tunes num geral. E acho que ainda não é tarde demais, pois nunca é tarde demais pra darem dignidade pra essa personagem em um desenho solo.

Vai lá Tiny Toons Looniversity! Façam alguma coisa!

Persona 4 vs Jojo Parte 4 – Sobre Romantizações de Cidadezinhas do Interior, é meu texto mais pessoal depois do sobre Prosopagnosia de longe. Ele me lembra um pouco meu texto comparando LOST com Good Place, acho fascinante como na hora de comparar duas obras de ficção e caçar semelhanças, as coincidências mais engraçadas começam a brotar. Eu levo muito a sério como as séries trabalham aquilo que depois o Ao Quadrado chamou de Claustrofobia Interiorana em seu programa de patentes, e me afeta bastante e quis por muito pra fora, e fico feliz com o resultado final.

Qual é o Poder da Ficção? é um texto que não teve o alcance que eu queria, acontece, mas que eu acho importantíssimo, pra refletir algumas das grandes falácias que se caem na hora de se pensar que impacto um livro de sucesso tem ou não tem na sociedade.

Viver no Capitalismo é um Grande Jogo da Morte – O Jogo da Lula e Outras Histórias, é certamente um dos meus textos favoritos que já escrevi. Adoro ele. Gosto muito de como apesar de eu não ter gostado de Round 6, eu consegui fazer um texto sem ser sobre cagar de graça em cima da série. O que eu faço as vezes, e farei no futuro, mas não me orgulho. A gente acha que nosso papel é falar pra todo mundo o que é uma porcaria, mas eu acho que não. Que cagar em cima das outras obras é só quando elas defendem Sonho Americano, Capitalismo, Polícia ou Fascismo. Mas aqui eu pude usar uma série que eu não gostei de escada pra falar mal de tudo isso.

Já fiz muito texto sobre filmes Disney, e certamente farei de novo, e nenhum me deixou mais feliz do que Tarzan e a Desnaturalização da Masculinidade. Não por coincidência, por ser sobre meu filme favorito. E por ser sobre um ponto do filme que eu acho que de fato quase ninguém olha, e eu vi umas vinte vezes sem reparar. Eu só fui reparar quando reassisti pra fazer a minha lista de vilões da Disney, mas depois de reparar, eu tenho dificuldade de enxergar outra coisa no filme.

Como eu sinto que o mundo está a cada dia que passa mais e mais anti-sexo, eu acho importante esse blog ser um espaço pró-sexo. Aqui se defende o sexo, e eu escrevi o Um Texto Sobre Sexo na Ficção, pra falar isso. Inclusive deve estar vindo mais um texto pra reclamar de gente anti-sexo no futuro, pois eu de fato quero enfrentar o pensamento anti-sexo do mundo. Aliás, uma curiosidade, que duas vezes, em anos diferentes, estudantes da UFSC me contataram para me fazer mais perguntas sobre o texto e sobre o tema. Achei fascinante que o texto circulou bem justo naquele circulo. 

Tomem Cuidado com o Cuck Cinema eu considero um dos meus textos mais importantes, pois nós ainda não estamos tomando o devido cuidado com o Cuck Cinema e com a maneira como Hollywood é uma máquina de propaganda. A gente acha que está tomando cuidado e não está, e eu acho que a maneira como nos vulnerabilizamos a propaganda por achar que algumas franquias são nossa identidade é algo perigoso. Então reforço: Tomem cuidado com o Cuck Cinema.

Qualé a Desse Bando de Incesto nos Mangás? Ou: Os Loopholes do Parentesco na Romcom Japonesa é um texto que eu acho fundamental, pois eu acho que o gap sobre o quanto a gente não quer discutir incesto e o que faz ele aparecer em tantas obras, e a quantidade de obras de cultura pop querendo mostrar incesto, algo que enfraquece nossa capacidade de ver e apontar o problema quando vemos ele na vida real. E na vida real nós vemos ele na forma de abuso. E eu já tinha falado sobre o tema antes, mas nesse texto eu senti que pus tudo pra fora. Não sei se volto a falar de incesto tão cedo, mas eu acho importante, então a depender de como forem os próximos episódios de Rick and Morty esse assunto precise voltar. Mas no que diz respeito a irmãzinhas em anime estranho, esse texto tá aí, e tá bem legal.

O Superman, os Estados Unidos e o Superman do Mal, é disparado o maior texto já escrito no blog, a pesquisa mais longa que eu já fiz. E eu acredito que é meio que o finale de uma série de textos sobre o quão insatisfeito eu estou com o estado dos filmes de Super-herói e com a nossa resistência a um olhar mais cínico sobre um gênero, que eu não acho que tem problemas na maneira como tem sido cultuado atualmente. Eu volto e falo de novo sobre um exemplo de super-herói e uma maneira de se firmar uma imagem merda e estadunidense de bondade que serve pra neutralizar desejos de melhoras sociais. E só espero não topar com nada que me faça descobrir que ainda tenho mais coisa pra dizer sobre isso…. Que o James Gunn não force minha mão com mais tosqueira dele.

E por último Como Separar a Obra do Artista, e Como Separar Outras Coisas Também, meu penúltimo texto, e um que eu sinto que vai precisar ser revisitado constantemente, pois a indústria do entretenimento é foda. Da publicação desse texto pra cá teve o Neil Gaiman. Que coincidentemente aparece no próprio texto. E acreditem. Em 3 meses vai ter outro cara, e a gente vai ter que aprender a lidar com isso. E eu não tenho soluções, mas achei saudável de verdade dividir o que eu penso sobre.

O que vale pra muitos dos meus textos. Não propor soluções, que eu não tenho, mas dividir pensamentos. E por isso eu sempre gosto mesmo é que vocês dividam os seus também, e conversem com os textos, apontando o que faltou e agregando o repertório e bagagem de vocês a conversa, pra ser uma conversa.

Pois esses assuntos são importantes. Importantes demais pra acabarem em mim. Eu geralmente quero começar eles, quando sinto que tenho uma visão que não está sendo dita o suficiente. Mas quero que elas continuem, e cheguem a algum lugar.

Deixei alguns de fora, talvez o texto que fez você descobrir esse blog não esteja na lista, não saberia dizer, inclusive, diga nos comentários como você descobriu o Dentro da Chaminé, tá aí uma coisa legal de ler. Mas é uma retrospectiva boa de momentos em que eu dei graças a Deus por já ter um blog em um dia em que eu senti que tinha muita coisa entalada pra dizer. Não sei dizer se eu começaria um blog só pra dizer elas, mas eu já tinha começado um, então eu só consegui dizer.

E agora resta pensar em pra onde isso aqui está indo.

O que o futuro reserva pro Dentro da Chaminé?

Hum…. Acho que é mais difícil dizer pra onde esse blog não está indo. Oportuno que eu esteja escrevendo isso em Janeiro. Pois toda virada de ano eu faço umas promessas pra mim, uns “eu vou enfim expandir o Dentro da Chaminé esse ano, fazer uns vídeos e uns podcasts, é ali que tem público de verdade, dinheiro de verdade e eu vou transformar o Dentro da Chaminé no meu trabalho, vou entrar no Tiktok, vou virar influencer de verdade pra conseguir pagar as contas”, e agora em 2025 eu não senti isso. Nunca prometi isso aqui, pois saberia que a chance de não cumprir era enorme. E Já adianto, nada disso vai acontecer. Não estou nessa vibe hoje.

O blog vai seguir sendo o que ele sempre foi. Grátis, textões enormes, abordando primariamente filmes, desenhos animados e mangás, mas essencialmente podendo falar de qualquer assunto que eu ache interessante.

Ano passado eu tive minha pior produtividade e na reta final do ano eu estava fazendo somente um texto por mês. Eu juro que vou tentar melhorar essa parte. Digo isso mesmo sabendo que esse texto está uns 10 dias atrasado do dia que eu queria terminar ele. Então não quero prometer, mas eu quero voltar a uma produtividade mais legal.

O que o futuro reserva pro blog é o que ele reserva pra mim essencialmente. Ele vai mudar conforme eu vou mudar, e eu garanto que eu vou fazer tudo pra continuar mantendo ele. Ele me faz bem, e o público legal que eu montei ao redor dele me faz bem também.

Eu pessoalmente não me considero um influencer. Por isso me sinto confortável de ficar fora de alguns temas que tá todo mundo falando, pois é o tema do momento, pois eu não sinto que tenho que ter opinião em todos os temas do momento. E o apoia.se paga as despesas do blog, mas não paga o meu supermercado. Mas apesar de eu não me considerar um influencer, e ver os produtores de conteúdo nas redes sociais e pensar “que bom que eu não cuido no Dentro da Chaminé nesses termos”, eu considero que parte do meu público pode me ver assim, e que eu devo a eles respeito e satisfação. E nos limites que eu não vou tentar virar um, nem lutar pra esse blog virar um grande hit, deixar ele crescer naturalmente e juntar essa comunidade legal de gente que ainda lê textões sobre assuntos, quero cuidar dos meus leitores. Única rede social que eu mantenho é o Blue Sky, eu sou velho e perdido demais pra conseguir lidar com discord, mas quem quiser dar qualquer feedback pelo Blue Sky eu sempre tento responder.

Mas é, eu faço meu melhor, mas eu não sou bom nisso. Se tiver qualquer recompensa no apoia.se que caso eu oferecesse vocês gostariam e acham que eu estou marcando de não oferecer, é porque nem me ocorreu, e só dar uma dica que eu vejo isso aí.

Eu queria ser melhor com datas, mas eu sou péssimo em escrever dentro de um prazo. Mesmo assim, pretendo continuar minha tradição de texto de Dia de São Valentim, de Primeiro de Abril e dia do Ódio. Gosto dessas tradições. Mas não devo inventar uma nova tão cedo…. Não contaria com um texto especial de Halloween, mas se eu conseguir, legal.

E podem confiar que mais textos virão sobre One Piece, quero falar de Watchmen, de Django Livre, sobre os Diários da Apotecária, eu acho que A Rede Social é um filme que precisa de um texto também e eu devo pra um apoiador um texto sobre Billy Bat já tem anos que vai sair….. não sei o que sai esse ano, tem texto que fica cozinhando na minha cabeça mais de um ano até sair. Estou faz um ano pensando sobre como construímos utopias e distopias pra um texto que nem sai esse ano, mas estou bolando. Estou indo pra lugar nenhum, tem muito o que quero falar ainda, se vocês ainda quiserem ler.

Um dia….

E é isso aí gente. Esse é meu blog. Ele dá trabalho, mas eu acho que vale a pena, e tem sido um prazer dividir ideias com vocês por dez anos. É uma das coisas mais legais que eu já fiz, e eu me orgulho dele. Hoje quis falar só sobre isso, mas texto que vem volto a só analisar as obras normalmente. A gente se vê no texto que vem.

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

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Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

Alertas

  • – Todos os posts desse blog contém SPOILERS de seus respectivos assuntos, sem exceção. Leia com medo de perder toda a experiência.
  • – Todos os textos desse blog contém palavras de baixo calão, independente da obra analisada ser ou não ao público infantil. Mesmo ao analisar uma obra pra crianças a analise ainda é destinada para adultos e pode tocar e temas como sexo e violência.

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