Divulgando alguns excelentes dubladores norte-americanos:

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Hoje é dia de cutucar um vespeiro… Um que eu demorei muito pra cutucar, pois é uma declaração polêmica que eu não sei se minha caixa de comentários aguenta o número de calos em que estou pisando mas lá vai:

Eu não acho a dublagem brasileira uma das melhores dublagens do mundo.

Esse, esse é o tipo de frase da qual eu discordo completamente. Fonte.

Muito pelo contrário, eu acho que a frase “A dublagem brasileira é uma das melhores do mundo”, vem acompanhada de um número imenso de irracionalidades e pressupõe tanta falácia que eu fico impressionado com o número de pessoas que sai falando ela. Pra começar que eu fico muito curioso quanto ao contexto em que uma pessoa de fato comparou várias dublagens ao redor do planeta em um grande concurso que o Brasil ganhou. Porque eu acho que esse concurso nunca aconteceu.

Eu acho a dublagem brasileira boa o suficiente em boa parte das vezes, com uma lista grande de vacilos identificáveis, mas tudo bem, quem não erra? Mas minha familiaridade com as dublagens em espanhol da América Latina e em francês, me faz pensar que a gente não está fazendo um trabalho muito mais memorável que nossos vizinhos.

Mas esse post não é pra vir aqui cagar em cima da dublagem brasileira, não, não. Na maioria das vezes a gente faz um bom trabalho, e nas vezes que não faz, o trabalho porco ganha o próprio texto aqui. O que eu quero é, na verdade, desmistificar algumas concepções erradas que o orgulho nacional pela dublagem brasileira nos dão sobre como trabalho com voz funciona em primeiro lugar.

O foco maior é na mais comum. Existe um número grande de pessoas que não vê filme live-action dublado, mas acredita que em animações o impacto é menor. E não me refiro nem a quem não aguenta rever Beauty and the Beast em inglês pela nostalgia, não, digo pessoal que vai assistir Frozen dublado no cinema, mas que nunca veria Inception dublado. Isso se deve pois tendemos a acreditar que animações já são dubladas de qualquer maneira, e por isso tanto faz se o dublador é americano ou brasileiro, diferente do Leonardo DiCaprio que é o Leonardo DiCaprio mesmo na versão brasileira.

Quando isso não é verdade. A dublagem original não é comparável a dublagem dos outros países por uma questão de processo, independente da qualidade.

É tudo dublado? Mas os desenhos em si só reconhecem um time de dubladores como sendo os personagens.

Quando a Pixar fez Frozen, a primeira coisa que a Idina Menzel fez foi gravar o áudio dela, para a Elsa, e nesse processo ela está livre pra explorar a própria interpretação, o próprio timing, ver de que maneira fica melhor, ajudar a interpretar a personagem. E é com o áudio pronto que os animadores vão animar os movimentos e timing da Elsa com base na voz da Idina Menzel, para depois a Taryn Szpilman em cima da animação feita em cima da interpretação, timing e principalmente lip-syncing da Idina Menzel. E fazer a própria interpretação em função do desenho que já está pronto.

E isso se faz visível especialmente em casos que o dublador é um notório improvisador, como foi o famoso caso do Robin Willians em Alladin, onde a maioria da performance dele foi puro improviso, e não tem nem como o Marcio Simões fazer aquilo soar tão natural e saído do coração quanto o Robin Willians, assim, como não tem como o Will Smith fazer as mesmas piadas e fingir que tem a mesma naturalidade.

Em inglês eles fazem uma diferenciação nas palavras que nós não fazemos. voice-acting é uma coisa e dubbing é outra coisa. Um é atuação-de-voz e o outro é dublar. E você se a gente olhar pra quem são os profissionais da área dos EUA, a gente pode notar por exemplo que existe uma intersecção bem pequena entre dubladores em animações norte-americanas e entre dubladores de animes. Com um caso aqui e ali de uns que cruzaram a linha uma vez, dubladores de anime costumam fazer só animes (e games japoneses) enquanto dubladores de cartoon fazem só cartoon. Pois são áreas que requerem tipos diferentes de experiência e aptidões.

Kyle Hebert é um exemplo de um dublador americano que faz primariamente animes. Muito improvável que venhamos encontrar ele em algum cartoon, mas não é impossível, são só mundos que se conectam pouco. Currículo completo dele aqui.

O que é um problema quando você quer, por exemplo, defender a versão original de Powerpuff Girls por exemplo na internet, cai numa discussão sobre dublagem, e sempre tem um cara com um link de uma cena particularmente feita de maneira bosta de Dragon Ball, ou Pokemon para mostrar que a dublagem americana é uma merda. E a de animes deles é bem ruim sim, mas isso não tem nenhuma relação com as vozes originais das animações ocidentais.

A meu ver, a maior diferença entre dublar uma animação e dublar um live-action, é que quando você dubla Mad Max, a gente ainda consegue ver o Tom Hardy e a Charlize Theron no filme, e por podermos vê-los, a gente não fica com a impressão de que o trabalho e colaboração deles no filme foi substituído, porque não foi, eles estão lá, e podemos ver que o filme é deles. Mas em uma animação, a percepção do poder e importância do Robin Willians pro resultado final do filme Aladdin é apagada. E o processo de substituir toda a percepção da existência dele é tão bem-feito, que a gente se ilude de que nem faz diferença ver com o Robin Willians. Que é a mesma coisa, que é até melhor sem ele, caso tenhamos um substituto engraçadão, de preferência se ele fizer uma piada nova que não tinha no filme original, porque aí é uma piada só pra mim.

São profissionais que são completamente invisibilizados aqui, pois são sacrificados em nome de um patriotismo e um orgulho nacional em querer dizer que a gente sabe contar a história dos outros melhor que eles mesmos, que eu acho zoado. Eu reconheço a importância das obras dubladas pra acessibilidade de crianças e da galera que não tem como ler, mas a cultura do “A gente melhorou Yu Yu Hakusho.” por causa de meia dúzia de gírias engraçadas eu acho que precisa ser mais questionada.

Mas o meu ponto vai além. Pois eu acho que os dubladores norte-americanos mal são respeitados nos próprios Estados Unidos.

Vocês já notaram que no começo de uma série live-action, seja um drama prestigiado como Breaking Bad, uma sitcon formuláica como How I Met Your Mother ou uma série infantil como Drake and Josh. Qualquer série live-action sempre tem em sua abertura os nomes dos atores principais. É tipo, o mínimo.

Já viram série de animação que colocou o nome dos dubladores nos créditos iniciais? Pois eu de cabeça sei de somente quatro exemplos.

Archer:

Bojack Horseman:

Big Mouth:

E F is for Family:

O que três dessas quatro animações em em comum? São da Netflix. Então um ponto positivo pra Netflix tentando mudar esse hábito. Mas aponto o fato de que metade aí também faz isso pois quer divulgar os atores hollywoodianos no elenco. 

Em outras situações animação é um nicho notório pela ausência de créditos iniciais na abertura, com o máximo que existe de informação escrita sendo um “created by” no final de tudo. E mesmo assim, isso é uma conquista do crescimento da autoralidade nos anos 90, e até hoje muita picaretagem muquirana de propaganda-de-brinquedo se passando por série não credita o criador nos créditos iniciais.

A Rebecca Sugar ter seu nome escrito embaixo do título do desenho é ótimo. Mas porque o nome de nenhum dos quatro aparece na abertura?

Eu já defendi aqui no passado que eu acho um absurdo não existir nenhum Oscar que premie atores que fizeram trabalho de voz em filmes, não só de animação como também nos que fazem alto uso de CGI. Se um deles fizer o melhor trabalho da vida deles, não existe meio deles serem reconhecidos com prêmios que tenham alguma relevância.

Mesmo poster de filme, é super-raro ter informações de quem são os dubladores que estão no filme. E quando a gente tem a informação é porque encheram o filme de celebridade pra tentar drenar até a última gota do star-power deles para convencer o público a ver o filme.

Um poster normal, um poster de uma animação e um poster de uma animação da Dreamworks

E é por isso que esse ano foi pra mim uma pequena vitória ver nos créditos finais de Scoob, em meio àqueles créditos animados descolados com umas animações legais em meio a música pop, ver o veterano da dublagem Frank Welker – que dubla do Scooby Doo em todas suas encarnações já tem 51 anos – ser creditado em pé de igualdade com esse bando de famoso. E mais que isso, pegar o último nome na lista de nomes, que se torna a segunda posição mais honrosa na lista quando vem acompanhado de um “and” ou “with”, que foi o caso. Ano passado tive uma vitória semelhante nos créditos de Teen Titans Go to the Movies. Mas é raro, ver dubladores normais, não celebridades, receberem uma animaçãozinha bonitinha enfatizando seu nome na parte animada e descolada dos créditos.

Abaixo os créditos finais de Coco, que apesar de ter o Gael Garcia Bernal, não é um all-star cast, e portanto não menciona os dubladores até os créditos entrarem no formato “letrinhas subindo no fundo preto.”.

Mas o pior caso mesmo são os créditos finais de Zootopia, que incluem as celebridades, mas omitem os dubladores. Olha essa merda, o Tommy Chong por ser um meme ambulante e a Shakira por um cameo foram creditados na animaçãozinha, mas o Mr.Big dublado por um dos melhores dubladores da atualidade ficou de fora. Isso é muito coisa de patife (os nomes dos dubladores aparecem só no finalzinho do vídeo).

Então são profissionais que mesmo em seu país de origem não tem visibilidade o suficiente. Mesmo sendo parte fundamental de porque um filme animado funciona. Um filme mal dublado fracassa tanto quanto o live-action mal escalado.

E como parte da proposta desse blog também é divulgar e celebrar a existência de figuras chave para tornar a cultura pop uma delícia de consumir, o texto de hoje vai ser uma lista de grandes dubladores americanos, as vozes por trás dos desenhos animados.

Frank Welker:

Começando pelo que eu já citei. O mundo da animação já teve 13 séries de TV, mais de 20 filmes animados e três em live-action, quase 40 interpretações diferentes de Scooby Doo no mundo e TODAS foram o Frank Welker. Porém ele é muito mais do que o maior cachorro falante da história da animação.

Ele fez mais uma tonelada imensa de cachorros não-falantes. E olha, se tem um cara aqui que continua presente mesmo nas dublagem brasileira, é esse homem, já que metade dos papéis dele são creditados como onomatopeias. Frank Welkers, é notório por ter dublado o rugido, grunhido, latido, miado, balido, e seja-lá-o-som-que-o-macaco-faz de inúmeros animais em filmes tanto animados quanto live-action.

E aí você me pergunta: “mas o que é que tem de especial em fazer o latido do cachorro.” e eu digo que deve ter coisa especial o suficiente se eles seguem pagando cachê do Frank Welker pra imitar um tigre, em vez de só pegar um rugido em uma biblioteca de sons pré-gravados. Essa coisa especial chama emoção.

Pois naturalmente o rugido de um leopardo agressivo é diferente do de um leopardo assustado, e o de um leopardo previamente agressivo se tornando assustado e apreensivo após ser amarrado de cabeça pra baixo é um som muito específico que requer boa atuação e interpretação para essa informação ser percebida acusticamente pelo público de Tarzan.

Frank Welker deu emoções a um personagem como Abu em Aladdin, mas também a personagens de desenho que eram mudos, mas que eram protagonistas de seus episódios como Buttons em Animaniacs e Furball em Tiny Toon Adventures.

O que não signifique que ele não faça vozes normais que sejam igualmente marcantes. Junto de ser o Scooby Doo ele é o Fred Jones em quase toda obra de Scooby Doo, embora em Scoob ele tenha sido substituído pelo Zac Effron. E ele é o Megatron tanto no desenho quanto nos filmes do Michael Bay. Ele é também o Barney Rubble em todas as encarnações dos Flinstones que não a original, pois na original ele foi dublado pelo falecido Mel Blanc. Além do Nibbler em Futurama que ele dubla quando é mudo e quando começa a falar.

Mas apesar dele não ser nem um pouco apagado no departamento de vozes normais, eu acho subvalorizada a importância de um homem ser naturalmente uma das magias que o Harry Potter usava nos filmes. Sua habilidade de mimicar com expressividade qualquer som ininteligível de um animal é uma que vai fazer falta e deixar um vácuo difícil de preencher quando ele se for.

Tara Strong:

Certamente a dubladora atual com mais star-power derivado dos papéis que ela própria dublou. Com a habilidade de se associar aos próprios papéis tão bem, que comumente seus papéis fazem referência direta aos seus trabalhos anteriores.

Toda a gag da Raven em Teen Titans Go ser uma brony obcecada por unicórnios deriva do fato deles estarem reescalando a Tara Strong que foi a Raven no desenho original, e que entre as duas encarnações da personagem foi a Twilight Sparkle em My Little Pony – Friendship is Magic.

E a própria Twilight em um episódio questiona a presunção dos demais personagens de que ela era capaz de falar com esquilos, o que é referência ao seu mais famoso papel, o de Bubbles (Lindinha) das Powerpuff Girls, capaz de falar com esquilos.

A personalidade de seus personagens pegam os dois extremos do espectro, entre Bubbles e Raven, e tudo que tem entre os dois. Ela é a Harley Quinn na maioria de suas encarnações (embora não tenha sido nem na série onde ela apareceu pela primeira vez, e nem na série Harley Quinn que estreou ano passado), a mais notória encarnação em que ela foi a Harley é a série de videogames Arkham, que fez um ponto em chamar os dubladores que mais receberam prestígio para dublar os personagens centrais como Kevin Conroy pra ser o Batman e Mark Hamill pra ser o Joker. Então quando ela conseguiu o papel da Harley no game, ela conseguiu uma associação aos grandes, que conectaram ela eternamente ao personagem.

Ela reprisou tanto a Harley quanto a Raven na série de jogos Injustice, o que é notável, pois a Raven tinha uma voz claramente diferente da voz da Raven de Teen Titans, mostrando que ela é mantida no personagem mesmo quando ele é reimaginado.

Como é muito comum nos Estados Unidos, assim como no Japão, que mulheres façam as vozes de personagens crianças mesmo que sejam garotos, outros dois papéis notáveis da carreira dela envolvem Ben Tennyson Criança na franquia Ben 10 e Timmy Turner em Fairly OddParents.

E com um papel protagonista em Powerpuff Girls, Fairly OddParents, Teen Titans, Ben 10 e My Little Pony todos sucessos estrondosos, dá pra ver de onde vem o star-power dela. E quando ela não foi chamada para reprisar seu papel no reboot de Powerpuff Girls eu estive aqui pra lembrar do absurdo que isso foi.

Mas isso é onde ela poderia se quiser só reprisar esses papéis pra sempre e fazer a carreira dela ser só isso. Mas além disso ela é muitas das Batgirls, onde eu reforço o que eu falei da Raven, não importa a leitura que seja feita da Batgirl, ela continua sendo a Batgirl. Foi em The New Batman Adventures (sequência oficial de Batman the Animated Series), foi em The Killing Joke, foi em Super Best Friends Forever e está sendo em DC Super Hero Girls.

Atuando consigo mesma.

Outros créditos que eu gosto de incluir envolvem Omi em Xiaolin Showdown, Beth Tezuka no subestimado Bravest Warriors e a encarnação da Terra de Young Justice. Mas o papel favorito dela, segundo ela mesmo é Melody, filha da Ariel em The Little Mermaid II, o que tornam Tara Strong uma quase-princesa Disney, uma vez que sequências não realmente contam pro título de princesa.

Sabe quem mais quase se tornou uma princesa Disney?

Cree Summer:

Cree Summer. Muita gente nessa lista vai ter passado por um filme Disney, mas ela vai ser a única a ter pegado um papel protagonista em um filme Disney fazendo a Princesa Kida em Atlantis the Lost Empire, que infelizmente flopou e impediu que ela oficialmente se tornasse uma princesa Disney, pois o filme não deu o lucro necessário pra Disney querer explorá-lo no grupo de princesas.

Podia ter a Kida nessa cena, mas a Disney cagou tudo.

Cree Summer começou sua carreira dublando Penny em Inspector Gadget, Papel que catapultou ela para fazer Elmyra Duff (Felícia) em Tiny Toon Adventures e que até hoje figuram entre seus papéis mais famosos.

Porém são duas garotas brancas, e muito do que tornou sua carreira marcante começou quando ela conseguiu o papel de Susie Carmichael em Rugrats, papel que ela reprisou no spin-off All Grown Up. Susie foi uma marca importante no processo da representatividade negra na animação, em ser uma personagem que representasse a cultura negra sem ser uma caricatura, e que pudesse ser admirada pelas crianças negras assistindo, e terem chamado uma dubladora negra em vez de manterem a tradição de chamar brancos para dublar personagens de todas as raças (tradição que só começou a mudar esse ano por sinal), foi importante. E Cree Summer levou muito a sério essa parte do personagem, fazendo questão de medir o palavreado de maneira que ela ainda soasse tão infantil quanto os demais personagens, mas soasse culta o suficiente para não perder pra Angélica.

Susie foi uma personagem planejada pra trazer representatividade, e empoderamento, mas depois de Susie, a negritude de Cree Summer se tornou parte da sua carreira. Mais do que ser a atriz chamada sempre que precisam de um dublador para a menina negra, o que ocorreu era o inverso, sempre que ela conseguia passar no teste e conseguia o papel, a personagem se tornava negra por causa dela, e ela conseguia colocar um personagem não-caricato negro a mais no mundo da animação.

A lista de personagens negros que teriam sido brancos se não fosse Cree Summer conseguindo o papel incluem Numbuh 5 de Codename: Kids Next Door, Miranda Killgallen de As Told By Ginger e Valerie Grey de Danny Phantom. E ela faz questão de ser uma voz, esse ano mesmo, em seu twitter ela incentivava e apoiava a associação de seus personagens com o Black Lives Matter, como personagens que estariam ocupando as ruas. Ela é uma das dubladoras mais populares do presente e entende que tem poder simbólico de reforçar ideais e usa esse poder para o bem constantemente.

Claro que existe um problema dela dublar mais da metade de todas as personagens negras que existem, que é o fato dela conseguir. Não que ela não seja foda o suficiente para dar voz a inúmeros personagens, mas é que conseguirem ficar todos nas costas de uma única pessoa, mostram que não são numerosos o suficiente.

Rob Paulsen:

Meu dublador favorito no mundo. Ele talvez não seja o maior, mas é popular o suficiente. Rob Paulsen é o dublador de Yakko Warner em Animaniacs e de Pinky na mesma série e no spin-off Pinky and the Brain.

Yakko se destacava pra mim dentre todos os outros personagens de Animaniacs pelo seu estilo de humor verbal, a maneira rápida e precisa com a qual ele era sarcástico e cínico, que eu honestamente não acho que a versão brasileira do personagem tenha pegado e com isso 1/3 do humor dos Irmãos Warner desapareceu na transição.

Rob Paulsen ter sido chamado para reprisar Yakko no reboot (diferente de Tara Strong não ter sido chamada pra reprisar Bubbles), e ter falado em entrevista que a série estava em boas mãos, são o motivo maior para eu não ter nenhum medo do reboot de Animaniacs, ele vai ser o Yakko e vai continuar engraçado.

Mas apesar dele capitalizar em cima da performance estrondosa que foi Yakko Warner até hoje, Animaniacs está longe de ser o único trabalho célebre dele. Inclusive antes de ser o Yakko ele era o Raphael na primeira série das Teenage Mutant Ninja Turtles, o que é curioso quando pensamos que em vários reboots da série ele voltou como o Donatello.

Outros papéis marcantes dele incluem Mark Chang em Fairly Oddparents, PJ em Goof Troop e A Goofy Movie, (A Turma do Pateta e Pateta o Filme), Carl Wheezer em Jimmy Neutron, e um que não foi tão marcante, mas eu acho fascinante é ele ser o Stanley Ipkiss e o Máscara em The Mask, o que significa que é ele quem canta a maravilhosa e subestimada música tema desse desenho.

Rob Paulsen também é um sobrevivente do câncer de laringe, o que é significante uma vez que recentemente ele conseguiu voltar a trabalhar com a voz, e também significante na maneira como isso afeta sua empatia, pois parte do trabalho dele, e já era esse desde antes dele ser diagnosticado, envolve telefonar para crianças em hospitais e permitir que elas falem com seus personagens favoritos de desenho animado. Não só crianças no hospital, ele sempre achou importante poder permitir que as crianças ao se conectarem com ele se conectem com os personagens que ele dublou.

Também um dos dubladores que resolveu se manifestar pessoalmente, fazer o mea-culpa e confirmar que não vai mais aceitar nenhum papel de um personagem não-branco, tendo inclusive no último reboot de Ducktales pela primeira vez em anos não sido o dublador do Zé Carioca, para poderem chamar um brasileiro pro papel. O fim importante de uma tradição ruim, que nessas horas é fundamental que os nomes da indústria mostrem apoio a um mudança necessária.

Grey DeLisle Griffin:

A voz do mal. Uma atriz versátil e capaz de dar muita personalidade pros seus personagens, mas pra ser sincero o que mais me chama a atenção na carreira dela é sua capacidade de interpretar vilãs. Digo, ela é a Azula e Avatar the Last Airbender. E a Azula é um dos melhores trabalhos de voz em uma vilã que eu já ouvi na vida. Sabendo dosar exatamente quando ser exagerada, quando ser assustadora e quando deixar escapar a vulnerabilidade embaixo de sua psicopatia.

Para além da Azula ela é a Vicky de Fairly OddParents, a Mandy de The Grim Adventures of Billy and Mandy, a Asajj Ventress em Star Wars: Clone Wars, e a Catwoman em várias adaptações da personagem que incluem a série Arkham e Injustice nos games,

E não é só saber transmitir o sentimento do completo ódio desprezo e sadismo em qualquer voz que ela faça, é saber fazer uma voz, transmitir o sentimento e cantar Over the Rainbow ao mesmo tempo, que fazem ela atrair os holofotes.

Para além das vilãs, ela tem consistentemente sido a Daphne desde a virada do milênio, e atualmente é a Wonder Woman em DC Super Hero Girls. E a Frankie Foster em Foster’s Home for Imaginary Friends. Mostrando que ser simpática, amistosa ou heroica não estão longe de seu alcance.

Mas o papel mais subestimado dela e um dos meus favoritos é o de Aya em Green Lantern the Animated Series, eu elogiei muito a personagem falando sobre a série na minha retrospectiva da década. A androide feita de energia verde criada só pra ser uma das personagens da série e cujo arco de personagem do robô aprendendo a se conectar foi a melhor coisa da série junto de seu par Razer.

Maurice LaMarche:

Se liguem, essa história é boa.

Maurice LeMarche é o dublador que interpretou Brain em Pinky and the Brain e Animaniacs, e como muitas das vozes nessa série, 50% da voz era uma paródia de uma celebridade. No caso o Brain era uma paródia direta de Orson Welles, com mais de um episódio fazendo paralelos diretos entre Brain e Orson Welles.

O Brain em um episódio que é uma paródia direta do quão difícil era gravar com Orson Welles na vida real.

Pois bem, a imitação ficou tão boa, que quando Tim Burton foi fazer o filme Ed Wood, e no filme, temos uma cena importante em que Ed Wood encontra Orson Welles em um bar. Pois bem, O ator que interpretou Orson Welles foi Vincent D’Onofrio, mas a voz dele foi dublada por Maurice LeMarche, para dar realismo a cena. Afinal não seria a mesma coisa sem uma imitação perfeita de Orson Welles.

Além disso o curriculo de LeMarche incluem Big Bob Pataki o pai da Helga em Hey Arnold, Mr. Wilson em Dennis the Menace, Mr. Freeze nos jogos da série Arkhan, Kiff em Futurama. Mr. Big em Zootopia e o pai da Elsa em Frozen.

Que eu reforço o que foi dito acima, não foi citado na animação dos créditos de Zootopia.

Sem contar que ele faz os melhores personagens-de-um-episódio-só em Rick and Morty.

Dentre os quais destaco Abradolph Lincler.

E é o atual Yosemite Sam (Eufrazino Trocatiros) e o Pepe le Pew, em todas suas encarnações desde o falecimento de Mel Blanc. E de vez em quando o Foghorn Leghorn (Frangolino), um homem muito bem inserido em manter o legado de Mel Blanc vivo, pelo mesmo motivo pelo qual ele se dá bem nos papeis que satirizam figuras icônicas. Ele tal qual Robin Willians, veio do mundo do Stand Up Comedy, onde saber fazer boas imitações é parte importante do trabalho.

Mas pra mim é em Father de Codename: Kids Next Door que ele está em sua melhor forma. Excelente vilão, e sendo uma silhueta sem rosto, a voz dele era 90% do vilão, funcionava.

Kristen Schaal:

Kristen Schaal é eu acho que o maior nome do elenco de BoJack Horseman cujo reconhecimento não nos faz pensar imediatamente na carreira live-action do personagem. Digo, não me faz pensar, pois ela tem uma, pode ser projeção minha. Ela de fato fez Flight of the Concords e tem uma carreira no Stand-Up.

Enfim, eu comentei acima que BoJack Horseman é uma das três séries que eu conseguia puxar de memória dar os devidos créditos aos seus atores centrais na abertura, mas isso é inseparável do fato de serem todos famosos por séries live-action cultuadíssimas como Arrested Development, Breaking Bad, Parks and Recreations ou Community. E mesmo participações pontuais eram de atores hollywoodianos de rostos conhecidos como Olivia Wilde e J. K. Simmons… muito embora o J.K Simmons tenha uma excelente carreira como dublador, é só inevitável que ele seja associado primariamente aos papéis live-action dele. É muita área cinza.

Mas ali no meio dessa área cinza está Kristen Schaal interpretando Sarah Lynn, que é um dos maiores pilares emocionais da série. A vida de Sarah Lynn foi uma tragédia do pior tipo, do tipo que poderia ter sido evitada se ela não estivesse cercada de gente podre, e ela é um eterno lembrete pra nós de que BoJack é parte do problema e é parte ativa do mundo que não permitiu que Sarah Lynn fosse uma arquiteta. E a personagens transmite isso perfeitamente bem.

Não vou postar aqui pois spoilers, mas o número musical dela no penúltimo episódio da série…. Gente, o que é aquilo? Performance fantástica.

Mas muito além de um lembrete pra nós da tragédia Hollywoodiana, Kristen Schaal também é Mabel Pines! A heroína de Gravity Falls. E eu associo o nome dela à Mabel mais do que a qualquer papel live-action que ela tenha. O que nesse mundo pode ser mais marcante que Mabel Pines?

Mabel era ótima, energética, otimista, aventureira. Ela tinha a língua presa por causa do aparelho, e era super idealista. E o carisma que ela deu a personagem é parte fundamental do que fez a série explodir tanto.

E menos assistida, mas não menos marcante que Mabel é Louise Belcher. E olha Sarah Lynn é importante, mas é só um secundário. E Mabel divide muito do protagonista com o irmão Dipper. Mas com Louise Belcher não tem dúvidas, é ela quem carrega Bob’s Burger nas costas.

Foda-se que o nome do Bob tá no título, e que a Tina é super popular. Vocês vêm um episódio qualquer dessa série e já entende “Ok, metade do público está aqui só pela Louise.”

Eu acho fascinante que tanto Mabel quanto Louise quanto Sarah Lynn gritam muito. São três personagens constantemente projetando sua voz com força pra fora, de maneira muito expansiva, mas muito diferente. Mabel grita por ser um espírito livre, incontrolável e caótico, mas livre e quer passar esse aspecto de se aventurar em contraste com a perspectiva planejadora de Dipper. Louise grita pois está constantemente tentando exercer uma autoridade que ela não tem, por ser a mais nova da família. Então ela se impõe na voz. E Sarah Lynn grita porque está sempre buscando atenção. E apesar de metade do que Kristen Schaal faz nessas séries ser levantar a voz, você nota bem o quão o subtexto do grito sempre muda.

Mas meu papel favorito dela é Jake Jr, de Adventure Time, a filha do Jake. Inteligente, sarcástica e mais madura que o pai. Ela fica no equilíbrio perfeito entre os filhos do Jake, em que ela é muito conectada com o pai, ao mesmo tempo em que ela demonstra o quanto ela superou ele em maturidade e isso gerou uma distância, a maioria dos filhos vão ou pra um ou pro outro lado do espectro, se alienando do pai pela maturidade ou não soando maduros pelo amor ao pai. Acho bem densa a caracterização da Jake Jr em comparação aos seus irmãos.

E ela tem essa uma participação especial em Archer que eu acho hilária.

Mas vamos aproveitar que eu peguei um dublador que de fato tem uma boa vida fora da animação para fechar a lista com chave de ouro citando outro.

Mark Hamill:

Vou falar aqui. Mark Hamill é melhor dublador do que ele é ator. O Joker dele é superior aos de Heath Ledger e Joaquin Phoenix, e ele é um dos melhores e mais versáteis atores de voz da atualidade.

É curioso pensar que um homem cuja maior contribuição a cultura pop seja o exemplo que todo mundo dá para explicar a Jornada do Herói, tenha com um pouco menos de reconhecimento uma carreira muito mais talentosa como vilão. E falo não só do Joker, a personificação da vilania e da caoticidade do mal. Mas falo também do Senhor do Fogo Ozai. Um dos maiores vilões da animação. Em uma performance que rendeu um dos melhores momentos da série na cena em que Ozai é confrontado pro Zuko.

Mas Ozai e Joker não são todo o arsenal de Hamill como vilão. Ele foi o Chucky na última encarnação do personagem, Alvin the Treacherous na série animada Dragonn: Riders of Berk, e Stickybeard em Codename: Kids Next Door.

Mas os papeis que eu mais gosto dele não são como vilão. Mentira, é sim, é o Joker e o Ozai, estou falando mentiras, mas apesar disso, dois papéis que eu gosto muito da performance dele não são como vilão. São Skips de Regular Show e o Conde de Mina and the Count.

Skips era o zelador do parque de Regular Show. Apresentado como um Yeti imortal com séculos de vida, hiper-competente em tudo pela vivência que teve, porém solitário com o coração partido pela mulher que ele amou antes de ser imortal. A interpretação de Hamill é fantástica em passar a melancolia do homem que é capaz de tudo, mas não tem a única coisa que realmente importa, e é um dos melhores trabalhos de voz em Regular Show.

E Mina and the Count, eu estou vendo só agora que era o Hamill interpretando o Conde, pesquisando para esse texto, mas esse foi uma série de três curtas animados que tentou e tentou e tentou virar uma série do Cartoon Network, mas nunca virou. Sobre um vampiro que ao confundir as vítimas e invadir a casa errada se torna alvo do carinho de uma menininha chamada Mina que quer ser amiga dele, fazendo o senhor das trevas achar tempo livre na sua agenda pra fazer companhia e brincar com a garotinha e ser um bom amigo. Uma versão menos sombria e mais bonitinha de Billy & Mandy. Excelente papel e uma pena que não tenha virado série, pois é um ótimo exemplo de boa atuação de Hamill.

Aqueles cuja existência eu queria celebrar são esses, mas obviamente a lista de gente fenomenal na área é muito maior, envolve John DiMaggio, H. John Benjamin, Tress MacNeille, Tom Kenny, Patrick Warburton e Olivia Olson no mínimo. Mas se eu for falar de todo mundo que é foda o texto fica mais longo do que é o meu limite pessoal.

Mas o meu ponto é. Eu não estou pedindo pra ninguém deixar de ver nada dublado. Dez anos atrás eu pediria, mas eu melhorei muito nesse aspecto, ninguém é obrigado a entender inglês, serviços que legendam desenho nem sempre são acessíveis…. Se bem que essa falta de legendagem pra desenhos é um pouco parte do problema, da demanda ser sempre pela dublagem nacional. Sabem o quão difícil é achar uma sessão legendada de uma animação no cinema?

Enfim, o que eu quero chamar a atenção é só o fato de que essas pessoas mais que existem. Elas ajudam a criar o personagem e por extensão o desenho. Todos esses atores, se eles não tivessem entrado nas séries que eles entraram, o resultado final seria diferente, a presença deles constrói muito mais do que o idioma do resultado final, e não descartemos eles de verdade.

Quando formos falar: “Desenho X é algo que só dá pra ver dublado.” nos esforcemos para questionar essa frase. Saiba quem é o dublador nacional e quem é o dublador norte-americano, compare as duas versões. Questionar qualquer afirmação que soe muito natural para nós é bom e saudável, mesmo que seja para após o questionamento continuarmos com nossa opinião. Conheça o trabalho das pessoas que mesmo nos EUA são os mais invisibilizados no processo antes de julgar que o Marcio Seixas fez um trabalho muito melhor, pois foi o que você acostumou na infância.

E paremos de querer preservar nossa infância através da preservação de desenhos, isso é o mais importante e tem nada a ver com dublagem. O que precisamos de fato questionar é a noção de que tudo que vimos na infância é sagrado e bom e foi entregue no melhor formato possível, só porque uma versão nossa com menos discernimento deu umas risadas.

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

<span class="dsq-postid" data-dsqidentifier="15220 http://dentrodachamine.com/?p=15220"># comentários</span>

  • Não sei se você se perguntou porquê a dublagem brasileira é tão aclamado e de onde vem essa familiaridade conquistada pelas vozes nacionais. É um assunto importante que seria interessante ouvir sobre num texto seu.

    • Eu acho de verdade que ela é cultuada por nós, por ser nossa, em algo que não vai além de projetar orgulho de ver o Brasil inserido em algo. Não somos nem um pouco cultuados no exterior. A dubladora brasileira da Elsa foi explicitamente excluída da reunião-de-todas-as-Elsas que teve no Oscar, pois queriam que a dubladora mexicana estivesse ali representando toda a América Latina. E também não somos o país que mais cultua a própria dublagem, pois a Alemanha faz isso com mais intensidade que a gente.

      Acho que é um misto de orgulho mesmo de se sentir feliz vendo o Brasil fazer uma versão de algo que seja só nossa. Com nostalgia de que a versão dublada é pra todo mundo a única opção de consumo de mídia nos primeiros anos de vida, e depois de adultos queremos validar que esse período foi mágico e perfeito, e que portanto, aquilo que gostávamos na época era bom e sagrado. Ninguém quer pensar que o filme favorito da infância talvez seja melhor em outra língua, pois a outra língua não estava na infância, o momento em que ele foi a melhor coisa do mundo.

    • Eu acho de verdade que ela é cultuada por nós, por ser nossa, em algo que não vai além de projetar orgulho de ver o Brasil inserido em algo. Não somos nem um pouco cultuados no exterior. A dubladora brasileira da Elsa foi explicitamente excluída da reunião-de-todas-as-Elsas que teve no Oscar, pois queriam que a dubladora mexicana estivesse ali representando toda a América Latina. E também não somos o país que mais cultua a própria dublagem, pois a Alemanha faz isso com mais intensidade que a gente.

      Acho que é um misto de orgulho mesmo de se sentir feliz vendo o Brasil fazer uma versão de algo que seja só nossa. Com nostalgia de que a versão dublada é pra todo mundo a única opção de consumo de mídia nos primeiros anos de vida, e depois de adultos queremos validar que esse período foi mágico e perfeito, e que portanto, aquilo que gostávamos na época era bom e sagrado. Ninguém quer pensar que o filme favorito da infância talvez seja melhor em outra língua, pois a outra língua não estava na infância, o momento em que ele foi a melhor coisa do mundo.

  • Certa vez já me disseram que essa história de “a dublagem brasileira é uma das melhores do mundo” veio porque alguém da Disney disse isso provavelmente lá por volta da década de 40 ao ver como ficaram as versões brasileiras dos filmes. Não sei se é verdade, mas me parece bem crível e não muito absurdo ter vindo daí, caso tenha sido isso mesmo, ou pode ser até um caso doido de “Efeito Mandela”, realmente não sei.

    Mas belíssimo texto, eu já conhecia alguns dos dubladores mencionados e não só isso como destaco que o Mark Hamill conseguiu se destacar na dublagem do primeiro Yakuza pro inglês. A dublagem era meio esquisitona e muitas das vozes não combinavam direito, mas o Mark Hamill conseguiu ser um bom Majima em inglês (e por mais que o resto do elenco fosse de médio pra baixo, ele é fácil o melhor ali). Ok que o Goro Kishitani fazendo a voz original dele ainda continua imbatível, mas o Hamill conseguiu se dar bem ali (e chuto que a experiência com o Coringa deve ter ajudado). A Tara Strong é outra que eu já conhecia e é uma voz bem marcante, daquelas que mesmo ouvindo meio de relance dá pra reconhecer.

    E cutucadas à bateção de palma pra dublagem de Yu Yu Hakusho são sempre bem-vindas. Nâo que eu ache ruim ali (eu cresci vendo as duas versões, mas depois de velho fiquei mais na japonesa mesmo), mas por motivos bem similares aos que você fala no texto sobre a atuação e tal, acho que as originais estão MUITO acima e as pessoas só não admitem: 1) por nostalgia. 2) por apego aos “Rapadura é doce mas não é mole não” da vida e relacionados. 3) por talvez não terem visto as vozes originais.

    • Eu não conhecia essa história, mas se olhar o contexto histórico da época ela faz total sentido, pois foi quando a Disney estava fazendo grandes investimentos em filmes que melhorassem os laços Brasil-EUA por conta da segunda guerra, e usavam muito seus filmes pra promover elogios ao Brasil e a união dos países, tanto que foi quando criaram o Zé Carioca. Faz bastante sentido o comentário.

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

Alertas

  • – Todos os posts desse blog contém SPOILERS de seus respectivos assuntos, sem exceção. Leia com medo de perder toda a experiência.
  • – Todos os textos desse blog contém palavras de baixo calão, independente da obra analisada ser ou não ao público infantil. Mesmo ao analisar uma obra pra crianças a analise ainda é destinada para adultos e pode tocar e temas como sexo e violência.

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