Quem tem a razão nos conflitos dos Looney Tunes e outras animações?

Q

Olá meus queridos leitores, hoje vamos falar de uma coisa muito importante. Hoje vamos falar de certo e errado. De bem e mal. De agressores e agredidos. Falaremos sobre o direito a legítima defesa, sobre fome, sobre privilégio e sobre razões que justificam a violência… que é algo que nossa tendência é sempre condenar, porém as vezes pode ser uma arma pra combater a injustiça;

Mas principalmente, hoje vamos falar sobre personagens de desenhos animados clássicos.

Lá atrás, lá na Era de Ouro da Animação, nos bons e velhos desenhos dos anos 1930, 1940 e 1950, desenhos animados tinham uma fórmula muito simples. Tinha dois personagens e um fazia da vida do outro um inferno. E valia tudo, explodir o outro com dinamite, jogar um piano em cima deles, esquartejar, não tinham regras.

Não tinham regras! O Mickey podia apontar uma arma na cara do Pato Donald!

Vale até se vestir de mulher e seduzir o inimigo.

Não é de se estranhar que aí a gente cresce e começam a bater as dúvidas: pra quem torcer? Quem está certo e quem está errado? O Pica-Pau é um herói ou um grande de um filho da puta? E muita gente se depara com essa dúvida essencial de questionar a moralidade de seus heróis que optaram usar a violência como fonte do nosso entretenimento.

Por exemplo, é fácil ver o Yosemite Sam/Eufrazino Troca-Tiros cometer um grande crime, e ver o Bugs Bunny/Pernalonga como um refém se defendendo e pensar que ok, o Pernalonga tá certo nessa.

Mas e o Tom e o Jerry? Quem tá certo? É o direito do Coiote comer o Papa-Léguas?

Vamos pensar muito a respeito disso hoje. Pois esse blog não deixa nada ambíguo, ele é sobre certezas, e no fim desse texto vamos ter certeza de quem merece nossa torcida e quem merece nossa vaia. Quem representa o bem, e quem representa o mal. Esses conceitos que são sempre absolutos. 

Antes de começar quero falar do sistema de financiamento coletivo do Dentro da Chaminé. Esse blog possui um apoia.se, e por ele o leitor pode ajudar financeiramente esse blog a se manter em uma ajuda que é muito bem-vinda e muito apreciada. Então se quiserem ajudar com o valor que acharem justo, vai entrar nessa seleta turma de apoiadores do blog. Mas se não quiser contribuir mensalmente, mas quiser ajudar mesmo assim, pode fazer um pix de qualquer valor pra chave franciscoizzo@gmail.com que vai ter não só minha gratidão, como a homenagem aqui no blog.

Pois esse texto é em homenagem àqueles que já me apoiam. A uma galera daora e especial a quem eu devo tanto nesses últimos anos e que carregam esse blog nas costas! Eu agradeço de coração a todos vocês, e espero que gostem do texto.

E esse texto é sobre as rivalidades dos Looney Tunes, quem tem razão. Quem não tem razão. Vamos começar tirando a mais clássica do caminho:

Pernalonga vs Patolino:

Espero que vocês não estivessem esperando o Elmer/Hortelino aqui como a mais clássica, pois essa não tem nem discussão. Caçar por esporte é coisa de arrombado. O Elmer ser bobo não compensa a atrocidade que é a própria premissa dele. O Elmer mataria a mãe do Bambi. Então vamos pegar a segunda mais clássica de onde se pode de fato tirar um debate.

Quem começa as disputas entre o coelho e o pato é o Daffy/Patolino. Patolino odeia Pernalonga, mas não pelo Pernalonga ter feito nada, ele odeia que Pernalonga seja melhor que ele em tudo. É uma piada metalinguística que se originou do Pernalonga ter substituído o Patolino como personagem mais popular dos Looney Tunes, coroa que ele jamais perdeu pelo resto de sua existência. Então ele quer o fracasso do Pernalonga somente pelo ressentimento e pelo seu ego.

Nosso instinto é tentar falar que quem tem inveja está errado. Mas nisso eu não vou julgar. Porra. Gente de bem não ocupa as posições de poder. Não vou ficar aqui falando “o rei do mundo que recebe toda a gloria e tem tudo entregue pra si de mão beijada é a vítima.” pra mim mesmo que o Patolino seja mau caráter ,a inveja que o Pernalonga recebe é o preço justo que ele paga pelo seu status, é parte do pacote. Não estou aqui pra defender o culto a celebridade não.

Mas o Patolino é covarde. Porque ele não aguenta desafiar o Pernalonga pra briga? Então o que ele faz? Ele atiça alguém mais forte e mais burro a brigar com o Pernalonga por ele. E aí é ser pau no cu, é terceirizar as brigas dele. Não validarei.

Se o pato fosse na toca do coelho pra encher ele de tapa, aí tudo bem, aí eu defenderia esse uso de violência. Mas o Patolino é covarde e envolve terceiros na rixa dele, e portanto ele é errado. Ele mereceu todo tipo que levou do caçador na vida.

Veredito: Patolino tá errado, mas com o coração no lugar certo.

Mas vamos falar de uma em que eu fico do lado do Patolino.

Patolino vs O Homenzinho da Junta de Alistamento:

Eu sempre achei esse homenzinho subestimado, tendo aparecido só em Draftee Daffy quando podia ter mais curtas. Eu queria ter aberto mais espaço na minha lista de Looney Tunes favoritos pra incluir ele. E eu queria que tivessem usado ele mais vezes, inventado novas posições burocráticas pra ele ocupar e fazer a vida do Patolino um inferno.

Pois bem, na sua grande aparição, ele está indo alistar o Patolino ao exército pra lutar a Segunda Guerra Mundial. E ele expõe a hipocrisia do Patolino, que é um notório patriota que defende o exército, até ser a hora de se alistar, ali ele foge do alistamento como o hipócrita nojento que ele é.

O curta foi produzido durante a Segunda Guerra Mundial como parte da grande propaganda pela inclusão dos EUA nos aliados, e é deliberadamente feito pra que a gente fique contra o Patolino, e queira ver ele se foder por se recusar a ir matar nazistas.

E eu sei que é difícil ficar contra o Patolino, pois é a guerra que combateu os nazistas. E isso é forte.

Mas vou falar aqui! Acho que se recusar a se alistar no exército um crime nobre! Existe nobreza em se recusar a lutar uma guerra. E vou priorizar o pacifismo. Os EUA vendem a narrativa de que se não fossem eles especificamente se alistando na guerra, os nazistas teriam vencido, mas todos nós sabemos qual foi o exército que tomou Berlim e quem foram os soldados que soltaram os presos de Auchvitz.

fonte

A gente quer bater na hipocrisia dele. Se não vai pra guerra para de ficar celebrando patriotismo. E eu concordo. Eu vou imaginar na minha cabeça que o Patolino aprendeu uma lição naquele dia e parou de ser patriota pra não ser hipócrita.

O Homenzinho da Junta de Alistamento é só um burocrata fazendo o trabalho dele, mas o trabalho dele é ser vilão! Não é pra ter ninguém sendo mandado a força pra guerra não.

Se esse personagem existisse por mais curtas, teria mandado gente pro Vietnã, pra Coreia, pro Iraque, não tomarei o lado do exército estadunidense não.

Viva o Patolino! Deserção das forças armadas é nobre e moral!

Veredito: Fodam-se as forças armadas. Viva o Patolino.

Piu Piu vs Frajola:

Gente, como o Frajola/Sylvester é um ingrato, não é mesmo? O canalha tem casa, tem comida e tem afeto. A vovó é uma dona carinhosa e do bem, e como ele agradece ela? Com sua companhia? Sentando no colo dela pra ronronar? Que nada, ele agradece ela tentando matar o passarinho.

Tentei achar aqui evidências de momentos dele só sendo um gato amoroso, e não rolou.

“Ain, mas ele quer comer o passarinho.” ele tem comida ali! Ele tem muita comida ali, mas ele faz questão de comer o Piu Piu pois ele é canalha.

Vocês sabem que o canalha tem acesso até a café e cigarro. O que ele quiser a Vovó compra pra ele, mas ele quer é que o passarinho dela morra.

“Ain, mas o Piu Piu provoca”, nossa, vamos culpar a vítima agora? Vamos mesmo olhar se o Piu Piu pediu pra ser devorado com base em como ele se porta? O que é isso? É preyshaming aqui? Não senhor! O que se você é apetitoso e fica na gaiola sendo delicioso não pode reclamar se um predador quer te comer? Recomendo que quem pensa assim vá ler Beastars e reveja alguns conceitos.

“Ain, mas gato é assim mesmo, eu conheço alguém que tentou ter gato e passarinho ao mesmo tempo e não deu certo, pois o gato matou o passarinho. A vovó que foi irresponsável de juntar os dois.” argumento potencialmente válido quando essa tragédia rola na vida real. Mas o Frajola é um gato inteligente capaz de tomar decisões com base em coisas além de instinto. Ele consegue ter um emprego, lutar na segunda guerra, construir um kart, criar um filho, resolver crimes…. ele não é o puro instinto animal.

O maluco entrou pros Passarívoros Anônimos e não aprendeu nada.

Frajola é um canalha, cujo único sonho dele é destruir a própria família, matar o irmão pra quebrar o coração da mãe. Ele fala tanto em comer o Piu Piu, mas vocês conhecem gato, né? Vocês duvidam que ele só não dê o cadáver do Piu Piu de presente pra Vovó, como o merda que ele é?

Apanhou pouco demais.

Pernalonga certíssimo em roubar a mulher dele.

Veredito: Frajola tá errado!

Tom vs Jerry:

Ah, vamos incluir um não-Looney Tunes aqui, pois é tudo o mesmo formato, não é mesmo? Acabamos de julgar um gato, vamos julgar outro gato.

É curioso, como Tom e Jerry herda a dinâmica de gatos com sua presa mais famosa, mas inverte completamente o sentimento por trás da caça. As vezes o Tom tenta comer o Jerry, as vezes não tenta, mas nunca é sobre a fome do Tom. É sobre o trabalho dele. O Tom é o oposto do Frajola, pois ele só tem aquela casa legal com comida e leite, pois é o trabalho dele matar o Jerry e seus donos esperam que ele faça seu trabalho de matar ratos. Portanto ele não está matando Jerry por ingratidão, ele tem medo de perder a vida boa e voltar pra rua.

Frajola está tentando voltar pra rua, Tom está tentando não voltar.

Butch, o gato preto que oscila entre ser o melhor amigo ou o rival de tom, serve pra lembrar Tom de quais são seus privilégios e porque é importante não perdê-los.

Tom só quer ser feliz.

E eu falei que culpar o Piu Piu era culpar a vítima, e é mesmo, mas o Jerry provoca. Gente, o Jerry provoca. Ele não vira a bunda pro Tom e fala “olha como eu sou apetitoso”. Não, ele vai e bebe o leite dele, ou pior, pega a mulher dele.

Ele deliberadamente e sadisticamente coloca armadilhas pro Tom se foder na mão do dono. Eu já descrevi muito a crueldade do Senhor Jerome Mouse aqui.

Ele podia ter um acordo com o Tom, em que um fica discreto e finge que não tem rato na casa, que os dois conseguem dividir ela. Os dois podiam trabalhar juntos e várias histórias já enfatizaram isso.

Porque a real, é que quem tá errado são os donos do Tom. Sejam eles aquele casal, ou aquela senhora negra, que muitos confundem com uma empregada da casa, mas existe um caso genuíno sobre ela ser na verdade uma mulher negra que era dona daquele casão. Muito preconceito projetado, achando que uma mulher negra não faria faxina na própria casa, só na casa dos brancos. Nada impedia ela de ser a dona da casa…. E portanto o problema.

Tem muito episódio que ela está arrumando a casa, mas tem outros em que ela está se arrumando pra sair. Tudo indica que a casa é 100% dela. Mas talvez ela ainda precise de mais 30 anos pra terminar de pagar.

O Tom e o Jerry querem morar na casa, os humanos não querem, então os humanos treinam um animal pra bater no outro, e se o Tom falhar eles treinam um cachorro pra bater no Tom. A real e que o tom parasita os humanos e o Jerry parasita o Tom, e eu acho que os humanos tem que se foder, mas o Jerry foi bater no elo fraco.

Era pro Tom e pro Jerry e talvez o cachorro junto, juntos darem porrada nos humanos e pegarem a casa pra eles, era pra ser o Saltimbancos essa porra, mas não é. E bem, todos tem parte da responsabilidade pela falta de união, mas eu acho o Tom na posição mais vulnerável. Afinal, os humanos, o cachorro e o rato, todos batem no Tom, e ele não tem opção a não ser apanhar, e ele só quer coisas como dormir, tomar o leite dele ou namorar.

E o Jerry é uma figura do caos, um sádico que se diverte com o sofrimento do Tom, se escondendo por uma percepção de que ele é pequeno e tá tudo bem.

Tá tudo bem não. Ele bate no fraco. O Tom é o mais fraco, pois seu tamanho não muda a vulnerabilidade de sua posição. E o Jerry tortura ele. Não finjam que não sabem. O que o Jerry faz é hostil e cuzão.

Foda-se esse rato! O Tom podia ter um pouco de colaboração de classe, mas olha a cara do Jerry e vê se ele vai topar cooperar?

Veredito: Jerry tá errado.

Pernalonga e Cecil Turtle:

Essa é boa. Os curtas com Cecil Turtle são os únicos onde o Pernalonga é pra ser visto como o vilão do curta-metragem, e por isso são os únicos em que o coelho se fode, e a gente tem que comemorar isso. Mas temos mesmo?

Nessas histórias Pernalonga está movido pelo ego, ele está puto com a constatação de que é possível uma tartaruga vencer um coelho numa corrida. Pernalonga quer vencer Cecil e provar que uma tartaruga jamais vencerá um coelho.

E Cecil descaradamente rouba pra cacete na corrida e ganha e humilha o Pernalonga.

Mas cá entre nós, o Pernalonga tenta roubar também, pois ele é mesquinho e quer garantir que a tartaruga não tem chances.

Então a pergunta que fazemos é: está tudo bem roubar se for pra por o ego no Pernalonga no lugar dele e ensinar ele a respeitar a metáfora da fábula e a não enfiar seu especismo goela abaixo dos outros?

Na minha interação favorita dos dois, a máfia dos coelhos tenta roubar pro Pernalonga ganhar só pra poder restaurar a honra da espécie, e o Cecil manipula o Pernalonga a correr vestido de tartaruga pra ele sofrer a fúria dos coelhos roubando na corrida.

Sabem o que eu acho? Que fodam-se os coelhos, as tartarugas tão mais que certas de equilibrar essa competição. Tem que roubar mesmo. Achei muito ético roubar nessa corrida.

Pernalonga mereceu perder, devia ter é perdido mais corridas.

Mas não mereceu perder o pacote de TV a Cabo no dia do jogo de basquete, eu só defendo o Cecil trapaceando na corrida.

Veredito: Pernalonga está errado.

Pepe le Pew vs Penelope Pussycat:

Esse é outro que não tem nem debate! O Pepe é um abusador, um inimigo do consentimento, um predador sexual, um manipulador, um praticante de violência sexual e o pior gambá que existe. E a Penélope é uma vítima.

Uma mulher passando por tanta tortura psicológica que ela contempla o suicídio em alguns curtas.

Mas eu trago os dois pra lembrar o público uma coisa importante:

Eles tem uma inimizade! E portanto a inimizade deles é tão digna de ser retratada aqui quanto qualquer outra!

Pois existe uma percepção na cultura pop, a de que a Penélope e o Pepe são namorados, em que ela é uma amante que se faz de difícil e o que os dois tem é consensual. E essa percepção é corroborada por algumas tentativas da própria Warner de tentar fazer com que ao fazer Penélope consentir, remova-se o que torna Pepe problemático. Eu já falei disso bem a fundo quando estourou a polêmica do Pepe Cancelado.

Obrigado por nada, The Looney Tunes Show.

Quando eu acho que de fato criticar a postura de Pepe é uma solução melhor do que vender seus maneirismos como parte do que é um flerte. 

Pois meu ponto é: Pepe não flerta. Ele preda. Ele é um predador e Penélope é uma presa. Tanto quando Frajola e Piu Piu ou Coiote e Papa Léguas. Ele persegue ela e ela tem medo dele.

E ele tá errado!

E ela não fez nada errado. Aqui não culpamos a vítima. Mesmo se a listra branca nas costas não fosse acidental, ela teria o direito de andar com tinta branca nas costas sem um gambá asqueroso destruir a vida dela.

Veredito: Pepe Le Pew está errado, é um assediador sim, um criminoso e um gambá incapaz de receber perdão ou redenção. Deviam fazer um curta dele no inferno sendo torturado pela Penélope.

Lobo vs Droopy Dog:

Em 2024, o Lobo de Tex Avery, cujo nome verdadeiro é Slick Joe McWolf (adoro as coisas que eu descubro escrevendo esses textos), é lembrado principalmente por suas reações extravagantes ao ver o show sensual de dança de uma versão adulta da Chapeuzinho Vermelho. Sempre foi o auge do personagem em fama e alcance, e a cultura do meme só intensificou o que já era grande.

Mas o personagem na maioria de suas aparições não quer tanto seduzir uma dançarina ruiva. Onde no caso ele é o errado tanto quanto Pepe le Pew, mas aqui ele é escancaradamente o vilão, e a aproximação dele é marcada como vilanesca e asquerosa.

Na maioria das histórias ele quer escapar da cadeia. Ele é um criminoso que está sendo perseguido pelo agente da lei Droopy Dog, um cachorro perpetuamente com cara de infeliz, que o encontra toda vez e não deixa ele se safar por absolutamente nada.

Eu sempre gostei dos desenhos do Droopy.

Enfim, eu tendo a querer promover a ideia de que All Cops Are Bastards e não ficar por default do lado da força da lei, como se a lei não fosse enviesada e uma desculpa para opressão institucional. Mas eu vou presumir que o Lobo tá preso pelos diversos assédios a Chapeuzinho Vermelho.

Ou por ser literalmente Hitler o que for mais grave dos dois.

Enfim, em um dos curtas, Droopy e a dançarina diretamente interagem, em que Droopy mata o Lobo pra proteger a dançarina. Então é, é tudo sobre não deixar esse nazista cometer violência sexual e sobre não validar a ideia de que o trabalho dela está convidando seus clientes a forçarem ela a algo.

Então tá meio que direto ao ponto né? O Droopy protege a dançarina de um abusador escroto. Foda-se o Lobo. Bom, aí eu quero apontar a hipocrisia do departamento de justiça. Uma vez que Droopy deseja a ruiva com a mesma intensidade e já sequestrou ela no final. Então quem ele é pra julgar?

Quero apontar a prepotência do Droopy que ao se julgar o herói, pelo default de sua profissão, se sente no direito de atacar o Lobo. O que inclui usar força letal em vez de prendê-lo.

Mas especialmente quero falar que apesar de seus inúmeros problemas com a lei, o Lobo possui um arco de personagem.

Sim, pois o Lobo depois de passar anos fugindo da lei e em liberdade, em algum momento passou por um tempo no interior em que ele adquiriu um sotaque caipira, se apaixonou pela música Year of Jubilo, e se acalmou. Esse lobo fez muita terapia offscreen, pois foi de literalmente Hitler, agressivo e horny, pra calmo, de boa, ainda disposto a roubar pra comer e antagonizar as forças da lei

porém crente no potencial da educação na sociedade.

E gente, eu vou falar, eu acredito no poder da ressocialização, e que a real maneira de pessoas que cometeram atrocidades pagarem sua dívida com a sociedade é fazendo algo mais útil que apodrecer numa cena sendo torturados e sexualmente abusados. E acho que não é graças ao Droopy que ele achou a luz.

Digo, ele aparenta gostar da bandeira dos Confederados ainda, mas…. Acho que pra quem começou como literalmente Hitler, ele já fez grandes avanços. Obviamente ainda tem muito o que trabalhar.

Aí os espertalhão vão dizer que que não é o mesmo lobo. É só outro lobo do Tex Avery enfrentando o Droopy que também chama Lobo. Pff, que desculpinha pra negar o poder da mudança de coração.

Se não fosse Droopy dando tiro no peito dele pra tentar ganhar um beijo da mulher que ele curte, talvez ele visse a luz antes.

Então o lobo tem problemas, problemas pesados. Mas o Droopy cuzão sequestrador de mulher e se safando pelo seu título de “O Herói” não vai ganhar dele não. O único herói foi o terapeuta que acalmou esse lobo. Aposto que o terapeuta não recebeu favores sexuais daquela dançarina em troca, pois ele, ou ela, ou elu, é uma pessoa direita!

Viva o terapeuta, o herói invisível da transição da fase clássica do Tex Avery pra fase de baixo orçamento.

Veredito: O Lobo tem problemas, mas o Droopy carrega consigo os erros do sistema punitivista das forças da lei e seu monopólio da violência e esses são erros maiores que os crimes do Lobo.

Sam Sheepdog vs Ralph Wolf.

A grande piada de Sam e Ralph é que brigar é o trabalho deles. Os dois se gostam e se dão bem, mas depois que eles batem o ponto, o trabalho de um é brigar com o outro. O trabalho de Ralph é roubar as ovelhas de Sam e o trabalho de Sam e cuidar das ovelhas.

Naturalmente ambos estão somente fazendo seus próprios trabalhos e querendo alimentar suas famílias. É um mundo agressivo e ninguém pode se dar ao luxo de estar desempregado. Mas acho que vale a pena questionarmos se esses trabalhos deveriam existir, e se essas ovelhas merecem ser roubadas ou devolvidas.

E é justamente a perspectiva de ser o trabalho deles que me faz questionar o papel do trabalho do Ralph na dinâmica.

De onde eu vejo, Ralph não rouba as ovelhas pra si, pra se alimentar, alimentar sua família, ou simplesmente lesar o fazendeiro de quem ele pode ter algum tipo de desafeto. Não. Ele rouba as ovelhas pro seu patrão. E aí eu sou contra, fazer trabalho sujo do patrão assim?

Até onde eu sei, o patrão de Ralph pode ser um fazendeiro querendo ter uma fazenda igual a que Sam protege e só está transferindo o produto de uma mão pra outra.

Porém isso não é tão provável, tendo em vista que Ralph e Sam aparentam ter o mesmo patrão.

O mais provável é que na verdade o trabalho de Ralph seja testar a segurança. Mantendo Sam atento e afiado pra quando um real ladrão chegar ele estar devidamente treinado. Só isso justificaria o mesmo patrão pagando o ladrão e o guarda ao mesmo tempo.

Se for o caso, aí eu vou então criticar o Sam. Em que não é necessária tanta violência, quando o Ralph já entendeu que o plano deu errado e quer partir pra outra.

Sam é um dos Looney Tunes mais brutos. É só socão na cara. Eu respeito o profissionalismo, mas acho que ele podia pegar leve com o Ralph, que só quer ajudar o próprio Sam a ser um guarda melhor.

Mas é um caso leve, pois o próprio Ralph não leva pro pessoal.

Veredito: Sam tá errado por não saber brincar.

Wile E. Coiote vs Papa-Léguas:

Ok, vamos falar um pouco do Papa-Léguas aqui.

Eu acho que o Papa-Léguas é a definição exata do que é um filho do privilégio.

Vamos pensar na clássica piada do túnel. Talvez a piada mais famosa do Coiote. Aquela em que o Coiote desenha um túnel na parede pra que o Papa-Léguas bata de cara, mas o Papa-Léguas subitamente revela a habilidade de passar pelo túnel como se ele fosse real. Quando o Coiote tenta imitar o feito, ele tromba.

Essa piada me fascina, pois ela pega na base da dinâmica dos dois. A inimizada do Papa-Léguas com o Coiote é marcada pela presença invisível de uma terceira entidade forte que é “como as coisas funcionam.”, que é o juiz parcial pro Papa-Léguas.

As leis da física funcionam de um jeito pro Coiote e de outro jeito pro Papa-Léguas. Existem coisas inacessíveis que o Papa-Léguas pode fazer, em virtude de ser quem é.

E coisas simples que o Coiote não pode fazer, em virtude de ser quem é.

E o túnel é a exemplificação máxima de um espaço dimensional que somente o Papa-Léguas pode ocupar e o Coiote jamais.

Agora, é culpa do Papa-Léguas isso, diretamente? Não! Ele não fez uma mágica que transformou o túnel num portal só pra ele. Uma característica notável no Papa-Léguas é que ele é passivo. Ele não faz nada! Ele só está lá e deixa o mundo reagir a ele existir. E o mundo reage a ele como se ele fosse o rei. Ele usufrui do privilégio de que a pedra nunca cairá em cima dele não importa o peso, ele goza desse privilégio.

E ele ZOMBA do coiote por ser intocável.

E assim, já passou da hora do principezinho cair do trono! Eu sei que é difícil quando é literalmente Deus do seu lado impedindo que as bombas explodam! E sei que as tentativas do Coiote de processar a Acme resultaram num silenciamento totalitário e violento ao coitado.

Mas foda-se o Papa-Léguas

Sonho com o dia que o Coiote vai enfim jantar esse vermezinho!!

Gozou de vantagens demais pra ser intocável, tá na hora de levar uma surra do Coiote.

Veredito: Papa-Léguas merece virar jantar.

Frangolino vs Barnyard Dawg:

Ah, esse é o conflito essencial dos Looney Tunes. Eu chamei ele em dois textos já, de o conflito mais justo dos Looney Tunes, pois as vezes o grande Foghorn Leghorn (Frangolino) ganha, e as vezes o Barnyard ganha. Depende do episódio quem dá porrada em quem, as vezes Frangolino provoca, mas as vezes o cachorro provoca.

É a relação que melhor explora o que é uma rivalidade mesmo, dois agentes mútuos que querem a destruição do outro. Então quem tá certo? Como medir isso aqui?

Bem, pra isso temos que observar o contexto geral deles. Barnyard é o cão de uma fazenda com um notório galinheiro, aonde Frangolino é o galo chefe, presumo que aquele que a expectativa do fazendeiro é que cruze com as galinhas e faça nascer vários pintinhos.

Existe um favoritismo claro por parte do fazendeiro invisível, já que Barnyard fica preso 90% do tempo, com a corda que impede que ele se afaste de sua cozinha sendo a piada mais famosa da rivalidade, Frangolino calcula a distância da corda e corre até o exato ponto em que o cachorro não o alcança depois de provocar.

Barnyad soa como o cão de guarda do galinheiro, mas a necessidade de mantê-lo preso e longe do alcance das galinhas faz entender que é o oposto, ele é o cão de estimação do fazendeiro que tem um histórico de ter atacado galinhas no passado. E que o Frangolino, a estrela do galinheiro foi sua vítima.

Então é isso! Eu estou deduzindo aqui que Barnyard começou a rivalidade e bateu primeiro. E bateu por inveja, ele confundiu a dinâmica entre o amor que um homem tem pelo seu cachorro com o amor que um empreendedor tem pelo animal que é quem faz o dinheiro.

Agora, Frangolino é egocêntrico e desagradável. E é obvio que ele está amando ter um incidente pra justificar anos e anos de vingança, e que a humilhação diária alimenta o desejo de atacar o Frangolino.

Então eu não queria defender diva fazendo bullying, mas…. Talvez Barnyard tenha mordido mais do que podia engolir. Ele provocou uma fera, e agora lida com ela. E seu orgulho o impede de procurar a paz. Claro que hoje é Frangolino quem provoca, mas… Frangolino provoca abusando da corta amarrando ele a casinha.

E essa corda conta uma história, porque o fazendeiro confia em Frangolino pra ficar solto e em Barnyard não? A corda é o fardo do pecado que Barnyard carrega. Eu não estou do lado do fazendeiro, mas ele é o subtexto invisível na briga, e eu seria a favor de Barnyard desapegar da fazenda e ir tentar a sorte sendo adotado pelo Porky Pig/Gaguinho, nas aqui ele está só pagando por sucumbir ao pecado da inveja, em seu inferno pessoal.

Que nem é tão infernal assim, pois ele as vezes ganha.

Veredito: Barnyard tá errado, mas Frangolino é uma pessoa pior.

Irmãos Warner e Irmã Warner vs Ralph T. Guard.

Sabem, muita gente se refere ao trio de personagens como “Os Animaniacs”, eu nunca gostei dessa linha de raciocínio. Pra mim, Animaniacs devia ser o nome coletivo de todo o elenco do desenho. Que juntavam todos seus núcleos em Animaniacs, com o trio principal sendo só Irmãos Warner e Irmã Warner. Mas desde que a Starfire falou que os Animaniacs moram na caixa d’água do estúdio no filme do Teen Titans Go, eu me senti baqueado de ver esse termo canonizado. E eu sinto que no reboot, sem o elenco de apoio, confirmou-se que os três protagonistas são coletivamente “Os Animaniacs”, mas eu sigo resistindo a usar o termo.

Enfim, qual a situação aqui? Ah sim, Yakko, Wakko e Dot estão em prisão domiciliar semi-permanentemente, e o guarda deles é esse cara chamado Ralph, que insiste em persegui-los e prendê-los, para eles sempre tentarem escapar…

A pergunta que precisamos trazer aqui é: Ralph está só fazendo seu trabalho? Ou existe um prazer e satisfação nele em manter os Warners confinados?

Bom, importante entender qual é o trabalho do Ralph. O Ralph é um guarda de um estúdio. Guardas e seguranças como Ralph são uma profissão que as vezes pode atrair pessoas com um desejo secreto de serem policiais e de viverem no filme Die Hard. Tinha uma assim no meu colegial, mas pra quem não acredita é só assistir o documentário Paul Blart Mall Cop.

E embora o trabalho dele seja só não deixar gente não autorizada a entrar no estúdio, ele tira um prazer enorme de usar da violência pra impedir que alguém desafie sua autoridade. Especialmente em crianças.

Por isso que eu acho que quando o estúdio definiu que seu trabalho seria não só cuidar do portão, mas manter três crianças presas numa caixa d’água sempre que não são necessárias, eu tenho certeza de que ele abraçou a chance de demonstrar mais autoridade. Olha o sorrisão dele no dia da primeira captura. Ele podia ter dito “não é minha função”, ele devia ter dito isso, mas ia perder a chance de ser um escroto?

Aí você me fala: “mas hoje ele parece mais infeliz e menos empolgado com o trabalho”. Ah é? Bem-feito.

O que os três querem? Sair de casa e dar uma volta! E um guarda com mania de grandeza quer impedir pra que? Idiota!

Veredito: O direito de ir e vir é essencial e Ralph é um inimigo das crianças. O episódio em que ele se veste de papai noel é deboche.

Pica-Pau vs Guia Turístico das Cataratas do Niágara.

Gente, eu acho que pra alguém que é tão querido no Brasil quanto o Pica Pau, a gente é formal demais com ele. Afinal o nome dele é Woody Pica-Pau (Woody Woodpecker), e a gente chama ele só pelo sobrenome até hoje. Você sabia que o nome dele é Berimbau Pica-Pau? Pica-Pau é nosso amigo, devíamos chamá-lo pelo nome.

Mas é, o Pica-Pau as vezes pega uns filho da puta tipo o Zeca Urubu/Buzz Buzzard, e aí não tem a menor dúvida de quem é o pilantra da interação. E as vezes o desenho é ele dando de louco e batendo nos outros de graça. Eu dificilmente acho complicado entender quem tem a razão no Pica-Pau, mas o exemplo que eu acho melhor pra levantar a moralidade é também o curta que é mais meme no Brasil, que é o curta das cataratas.

Aqui, o Pica-Pau quer descer as Cataratas do Niágara de barril, e um guia turístico quer impedi-lo, por ser contra a lei. E na tentativa de impedir o Pica-Pau o guia cai diversas vezes da catarata.

Eu tenho três pontos pra tirar disso aqui.

Não é o trabalho de um mero guia turístico impedir o Pica-Pau de fazer algo ilegal. Ele que chame a polícia… eu vejo muita gente chamar ele de guarda, mas não senti isso. Ele começa agradando turistas, e não vi nenhum distintivo.

É de fato proibido se jogar do Niágara, e isso se deve ao fato de que milhares de pessoas morreram, algumas intencionalmente, tentando tirar a vida, e outras querendo se desafiar, só um número pequeno de pessoas sobreviveu a queda num barril. E a estatística no mundo real está contra seu favor. Mas no desenho, num universo alternativo em que Pica-Paus falam, o guia sobreviveu a diversas quedas sem um único arranhão. O que faz com que obviamente essa versão das cataratas sejam mais seguras, e que portanto, o guia exagerou.

E o mais importante, no fim do curta o filho da puta desligou a água do Niágara pra impedir o Pica-Pau de pular. Pelamor de Deus, crime ambiental do cacete!

Zeca Urubu não tem um crime ambiental dessa magnitude no currículo, que bom que o Pica-Pau devolveu a água pro povo.

Veredito: Pica-Pau literalmente só tava cuidando da própria vida.

Frango Boo vs Humanidade:

Eu acho abismal o preconceito que o Frango Boo recebe por ser uma galinha gigante. É tão surreal o ódio imenso que o mundo tem de galinhas. Acho que explica muito como o mundo funciona.

Para quem nunca viu esse segmento magnífico dos episódios originais de Animaniacs, é assim, é uma fórmula extremamente simples que se repete todo episódio. Vou descrever a fórmula.

Começa com um grupo de pessoas na expectativa de uma figura de autoridade, pode ser um general para um pelotão, um dançarino-estrela para a staff de uma apresentação de balé, um roteirista-chefe para uma sala de roteiro, um xerife para uma cidade no velho oeste…. Essa figura de autoridade, com um nome que sempre inclui o nome Boo no meio, será alguém novo que ninguém ali viu na vida…. Mas nossa, eles sabem da reputação do sujeito, todos já ouviram falar do cara, todos recitam o currículo de feitos impressionantes da pessoa, todos descrevem que ela é a pessoa mais qualificada e digna de ocupar aquele cargo e que é uma honra pra eles respirar o mesmo ar que aquela pessoa.

Aí vem esse um pamonha na multidão atropelar esses boatos e falar o obvio: “eu ouvi falar que ele é uma galinha gigante.”

E esse cara comprou uma briga, todos desmentem que uma autoridade tão magnãnima, respeitada que fez tudo que uma pessoa em sua área deveria fazer, jamais poderia ser uma galinha gigante. Não tem como Boo ser uma galinha gigante, ele é uma pessoa excelente.

E aparece então o Boo…. E é literalmente uma galinha com o mais porco e improvisado disfarce de ser humano que de maneira alguma esconde o fato de que é só uma galinha usando roupas. Mas ninguém vê nada de errado. O que teria de errado? Nada, essa pessoa é o Boo, ele fez tudo o que eles ouviram falar, ele é um gênio, e todos presumem que ele não é uma galinha.

E o Boo nem fala, ele cacareja com uns “cocó”, e todo mundo reage como se tivesse ouvido sabedoria.

Então, de repente, por qualquer motivo, o disfarce de Boo cai, total ou parcialmente, as vezes é só um bigode falso ou um chapéu que cai, e todo mundo reage em choque de vê-lo sem disfarce, provando que ele era uma galinha. O choque é real, e uma das pessoas ali até fala “Eu avisei, eu avisei.” com o gozo do cara chato que estava certo.

E a reação é uma só! Encher a galinha de porrada, a galera sempre parte pra cima de Boo na violência mais injustificada de todo esse texto, e após a surra, Boo se levanta todo empoeirado e caminha em direção ao horizonte.

Nossa, eu acho fascinante como a humanidade tem dificuldade de associar certos grupos a posição de poder. O motivo pelo qual ninguém acredita que Boo pode possivelmente ser uma galinha, é porque ele fez coisas impressionantes. Mas no instante que é revelado que ele é de fato uma galinha, sua reputação e seus feitos não servem de mais nada, e ele merece violência pelo mero fato de ser uma galinha.

Essa é a galinhofobia, mas podia ser contra qualquer outra coisa que se encaixava aqui. As figuras de sempre não aceitam ver nada diferente de um homem branco hétero cis no poder. Em 2024 chamam tudo de lacração, mas em 1997 não chamavam de nada, só espancavam qualquer um.

Até um super-herói! O Batman espancou o Robin por ser uma galinha!

Mas é como a humanidade funciona! E eu acho que o desenho é pra rirmos da violência cometida contra o Boo, mas não, não tem graça ver uma minoria apanhar mesmo quando ela atinge status. O inimigo de Boo é a raça humana, pois ela segue tão detestável quanto sempre foi.

Não me surpreende que ele coringou no reboot. Se tem alguém que merece odiar a raça humana é ele.

Veredito: Boo é um anjo e a humanidade é podre.

Existe muita hostilidade nesses desenhos, muita maldade, e muita gente tendo que enfiar as mãos na lama e fazer coisas horríveis pra se defender de alguém pior. Mas essa era a vida em uma época em que a comédia era mais simples e envolvia mais bigornas e mais pianos.

Espero ter esclarecido bem a escala moral desses desenhos, e espero que os Looney Tunes continuem cheios de gente babaca pra me divertir.

E esse foi meu texto de primeiro de abril. Data que eu reservo pra textos que não são exatamente mentiras, mas tem mais forçadas e menos seriedade, datas em que eu vejo um mundo um pouco mais simples. A gente se vê no próximo primeiro de abril, onde eu vou dizer quem são os personagens com mais pecados e menos pecados na Turma da Mônica. Fiquem bem leitores que daqui a pouco vem um novo texto seguindo a programação normal, e nos vemos.

Isso é tudo pessoal!

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

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Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

Alertas

  • – Todos os posts desse blog contém SPOILERS de seus respectivos assuntos, sem exceção. Leia com medo de perder toda a experiência.
  • – Todos os textos desse blog contém palavras de baixo calão, independente da obra analisada ser ou não ao público infantil. Mesmo ao analisar uma obra pra crianças a analise ainda é destinada para adultos e pode tocar e temas como sexo e violência.

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