Top20 melhores cenas de beijo

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É dia 14 de Fevereiro, meus queridos leitores? Sabe o que significa! Significa que o carnaval pode oficialmente ter acabado, mas que a época de beijar muito na boca não acabou não, pois hoje é o Dia de São Valentim. Aquela festa internacional de celebrar os entes queridos e as pessoas que amamos, que no Brasil é substituído pelo Dia dos Namorados que virá mais no futuro, pois o pai do João Dória queria muito que a gente tivesse um dia diferente do resto do mundo.

E claro que celebrar um namoro ou uma pegação não é a única forma de celebrar o Dia de São Valentim, pode-se se celebrar as suas amizades e a sua família e qualquer afeto seu, as suas pegações ainda são uma maneira de se celebrar. E eu por tradição gosto muito de nesse dia fazer um texto celebrando relações nesse blog.

Já fiz os meus namoros favoritos, minhas amizades entre homem-e-mulher favoritas, meus shippings favoritos e meus exes favoritos. Além de ter feito meus irmãos favoritos que eu podia ter feito num dia de São Valentim, mas fiz pra um dia dos irmãos. Hoje eu não fiz sobre uma dinâmica de relacionamento, hoje, com a ajuda dos meus apoiadores que me ajudaram a escolher, eu resolvi fazer sobre cenas de beijo.

Porque cenas de beijo são magníficas. A grande consumação dos sentimentos dos personagens na nossa frente e a grande recompensa pro expectador ver o amor dos personagens se tornar físico e manifestado na nossa frente. O mundo precisa é de mais cenas de beijo. São o climax de toda boa história de amor, mas adições muito bem-vindas em histórias de qualquer gênero. Hoje é o dia de celebrá-las.

Mas antes de falarmos de gente dando beijos, eu quero falar sobre os patrocinadores do Dentro da Chaminé.

São os próprios leitores!! Pois o Dentro da Chaminé tem o um financiamento coletivo pelo apoia.se que permite que os leitores ajudem o site financeiramente, e gente, sério, é uma ajuda que faz a diferença. Por isso se você tiver algum interesse em ajudar o blog, eu peço que faça seu apoio com o valor que achar justo, até porque nãos e ajuda só com dinheiro, se ajuda com feedback, com sugestões e observações.

Como esse próprio texto que eu estava na dúvida entre duas ideias e meus apoiadores fizeram o desempate.

Se não quiser ajudar mensalmente, mas ainda quiser ajudar, você pode fazer um pix de qualquer valor pra chave franciscoizzo@gmail.com que seu apoio será igualmente apreciado, eu serei igualmente grato e você será igualmente homenageado aqui.

Pois esse texto é feito em homenagem a todos os que já me apoiam, uma turma legal que é quem está de fato mantendo esse site de pé, e sou muito grato a todos. Espero que gostem do texto.

E esse texto é sobre gente se beijando!

Beijo é um bagulho muito louco né. Porque fica bem ali, na exata fronteira entre o ato inocente e o ato sexual. É inocente o bastante que constantemente mostramos crianças beijando. Mas é sexual o bastante que isso vem sobre muitas regras sobre o tipo de beijo. Com Hollywood na sua fase mais conservadora não permitindo que um beijo fosse mais longo do que três segundos, pra não passar a ideia do pecado.

Tem gente que acha que o beijo é uma preliminar tão básica que não é necessária nenhuma intimidade pra dar um beijo.

Tem gente que acha que é tão mais íntimo que o sexo, que não beijaria um parceiro de sexo casual.

Cada um tem a sua própria visão do papel que o beijo deve ter em suas relações, e é assim que deve ser, pois nossa sexualidade é uma questão pessoal de descoberta, experimentação e descobrir o que funciona e o que não funciona.

O importante é que quando estamos no cinema possamos ver os heróis se beijarem, porque pouca coisa é mais catártica do que enfim ver o casal dar aquele beijão que a gente ficou esperando. E por mais que três segundos, de preferência.

Depois desse beijo, Marge diz que foi o melhor beijo de sua vida. E Homer responde "da sua vida até agora".

E beijos mesmo assim não são tão fáceis de ser dados. Estamos no começo do processo de realmente aceitar beijos gays no cinema. A gente meio que superou a do beijo inter-racial, mas os EUA aproveitaram que superaram pra não precisar mostrar muito. O cinema tem menos casais inter-raciais do que a gente imagina quando para pra pensar. Existiam regras claras de quem pode e não beijar em Hollywood, que mesmo depois de caírem e todo mundo passa a poder beijar, ainda se tornam guias sobre quem deve ou não beijar.

As vezes quando o Avatar é um homem, a série acaba com ele e a menina dando um puta beijão maneiro bem enquadrado e emocionante na frente de todo mundo.

E quando o Avatar é uma mulher temos que nos contentar com um olhar profundo na menina e é isso, o público entendeu que vai ter beijo no futuro.

Mas eu não quero entender isso, eu quero ver beijo! Tem que ver o amor vencer e se manifestar! Tem que ver esses personagens poderem demonstrar o que sentem. Algumas mídias como o audiovisual e os quadrinhos se baseiam muito no conceito de “mostre, não conte”, e é isso, beijos são o grande maneira de mostrar o amor dos personagens.

Então quero vir aqui celebrar 20 beijos, para celebrar tudo o que envolve o conceito. A catarse dessas cenas, as emoções dos personagens e como um bom beijo deve ser retratado.

Antes de começar a lista, e eu quero começar logo, ela vai ser longa, eu preciso estabelecer as regras. Regras são importantíssimas.

Regra Nº1. Não serão considerados para essa lista beijos irônicos. Beijos dados por gente que não se ama, e só entrou no clima estão valendo, não precisa ser o beijo do amor verdadeiro, desde que tenha alguma emoção. Porém, o personagem de desenho beijando o caçador pra zoar ele, ou Judas beijando Jesus Cristo pra traí-lo, ou beijos de declaração de guerra esse tipo de beijo não vai contar, sem beijos hostis.

Regra Nº2. Também não valem beijos implícitos. Ou metafóricos. Sem o beijo-de-cigarro do Black Lagoon, ou o beijo offscreen do Sanji com a Pudding em One Piece. Beijo de verdade de histórias que não deram um jeitinho de não mostrar.

Regra Nº3. Ah, isso não era nem pra ser regra, mas eu quero deixar o óbvio dito aqui! Só coisa consensual que as duas partes queriam o beijo. Com no máximo um beijo roubado que a outra parte imediatamente depois do beijo demonstrou aprovação. Sem aquela palhaçada que rolou entre o Michael Scott e o Oscar que deixou todo a humanidade desconfortável.

E é isso. Todas as imagens aqui são as menções honrosas. Mas antes de começar quero fazer uma pequena menção desonrosa

Menção Desonrosa:
Hitohito Tadano e Shouko Komi
(Komi-San Wa Komyusho Desu/Komi Tem Problemas de Comunicação):

Ok, antes vamos deixar claro o que é um desastre. Komi-San é um mangá que foca na amizade de Hitohito Takado e Shouko Komi. Komi é uma garota muito tímida e Tadano está ajudando ela a superar sua timidez e a fazer vários amigos.

Eles obviamente se apaixonam, e o mangá é claramente uma comédia romântica dessa que o casal enrola pra caralho pra ficar junto, mas eventualmente eles ficam juntos e o mangá não acaba. O mangá segue mostrando o casal, só enrolando pra mostrar o beijo. Criando a antecipação, e então, no capítulo 411, quando é o momento de mostrar o casal.

É essa porcaria aqui.

Pra ser justo, tem gente que acha que o legal mesmo é essa discrição, distância e intimidade. Só que não é pra isso que estamos aqui. Vamos ver cena de beijo de verdade.

Por diferenças culturais, os romances nos mangás as vezes podem mostrar diferenças nos ritmos de uma obra ocidental. Eles tem a tradição forte da confissão de amor, então muito mangá costuma ser construído pra cena de confissão ser o momento de catarse. Ao mesmo tempo, é a expectativa que muitos casais jovens comecem a namorar antes de darem as primeiras beijocas, então muito mangá mostra o caminho do namoro até chegar no beijo. Mas faz a chegada ao namoro ser épica.

Tudo bem isso.

Mas tem exceções.

E falarei das exceções.

Sem celebrar esse beijo morno e xoxo, que não realmente põe no papel a antecipação e os sentimentos que os leitores prepararam pro 411 capítulos.

Se lascar esse mangá.

Comecemos a lista de verdade.

20º Lugar:
Shrek e Fiona (Shrek):

Láááá quando a gente é bem criancinha, uma das primeiras maneiras de beijos aparecerem nas nossas histórias, é através da ideia do “Beijo de Amor Verdadeiro”, e esse beijo é especial, pois existe magia embutida nele.

O beijo de amor verdadeiro cura os mortos, transforma sapos em humanos, desfaz maldições, acorda as dorminhocas, transfora sereias em humanas, e permite que toda a magia necessária pros desejos dos nossos heróis se realizar seja aplicada. Muitas vezes na forma de uma transformação.

É a base de um conto de fadas tradicional. Se você quer que a princesa consiga algo bom pra ela, tem que vir o beijo de amor verdadeiro. Mas agora pra passar mensagens mais positivas sobre amor não romântico, estão vindo os atos de amor verdadeiro, que podem ser exercidos por irmãs, por exemplo, mas a base é a mesma. Quando a princesa tem a demonstração de que ela é amada com intensidade que as coisas podem rolar e a magia opera.

Em Shrek que é uma grande paródia de contos de fada. Certamente tem a própria versão da magia do beijo de amor verdadeiro. O beijo que deu pra Fiona a melhor magia de todas a de ser quem ela era por dentro. Em vez de transformar ela pra sempre numa mulher linda, transformou ela em uma ogra, e o Shrek achou que ela ficava linda assim, e ela aceitou ser uma ogra.

Não é o que Fiona achava que queria, mas é o que fez bem pra ela. E esse é a real magia que os beijos tem na vida real. De te fazer entender que você não precisa se transformar em outra coisa depois do beijo, pra ganhar um segundo beijo. Que ele é sinal de que as coisas já estão bem.

19º Lugar:
Mina e Takuma
(Boku no Tsuma Wa Kanjou ga Nai/Minha esposa não tem emoções):

Esse mangá é sobre um rapaz solitário e carente que se casa com seu robô. É uma robô cozinheira cuja função principal é cozinhar, mas que aceita o pedido dele em casamento e começa a agir como sua esposa. E o que eu gosto nesse mangá, de verdade, é que a Mina, a robô em si, não é a Chi de Chobits. Não é a Nº18, e não é uma das Esposas de Stepford. Não existe nenhuma tentativa de vender ela como um sonho masculino, ou como algo que foi construído pra ser amado.

Seu toque é frio, sua voz é robótica, seu rosto não sorri, ela é uma máquina, não um ser humano com óleo no lugar de sangue. Ela de fato é uma máquina, ela é um grande algoritmo, que é obviamente avançado a neveis hiperbólicos e futuristas, mas ainda é só um grande algoritmo, calculando que tipo de performance deve fazer pra ser uma esposa. Ela nem tenta ser a esposa ideal, só está calculando pra ser uma normal.

Sua diretriz maior é fazer Takuma feliz, Takuma será feliz casado, então Mina está constantemente se reprogramando pra sua performance de esposa. Mas ela não se tornou inteligente como um ser humano. Tudo que ela faz é calculado pra que ela passe a impressão de espontaneidade, mas ela não é capaz disso.

Enfim, essa é a graça do casal, e se eu refizesse minha lista de casais favoritos, talvez esse entrasse, mas aqui estamos falando dos beijos. E eu escolhi esses dois justamente porque o beijo dela é só uma cabeçada. É uma cabeçada grande de metal que acerta ele.

Mina não tem lábios, ela não pode beijar. Qualquer tentativa de aproximar sua boca da de Takuma irá virar uma cabeçada, e isso é o melhor que ela pode fazer. Está no fim da lista pois é de fato pouco romântico, mas expressa o sentimento. É ela fazendo seu melhor, e Takuma recebendo isso. Não precisa ser molhado ou sexy pro Takuma, precisa ser o que ela conseguir oferecer. E o Takuma aceita isso, e aprecia as cabeçadas de metal, pois sabe o que elas representam, e o parceiro aceitar é o que realmente importa.

E no fundo isso é o que se espera de qualquer beijo.

18º Lugar:
Rentarou Aijou, Hakari Hanazono e Inda Karane
(Kimi to Koto Ga Dai Dai Dai Dai Dai Sukina 100-nin no Kanojo/As 100 Namoradas que te amam muito muito muito muito muito):

Nesse mangá, o protagonista Rentarou está em um relacionamento poliamoroso com um número de garotas que cresce a cada volume e que o título do mangá já dá o spoiler: vai acabar quando ele tiver 100 namoradas. Mas no começo, no primeiro capítulo, ele tem somente duas: Hakari e Karane.

E as duas são extremamente competitivas uma com a outra, disputaram qual seria a namorada, e quando as duas empataram, em vez de fazer as pazes, passaram a disputar qual das duas daria o primeiro beijo.

O que resulta em empate também, pois Rentarou propõe eles três darem um beijo triplo, pra nenhuma das duas ser “a primeira”.

E o efeito colateral disso, é que ao mesmo tempo em que as duas beijaram Rentarou primeiro, as duas também se tornaram o primeiro beijo uma da outra, começando um longo e longo tema dessas duas regularmente se beijarem no mangá, e terem uma crush não-muito-bem-escondida uma pela outra.

O beijo triplo está baixo no ranking, pois ele ficou parecendo que eles estava chamando um disco voador no telhado da escola.

Mas pela criatividade, e por ter começado todo o rolê entre Karane e Hakari, eu acho esse especial.

O Rentarou namora cada uma de suas inúmeras namoradas individualmente. Mas Karane e Hakari não é assim, com essas duas, eles são um trisal, eles funcionam como um trio. E eles nunca repetiram o beijo triplo, mas ele é a marca disso.

17º Lugar:
Shore Leave o Alquimista (Venture Bros/Os Irmãos Aventura)

Eu não tenho certeza disso, minha pesquisa achou uns buracos difíceis de investigar. Mas eu acho que esse é o primeiro beijo gay sincero da história da animação… eu digo sincero, pois existe a tradição de beijos irônicos e de chacota nos Looney Tunes.

Enfim, o episódio Operation P.R.O.M foi ao ar no dia 21 de Novembro de 2010, se alguém souber de um caso de veio antes, é só falar nos comentários!

Mas enfim, o Alquimista e o Shore Leave são os dois personagens gays mais presentes da série, mas até o momento eram de núcleos de personagens completamente separados. O Alquimista era da Ordem da Triad, o trio de super-heróis que o inquilino do Dr. Venture, montou pra ver se consegue o próprio arqui-inimigo. E Shore Leave era o parceiro de Brock quando esse era afiliado a O.S.I (a Shield desse universo), e quando Shore Leave abandona a O.S.I pra virar parte de um grupo de renegados chamados Sphinx, Brock se junta ao mesmo grupo e eles voltam a ser parceiros.

Enfim, dois melhores amigos de dois personagens centrais.

Não são os únicos gays da série, mas cá entre nós tem uns três ou quatro a mais na série que são predadores sexuais. E uns robôs se paquerando, que aparentam se identificar como homens…. E tem o Sky Pilot. Que é só um agente secreto daora.

….e o Homem de 6 Milhões de Dólares, que foge do exército pra viver com o Pé Grande. Uau, tem mais do que eu esperava.

Mas o Alquimista e o Shore Leave são os que de fato recebem destaque na série. Enfim, eles se conhecem no final da quarta temporada, quando eles vão pra festa de formatura dos protagonistas que dão título ao desenho, e lá eles entram em um debate com o Dr. Rusty Venture, quando este descobre que ele era um ícone gay nos anos 70. Os dois enchem Rusty de argumentos, e batem uma aposta sobre qual ato gay foi batizado em homenagem a Rusty.

No fim do episódio, Brock é informado de que o baile era uma armadilha, que ele estava infiltrado de assassinos e que todo mundo ali ia morrer. Quando Brock chega pra salvar seus amigos, vê que a armadilha broxou, os assassinos entraram no clima, todo mundo bebeu ponche batizado, e a festa virou todo mundo se beijando.

Com destaque pra Shore Leave e o Alquimista dando uns amassos entre eles.

Depois desse episódio, vieram constantes lembranças de que eles agora estavam namorando e se oficializaram um casal.

E talvez alguém argumente que a série fez eles namorarem assim que se conheceram, só porque eles eram os dois gays mais relevantes dali. Mas eu gosto muito desse beijo, desse destaque de que a festa só deu certo. Eu gosto. Gosto dos dois.

16º Lugar?
Jeff Winger e Annie Eddison (Community):

Jeff e Annie dão bem mais de um beijo ao longo da série! São oito no total. E se eu falar no vácuo “a cena em que o Jeff beija a Annie”, provavelmente vão pensar que estou falando ou da cena em que eles se beijam durante o debate no episódio Debate 109 ou do que eles dão no fim da primeira temporada no episódio Pascal’s Triangle Revised.

Eu joguei no google e foi a do debate.

Mas não. Aqui eu me refiro ao beijo deles no último episódio da série, Emotional Consequences of Broadcast TV.

Jeff e Annie passaram a série inteira intensamente atraídos um pelo outro, mas com nenhum dos dois querendo dar o grande passo e lidar com a diferença geracional entre eles. Jeff achava Annie jovem demais, e Annie não ligava tanto, mas entendia o problema. Isso não deixava os dois menos atraídos, mas também não caia no “o fruto proibido é mais gostoso” que outras histórias iriam querer usar. Deixava só estranho.

E eles nunca começam um relacionamento por causa disso. Mesmo sendo o grande casal da série. Eu gosto de como os dois foram conduzidos.

No último episódio, Annie vai sair de Greendale, pra conseguir uma grande carreira fora dali, como cientista forense. E ao se despedir de Jeff fica claro que os caminhos dos dois será bem separado, que ele vai ficar em Greendale, e ela vai desaparecer da vida dele. E que existia uma chance muito grande de ser a última vez que eles se vem na vida.

Sabendo disso, Annie dá um conselho, que se Jeff se recusar a beijá-la naquela despedida ele ia se arrepender pelo resto da vida. Jeff pergunta se tinha chance de Annie se arrepender do beijo, e ela responde “eu vou me arrepender por uma semana e aí vai passar, eu sou jovem.”

Os dois nunca começaram um relacionamento, e com aquele beijo, eles confirmaram que nunca entrariam, e esse tipo de beijo, o dos personagens se despedindo da esperança, e percebendo que o flerte acabou, é um dos mais poderosos que a ficção pode oferecer.

Jeff e Annie talvez tenha sido o Will They, Won’t Hey mais bem conduzido da história da televisão estadunidense. Mas aí é minha opinião. Aliás, leiam meu texto sobre Community e a toxicidade da televisão.

15º Lugar:
Eve e Wall-E (Wall-E)

Outro uso recorrente do beijo em histórias, é do beijo como um grande gatilho da memória. É uma subdivisão do poder do amor, em que através de um beijo, a gente mostra que não importa o que tenha acontecido pra fazer um personagem esquecer, o amor não desapareceu, e um beijo pode estimular esse amor a vir a tona e desfazer toda a perda de memória.

Muita história legal usa esse tropo, e eu gosto de todas.

Mas a que mais me marca é como foi usado em Wall-E.

Assim como no exemplo anterior, se a gente fala “A cena de beijo em Wall-E”, sem contexto, a pessoa vai provavelmente lembrar no primeiro beijo deles no espaço, que é um grande beijão. Mas assim como no texto anterior eu quero focar no beijo mais sutil que rola no fim do filme.

Como todos nós nos lembramos bem, Wall-E era um robô diferente dos demais da sua unidade, que tinha criatividade e curiosidade e que isso permitiu ele sobreviver ao terrível clima na Terra. Aí ele se apaixona por Eve, vai pro espaço atrás ela, luta pra levar a nave de volta pra Terra e é quase completamente destruído pela inteligência artificial da nave.

Ao voltar pra Terra, Eve repara Wall-E, trocando todas as suas peças, mas ao ligar ele, Wall-E não tinha memórias. Ele trocou todas suas peças, então não havia sobrado nada do original mais. Somente um robô novo. Devastada de que ela foi incapaz de recuperar Wall-E, ela dá um último beijo nele, e ao ser beijado, Wall-E acorda e recupera suas memórias.

Que cena fenomenal.

Se você não acredita no poder do amor, já vi gente na internet teorizando que a Eve fez um backup das memórias do Wall-E no primeiro beijo e aí devolveu esse backup no segundo. E como são robôs eu digo que tá valendo.

Mas prefiro pensar que foi o amor. Que os robôs usaram o poder do amos.

14º Lugar:
Touko Nanami e Yuu Koito
(Yagate Kimi ni Naru/Eventualmente virarei você):

Yagate Kimi ni Naru, ou Yagakimi pros íntimos, é um mangá sobre duas garotas que acreditavam não serem capazes de se apaixonar, se apaixonando uma pela outra. A Touko se apaixona primeiro, no capítulo 1, e a Yuu demora um tanto pra entender e aceitar que o sentimento dela é recíproco.

Então elas passam esse começo no mangá com Touko abertamente afim da Yuu e a Yuu meio que dando rolê com uma menina abertamente apaixonada por ela. E aí vem essa cena que a Touko pede um beijo, e a Yuu até questiona que não deu essa intimidade toda.

Mas aceita o beijo mesmo assim.

Gosto dessa cena. Tecnicamente não foi o primeiro beijo delas, esse elas dão na frente de um trem e a Touko rouba o beijo pra meio que esclarecer em que sentido ela está usando a palavra “amor”. Mas esse é o beijo que me vendeu pra dinâmica dessas duas e seria o primeiro de vários outros que rolariam antes de Yuu perceber que ela é capaz de se apaixonar.

As vezes um beijo não significa a mesma coisa pra cada um dos envolvidos no beijo. Mas hey, se for com as duas respeitando o espaço uma da outra e sendo transparentes quanto a onde elas querem chegar, é um excelente exercício de descoberta e exploração.

As duas são um bom casal, e esse é um bom mangá.

13º Lugar:
Jake Sully e Neytiri (Avatar):

Ok, tecnicamente essa é uma cena de sexo. Mas o beijo é parte de destaque do ato sexual. Em muitos casos ele pode ser o gatilho de onde vai se desencadear todo o ato. Que é o que foi o caso aqui.

Eu gosto da ideia do James Cameron de todas as criaturas vivas de Pandora terem esse órgão pra se conectar espiritualmente com outras criaturas vivas, usados pra sentir a natureza ou pra domar animais selvagens. Porque era óbvio desde o começo que teria a implicação do que significaria pra dois Na’vi se conectarem nesse nível.

E gera uma imagem muito boa, de entre o beijo deles, e a pegação mais forte, eles passaram e conectaram as tranças de cabelo. Excelente cena.

Mas agora, se um dia eu for fazer um top das melhores cenas de sexo eu não posso mencionar essa, pra não repetir. Mas tudo bem, porque é uma das grandes cenas de beijo!

12º Lugar:
Sarasa e Shuri (Basara):

Basara é um dos meus mangás favoritos que eu descobri recentemente. É um grande épico de guerra sobre uma garota que profetizaram que salvaria o mundo tentando derrubar um império poderoso. Mas pros fins dessa passagem, é a história de como a líder de um exército se apaixonou pelo líder do exército inimigo, sem saber que eram inimigos.

Sarasa era secretamente Tatara, o líder da revolução, que todos acreditavam ser um homem. E Shuri era secretamente o Rei Vermelho, o arqui-inimigo de Tatara, que destruiu sua vila. Mas Sarasa e Shuri longe de suas identidades se encontravam com regularidade em fontes termais onde sentiam conforto de ver alguém que apreciava a companhia deles sem o peso de seus títulos e sua guerra.

Era completamente irônico como eles não se reconheciam, e eles até trocaram uma bitoquinha aqui e uma ali. Mas o beijo que importa aqui é outro. É quando as vésperas daquele que ambos acreditam ser o embate definitivo eles se encontram por acaso sozinhos no meio do deserto, fora das fontes termais onde é o ambiente deles.

Ambos estavam uma pilha de nervos por causa do conflito e pelo peso das próprias ações. Ambos ao se ver identificam um milhão de pistas que deviam fazer eles suspeitarem da coincidência de encontrar o crush justo ali naquela hora. Eles ignoram todas, eles somente correm e se beijam.

Um beijo carregado de muita ironia dramática de que sabemos o quão impossível é o amor deles.

Ironia dramática e romance é algo que funciona muito bem, e funciona particularmente bem aqui, pois nenhum lado estava enganando ou manipulando o outro era só uma gigantesca tragédia que eles não soubessem o quanto se amavam e se odiavam simultaneamente devido a suas personas.

Pra aumentar a ironia logo após esse super beijo épico eles transam, e pouco depois do sexo eles vão pra batalha onde se reconhecerão pela primeira vez, e eles terem tido um momento tão intenso de demonstração de afeto logo antes acerta os dois que nem uma faca. E é derivado do quanto aquele beijo disse daquilo que estava não-dito na paqueirnha deles, disse tipo 90% do que eles nunca verbalizaram, que quando vieram os 10% que faltaram, foi destruidor.

Recomendo muito acompanhar essa história, e esse beijo é um dos pontos altos dessa história.

11º Lugar:
Gymball Watterson e Penny Fitzgerald
(The Amazing World of Gumball/O mundo fantástico de Gumball):

Gumball certamente foi uma das animações mais surreais e criativas que já existiram, e eu achava que depois do que foram os anos 1990, que não havia mais pra onde ir em criatividade. Enfim, e o surrealismo é uma arma muito grande pra transformar figuras de linguagem em elementos que estão de maneira muito literal e palpável na história.

Por exemplo, no caso de Penny, o interesse amoroso de Gumball, que era um grande amendoim antropomórfico, existe um episódio chamado The Shell, em que Gumball ao tentar beijá-la acaba dando uma cabeçada em Penny que começa a quebrar a sua casca.

Sacaram, no sentido de que break the shell, é uma expressão estadunidense forte pra falar sobre o processo de jovens retraídos acharem a própria identidade? E de um primeiro contato com o crush ter sido o gatilho pra esse processo?

O episódio se torna sobre Penny com medo de que pela rachadura na sua casca seja possível ver o seu “eu verdadeiro” de quem ela morre de medo que escape do amendoim. Gumball ao ouvir isso incentiva ela que escape sim, e que a vida deve ser vivida sendo o seu eu verdadeiro. Penny alerta Gumball que ele não tem ideia do que existe dentro do amendoim, e que ele pode não gostar, mas Gumball promete aceitar qualquer coisa que ela for.

Penny quebra o amendoim e revela sua forma verdadeira, uma… acho que é uma fada. A wikia me disse que é uma fada! Enfim, é uma fada amarela brilhando.

Mas antes de Gumball poder expressar que Penny é linda em sua forma original,a insegurança base, e sua forma na real é um reflexo de seus sentimentos e ela vai se transformando em diversas formas de monstros conforme ela se convence mais e mais que Gumball nunca amará ela.

Ela eventualmente chega na forma de um lobo e afirma pra Gumball que ele jamais será capaz de amar aquele lobo. Gumball responde que o lobo não é quem ela é. É só como ela está se sentindo, e que ele vai mostrar como ele se sente, e então ele beija o lobo.

E ao longo do beijo, Penny se transforma em todos os monstros que ela se transformou ao longo do episódio, sem Gumball nunca interromper o beijo, até ela enfim voltar a forma de fada. Gumball beijou tudo o que Penny tinha medo que ela pudesse ser, até beijar ela aceitando a si mesma.

Eu só vi alguns episódios de The Amazing World of Gumball, não entrei fundo nesse trem, mas esse desenho podia ser um espetáculo as vezes e The Shell foi uma dessas vezes. Poucos beijos tão épicos foram dados no Cartoon Network.

Mas no mínimo um foi.

10º Lugar:
Ruby e Saphire (Steven Universe):

Ruby e Saphire estão entre os melhores casais de toda a ficção. Quando eu fiz o texto dos melhores casais, elas pegaram o segundo lugar. E parte do motivo pelo qual elas são tão fascinantes está na decisão delas de estarem constantemente fundidas nessa personagem que é a representação do amor delas, Garnet.

Enfim, o beijo escolhido é o do episódio em que elas se casam. Primeiro porque eu adorei o conceito de que depois de 5 milênios namorando e morando juntas e dividindo um corpo, elas tem uma briga e resolvem fazer as pazes usando um ritual do planeta que elas adotaram como lar. Aí se vestiram, refizeram os votos e se beijaram.

E o beijo da cerimônia de casamento é sempre maravilhoso! Quando não é, é porque o diretor tá vacilando! Muita energia positiva ali.

E aí elas beijam e se fundem nessa versão de Garnet vestida de uma mistura de tuxedo e vestido de noiva. Enfim, a fusão pelo beijo é o que coroa!

Que grande cena! Que grande maneira de celebrar o amor desse grande casal.

9º Lugar:
Chiron e Kevin (Moonlight):

Moonlight é um filme primariamente famoso por ter feito La La Land passar uma das maiores vergonhas do Oscar de todos os tempos. Mas é um grande filme pra ser visto fora desse contexto. Conta a história de Chiron, em três fases de sua vida, marcada pelo bullying, e por como ele teve que endurecer por conta da vida.

O melhor amigo de Chiron era Kevin, e em determinado momento no ensino médio, eles estão na praia, conversando sobre a vida e o futuro, e o olhar deles fixam, eles hesitam, fica um vai não vai e eles se beijam.

E durante o beijo Kevin masturba Chiron.

E o filme aborda muito bem como esse momento é pro Chiron um momento que redefiniu sua vida, que ele jamais esqueceu Kevin, mesmo Kevin tendo magoado ele pouco depois cedendo a pressão de fazer bullying. A memória desse beijo é um dos grandes momentos da vida de Chiron.

E acho que a cena vende isso muito bem. É intensa, é íntima, e gosto muito da mão de Chiron apertando a areia quando isso ocorre.

Boa cena, de um bom filme, que pra quem não viu, porque passou o Oscar e com ele o ímpeto de ver os indicados, fica a recomendação.

E falando em beijo em filme de Oscar….

8º Lugar:
Jack Dawson e Rose DeWit Bukater (Titanic):

Vamos falar do beijão que o Jack e a Rose dão bem na proa do Titanic em um dos maiores sucessos do cinema da história.

O filme pegou a mais famosa tragédia náutica da época, e reintroduziu ela no imaginário popular contando a história do Titanic afundando na perspectiva de dois amantes de classes sociais diferentes que se conheceram no navio, e no navio viveram uma curta história de amor que marcou Rose pelo resto de sua vida.

Ou seja, o público precisava se apaixonar pelo navio, não pelo seu valor histórico como relíquia do começo do século XX. Ele precisava se apaixonar pelo navio como o espaço, em que Rose conseguiu se tornar independente de sua família imbecil e seu noivo canalha e ter sua imagem de si reconstruída com um pintor de classe baixa.

E isso é reforçado no quanto o primeiro beijo deles, bem na proa no navio, com Rose de braços abertos, sentindo o vento. O papel do navio no romance deles estava claro naquela composição do que foi a história de amor deles.

E se tornou uma das cenas mais famosas de um dos filmes mais famosos da história, pois não tinha como não ser.

Olha aí o James Cameron vindo parar duas vezes nesse ranking. Parabéns pra ele.

7º Lugar:
Fuuko Izumo e Andy (Undead Unluck):

Uma coisa que eu gosto muito que tem ocorrido recentemente nos mangás de porrada. É que finalmente surgiram os primeiros mangás que de fato estão intercalando romance e ação. Com uma dupla de heróis que em paralelo a darem porrada em dupla e salvarem a terra, estão se apaixonando.

Dandadan faz isso muito bem. Mas Dandadan ainda não rolou nenhuma bitoca. Sabe onde rolou? Em Undead Unluck, uma das melhores coisas na Shonen Jump atual.

O mangá conta essa história sobre essa mulher que transmite azar pra todas as pessoas que ela toca diretamente, com esse azar sendo proporcional ao afeto dela. E desse homem imortal que é o único que aguenta receber o amor dela sem morrer. Ele odeia sua imortalidade, ela odeia seu azar e juntos eles estão em uma missão pra matar o Deus que deu pra eles suas maldições.

Em determinado momento, ainda no começo do mangá, Andy o imortal é dominado por sua segunda personalidade, que é, na verdade, sua verdadeira personalidade, que armazena todo o conhecimento e memória que ele adquiriu ao longo de milênios vivo e que Andy reprime, pois é bizarrice demais. Enfim, a outra personalidade de Andy chama Victor.

E Fuuko não ama Victor. Então ela não pode passar azar pra ele. Cabe a ela chamar o verdadeiro Andy pra tona. O que ela faz gritando, gritando que se Andy vier a tona, ela vai dar pra ele o maior azar do mundo. O que pela natureza do poder dela, é uma promessa de toque e pegação.

E ao ouvir a Fuuko prometer dar uns pegas nele, Andy vence Victor, floresce, e rouba um beijo de Fuuko. E é um beijão. Um beijão tão intenso que chamou pelo menos dez meteoros que conseguiram deter Victor.

E sério, eu sinto falta essa energia de casal das luta nos mangás da jump. Casal de que se beija no campo de batalha, pois seu poder é proporcional ao amor. Dito isso, Andy ficou de continuar o beijo depois que ele retomasse o controle do corpo completamente, mas o segundo beijo não rolou pois a Fuuko é bem tímida.

Mas eu sei que vai rolar, estamos esperando o segundo beijo no fim do mangá que eu sei que vai ser ainda mais fenomenal do que esse.

6º Lugar:
Guts e Casca (Berserk):

Olha, existe uma brincadeira na internet de que Berserk é secretamente um shoujo disfarçado de seinen, e eu acho que a sensibilidade e intimidade com a que foi retratado o beijo entre Gus e Casca uma das maiores evidências dessa hipótese.

Na cena, Casca estava desabafando toda sua frustração com sua vida, com sua relação com Griffith e com Guts, e Guts estava escutando. Até que durante o desabafo, Casca tenta se matar, mas Guts não deixa e ela chora diante do quanto a relação dela com Guts é assim, com Guts cuidando dela.

E eu acho que tem muita beleza na cena em si, com Guts beijando o rosto de Casca, e ela levantando a cabeça, e os dois hesitando antes de beijar. Nenhum ter certeza do que sente, os dois estão confusos. Mas eles se acharam ali.

O beijo evolui pra uma cena de sexo, como muitos outros. Que usa muito bem toda a ideia de nudez como sinal de vulnerabilidade. Esses dois guerreiros, duros, bons em reprimir sentimentos, removendo a armadura pela primeira vez e mostrando a cicatriz pro outro. Muito íntimo, e muito simbólico do que realmente significa se conectar com alguém.

A Casca é famosa por estar em algumas das cenas mais infames de Berserk devido ao quanto o mangá usa violência sexual como recurso narrativo e como a Casca é frequentemente a vítima, mas aqui a personagem foi muito bem conduzida.

Grande cena.

5º Lugar:
Homem Aranha e Mary Jane Watson (Spider-Man):

Ah!

Essa cena!

Sério, vou direto ao ponto! Essa cena é sensacional porque o Homem Aranha está de ponta cabeça! É só isso, e não é mais complicado que isso.

E você pode aí falar “pô, mas qualquer imbecil pode filmar uma cena de ponta cabeça”, pois é, e mesmo assim nenhum filmou. Isso até, até o Sam Raimi por esse ovo de colombo de pé.
E aí começou uma onda de imitações e homenagens.

E foi todo mundo imitando esse marco, pra ver se pegava uma migalha dessa cena.

Essa cena poderia ser o primeiro lugar facilmente, se não fosse o fato importante de ser uma fantasia da mulher após quase sofrer uma violência sexual, beijar o cara que tava seguindo ela pra protegê-la de estupradores. O que é uma fantasia masculina bem cagada que precisa ser superada. Pois o público masculino ama essa fantasia de maneira bizarra.

Como se segundos depois de receber a ameaça de um estupro é a hora que mulheres se sentem confortáveis de beijar alguém….não é, então a cena falhou em gerar um bom clima.

E deduzi pontos.

Mas porra, todo outro ponto do beijo é sensacional, em especial o detalhe da mascara descobrindo somente a boca, pra ela não revelar a identidade secreta dele. Então ficou alto mesmo assim.

4º Lugar:
Yukari Hayasaka e George Koizumi (Paradise Kiss):

Ai Yazawa é uma das mangakas que melhor sabe vender a empatia pela mulher que está caindo na ladainha de um homem canalha… E Paradise Kiss, ou Parakiss pros íntimos é um mangá essencialmente sobre o relacionamento entre Yukari e George. George não é lá um grande namorado, embora eu tenha colocado os dois na minha lista de melhores exes, pois separados aí tudo bem. Mas o importante é, a Yukari mesmo sabendo que a situação não era ideal, estava louca pelo George., e a história é ótima em passar sua perspectiva.

Depois de quase beijá-la, interromper o beijo e prometer marcar um rolê pra dar o beijo depois, George ignora Yukari o dia inteiro até ela ligar e marcar o rolê e quando ela chega lá o beijo vem.

E é um beijão!

Apesar de o pilantra já por a mão dentro da roupa dela.

Enfim, eu nunca shipper Yukari e George, mas um bom beijo não é um bom shipping. É um bom sentimento. E a obra da Ai Yazawa é excelente nisso. Eu escolhi o exemplo de Parakiss, pois eu adoro essa cena, mas podia perfeitamente pegar uma de Nana para essa posição.

Dá pra um relacionamento torto ter uma pegação intensa. Acho que muitos devem ter.

3º Lugar:
Kei Muroda e Yo Kamekawa
(Okaeri Alice/Bem-vinda de volta, Alice)

É constantemente uma surpresa pra mim o quanto eu adoro Okaeri Alice enquanto história de amor. O mangá sobre os sentimentos complicados de Yo, depois que seu melhor amigo Kei sai da cidade e retorna usando roupas femininas, adotando uma identidade não-binária e apaixonade por Yo.

Apesar de Yo resistir muito a própria atração por Kei, e entrar em um relacionamento bem tóxico com sua outra crush, Yui, pelo bem da heteronormatividade, em um capítulo enquanto Yo tomava banho, Kei invade o banho pra que tomem banhos juntes, onde Kei fala sobre se desvincular de noções de gênero e restaurar a inocência da vida deles antes de serem atropeladas por normas de gênero.

E aí vem um grande beijão no banho! Que foram seguidas por coisas que vão além do beijão que transportou Yo pra um estado de felicidade e paz que pareciam inacessíveis a ele.

Acho que o que mais me vende essa cena é o Yo saindo dessa interação pisando nas poças de água e contemplando a lua. Transformado com a experiência.

O mundo é muito complexo, mas as vezes só beijar u crush e entender que o desejo era aquele mesmo, é muito simples. E essa simplicidade as vezes tira um grande peso dos ombros.

2º Lugar:
Lady e o Vagabundo (Lady and the Tramp):

Uma coisa que eu achei que ia ter mais nessa lista, mas aí fui selecionando os candidatos e notei que não consegui pensar em tantos, são beijos em que a estética do beijo era o que me marcou, a posição das bocas e quem estava aonde. E nesse quesito, poucos beijos são tão icônicos, famosos e imitáveis por outras obras de cultura pop do que o maravilhoso beijo do espaguete de The lady and the Tramp.

A Disney é especialista em criar algumas das imagens mais icônicas do cinema, do macaco erguendo o Simba, à dança entre Belle e a Fera, ao Mickey feiticeiro à Elsa soltando o cabelo, o estúdio é especialista em fazer imagens que ficam na cabeça de sua audiência e se tornam referência pro futuro.

Por isso eu não estranho que seu filme que é primariamente sobre amor tenha feito o beijo mais icônico do estúdio….

….talvez segundo beijo, se você considerar que quando a mulher está morta o beijo ainda vale. Eu não concordo, mas é… teve um beijo-em-cadáver mais icônico.

Enfim, quase todo filme da Disney tem uma subtrama romântica, entre os heróis que rola em paralelo à aventura, mas em Lady and the Tramp o romance é a aventura. Não tem nada maior acontecendo do que Lady repensando sua relação com sua família humana ao começar a sair em dates com esse vagabundo sem humanos. Eles começam a sair juntos e observar o estilo de vida um do outro, e se apaixonam. E no fim o Vagabundo pede pra Lady virar cadela de rua com ele, mas ela faz ele virar cão doméstico com ela.

E o filme é só isso. Isso não é algo que reforça a batalha do bem contra o mal. Isso é o ponto do filme, dois estranhos virando amigos, indo em encontros, se pegando, brigando, fazendo as pazes, e decidindo quem ia morar na casa de quem.

E aí no segundo date deles tem a cena maravilhosa. E porra, pena que meu Top20 músicas Disney tenha sido o meu ranking mais difícil de peneirar de todos, muita coisa ficou de fora pra sobrar só 20. Pois eu queria ter colocado Bella Notte na lista, pois é sensacional. O clima romântico enquanto comem o espaguete, devido a canção dos cozinheiros.

Acho que o mais legal é o quão casual é o beijo. Ele não é a conclusão épica da música, ele acontece no meio da música, como a primeira de uma série de ações mais românticas ainda que viriam a seguir, e em outros exemplos da lista isso seria código pra “cena de sexo”, mas aqui é código pra “dividir a almôndega”.

Por as patas no cimento molhado.

Passear no parque!

E eu ainda dou um ponto extra por ser uma cena que só pode ser bonita como é, por ser animada. Pois os cachorros comendo espaguete e se beijando não é algo realmente bonito em tons realistas. É uma beleza derivada da arte da animação. Fizeram recentemente o live-action do filme e ver esses cachorros realistas em dates está entre as experiências mais estranhas que a computação gráfica já nos proporcionou.

Esse é um filme que não recebe a atenção que merece talvez justamente por ser só um casal se apaixonando. Mas é por isso mesmo que é sensacional.

1º Lugar:
Kaguya Shinomiya e Miyuki Shirogane
(Kaguya-Sama: Love is War)

Meus amigos, Kaguya-Sama é um ótimo mangá do começo ao fim. Porém, não foi um mangá igual do começo ao fim, a primeira metade do casal flertando é bem mais descontraída que a segunda metade do casal lutando pra ficar juntos onde coisas mais sérias acontecem. Conectando essas metades têm o arco mais memorável do mangá, que é o festival escolar onde os protagonistas se beijam.

Pois em todo mangá, os festivais escolares servem pros heróis se beijarem.

O mangá gira em torno do casal principal competindo pra ver quem ia fazer o outro pedir pelo namoro primeiro, por motivo de orgulho imbecil que só faz sentido pra adolescente. E no arco do festival escolar, Shirogane resolve que ele ia fazer então o grande gesto de amor que esse tipo de premissa pede.

Eu estou meio cansado do uso de grandes gestos de amor em narrativas de romance, mas Kaguya-Sama teve um passe livre pelo quão dramáticos esses dois são pra tudo.

Vestido de ladrão cavalheiro, Shirogane solta uma infinidade de balões do telhado da escola pra Kaguya ver e declara, que os balões representam os sentimentos dele. E Kaguya em troca, dá um beijo nele e diz que isso representava os delas.

E é isso mesmo! O beijo como a maneira dela dizer aquilo que ela não é capaz de dizer, que ela ama ele. Uma maneira de transmitir os sentimentos de amor, o uso mais básico da cena de beijo usado aqui.

O louco é que nenhum verbalizou o “você quer namorar comigo”. Isso eles ainda adiam mais o tempo, pois o tema do mangá ainda é o desejo deles de ouvir um pedido em namoro.

Mas o beijo com o balão cobrindo a boca é sensacional.

O que me pega é a reflexão de que na perspectiva dos dois o joguinho imbecil deles acabava ali, naquele exato momento, e acho que os dois tiveram ótimos monólogos internos.

E sério, adorei a imagem do balão cobrindo a boca deles.

Maravilhoso.

Em muitos mangás normais, o mangá acabaria na epicidade desse beijo.

Mas aqui só anuncia a segunda parte, que começa com Kaguya surtando que o beijo foi de língua e ela acha que exagerou num primeiro beijo. Olha aí, o balão cobrindo a boca não estava somente sendo discreto, estava escondendo um grande twist de que a narrativa continuaria.

Enfim, é tudo sobre catarse. E quanto maior a teimosia, maior a tensão, maior as travas dos personagens, mais catártico é o beijo.

E a lista foi essa. Eu não queria fazer um top com mais de 20 selecionados, mas fica a menção honrosa pra Jim e Pam de The Office, que por muito pouco não entraram na lista.

Esse Dia de São Valentim veio logo depois do carnaval, então espero que quem seja desses rolês tenha beijado tanto quanto quis, e quem não seja tenha dado uma semana de colher de chá pros caras que a normalidade está retornando agora.

Eu gosto muito de cenas de beijo, e acho que tem muitas maneiras diferentes de se fazer uma grande cena, mas eu sou limitado pelo meu repertório, então quem tiver cena que eu não mencionei, joga nos comentários, que a ideia aqui é celebrarmos esses gestos.

Espero que tenham tido um bom feriado, que tenham um bom retorno ao mundo normal, pra segunda metade de fevereiro e pro resto do ano, um bom dia de São Valentim, que comemorem com muitos filmes de beijo e nós nos vemos no próximo texto.

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

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Alertas

  • – Todos os posts desse blog contém SPOILERS de seus respectivos assuntos, sem exceção. Leia com medo de perder toda a experiência.
  • – Todos os textos desse blog contém palavras de baixo calão, independente da obra analisada ser ou não ao público infantil. Mesmo ao analisar uma obra pra crianças a analise ainda é destinada para adultos e pode tocar e temas como sexo e violência.

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