A Androide nº18 – A Caracterização Canônica vs Dragon Ball Z Abridged (Tem que Acabar o Cânon)

A

Dragon Ball é uma franquia em que você pode dividir o fandom de maneira muito curiosa. Pois se metade do fandom é compreensivelmente obcecada com força dos personagens, nível de poder e transformações, e qualquer personagem novo instantaneamente vira nível de debates sobre especulações a respeito do quanto ele seria invencível se desbloqueasse o ki de um deus…. a outra metade do fandom é obcecada coma vida cotidiana dos personagens, e realmente delira com as mínimas informações a respeito de como é a casa e os relacionamentos diários dos personagens.

Foi literalmente isso o trailer de Dragon Ball Super Heroes quando saiu, ou você queria falar da porrada ou você queria falar do Piccolo ter uma casa e essa casa ter uma caixa de correio.

E olha… eu sou 100% parte do segundo grupo. E eu acho que inclusive, que a maneira como a gente consegue observar os personagens terem vidas cotidianas tão normais entre as lutas, sem viver vidas excepcionais por serem os guerreiros mais poderosos do universo, um dos maiores pontos de carisma de Dragon Ball.

O melhor filme da franquia é justamente o que ocorre durante uma festa de aniversário.

E do Piccolo sendo a figura paterna do Gohan, ao romance do Vegeta com a Bulma, ao filler do Goku e do Piccolo tirando carta de motorista, eu sinto que muitos dos aspectos mais populares de Dragon Ball vem desse tipo de conteúdo, tanto quanto vem das batalhas pelas quais o mangá é famoso.

Então nesse texto eu quero pensar em como funciona o carisma dos personagens de Dragon Ball, comparando uma versão canônica com uma versão não canônica dos personagens, pois aqui nesse blog, acreditamos que tem que acabar o cânon.

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Que começa comigo incomodado que eu não acho que Dragon Ball Super saiba muito bem como conduzir os seus personagens secundários.

Não que eles não mostrem bem a vida cotidiana dos personagens. Mostram sim, não é nesse sentido.

Mas o Super tem uma noção que eu não aprovo, de que respeitar um personagem é fazer ele ser um guerreiro. E fazer ele ser um bom guerreiro. E que eles têm a responsabilidade de mostrar que essa turma ainda é foda mesmo ficando pra trás do Goku e do Vegeta. E eu acho que o mangá e o anime administram muito mal a noção de como lidar com quem é guerreiro e quem não é.

Enquanto personagens como Boo, Trunks e Goten são deixados de lado das lutas, por nenhum motivo válido, personagens como o Mestre Kame e Nº17 são resgatados do fundo do baú para poderem surpreender nas lutas.

E assim…. o Nº17 é e sempre foi um dos meus personagens favoritos de Dragon Ball. Os três androides são. Eu amo aquele trio. Mas eu como fanboy imenso do Nº17 achei que não fez o menor sentido ver ele ganhar o torneio do poder, achei o tamanho da força dele inconsistente com a sua história, e me senti feito de otário, como se o anime achasse que eu por ser fã do Nº17 queria ver ele aguentar o tranco do Jiren.

E não. Eu queria ver a família nova dele, é isso que os fãs deviam querer.

Não se façam de bestas roteiristas! Eu sei que o Nº17 tem uma esposa e três filhos, sendo dois deles adotivos. O Nº17 só foi pro torneio do poder pra conseguir um barco e passar mais tempo com a família. Por que no final ele está sozinho no barco? E a família?

Qualé a história dessas crianças? Os adotivos eram irmãos antes de serem adotados? Como o 17 conheceu eles? Qual é o nome da esposa do 17? Essas são as reais perguntas que eu tenho.

Por que caralhos em vez de mostrar a Marron brincando com os primos dela, ela teve que mostrar que consegue sobreviver aos Cells Jrs? Que porra é essa, ela não é uma criança guerreira, ela não tem que lidar com isso. Tá bom que ela não lutou com eles, mas que subplot arrombado para envolver ela.

Mas acho que é essa obsessão com guerreiros que mais me pega. Sei que o Gohan tem um monte de fãs que ficam indignados com a decisão dele de ser um pai de família e acadêmico em vez de ser o homem mais forte do universo como ele tinha o potencial.

Mas eu cago pra isso, nunca fui apegado ao personagem do Gohan por ser forte. Acho que ele tem outras coisas para oferecer Eu sou, no entanto, muito apegado ao personagem do Kuririn, um dos meus favoritos. E o Super ter retirado ele de sua aposentadoria não pegou bem comigo não.

Eu adoro a jornada do Kuririn na série original. No primeiro capítulo em que ele aparece ele marca suas motivações de maneira muito clara. Ele quer ser um guerreiro pra pegar mulher. Ele quer ser um homem muito forte pra ver se consegue seduzir uma garota.

E após comentários no mangá mostrando que mesmo adulto ele ainda gostaria de achar essa garota, e de um filler famoso dele levando um pé na bunda de uma garota fútil, o Kuririn enfim consegue conquistar uma mulher…. provavelmente a única mulher no planeta mais forte do que ele.

E eu acho fantástico que todo o foco do Kuririn em ser forte pra ser atraente para mulheres não serviu de nada, uma vez que depois que ele virou o humano mais forte do mundo (título não reconhecido pelo Time Tenshinhan™) ele se apaixonou por uma mulher tão incrivelmente mais forte que ele que é risória a mera hipótese dela se impressionar com sua força. E no fim sua empatia e seu coração enorme foram o que derreteu o coração de gelo da Nº18.

E uma vez casado ele parou de lutar, pois não precisava mais, ele havia conquistado seu objetivo, ele achou a parceira que ele queria. E eu acho isso maravilhoso.

Mas a turma do Super não acha. Pois não só eles fazem o Kuririn voltar a lutar, como deixam muito claro que a Nº18 cobra isso dele, pois ela se atraiu pelo Kuririn por ele ser um grande guerreiro. O que é estúpido, tendo em vista que ele só passou vergonha lutando na frente dela.

Sério. A cena em que ela pergunta se o Kuririn enfraqueceu, e o coração no café do Kuririn se desmancha…. que merda Dragon Ball Super, por que vocês fazem isso com o meu casal de estimação? Completamente imbecil a ideia de que o Kuririn precisa ser um guerreiro para ser o homem por quem ela se apaixonou, quando na Saga Cell em que eles se conheceram, ele só apahou na frente dela. Escrota demais essa ideia.

Enfim, esse começo explicando a situação dos meus personagens favoritos em Dragon Ball Super era só pra ilustrar como o cânon de Dragon Ball se tornou mais imbecil desde que resolveram incorporar essa porcaria de mau gosto que é Dragon Ball Super.

O que não é nada comparado ao fato do Super ter transformado o Kuririn em policial. ACAB includes Kuririn.

Então eu quero vir aqui prestigiar um trabalho de fãs que eu simplesmente adoro. Que é Dragon Ball Z Abridged, uma redublagem-paródia do anime Dragon Ball Z, que cobre até o arco Cell e que nossa… esses caras sim entenderam como usar os personagens.

Dragon Ball Z Abridged é uma websérie que veio surfar na onda de Yu-Gi-Oh The Abridged Series, e essencialmente reconta a história de Dragon Ball Z (ou seja: segue o anime a partir da chegada de Raditz na Terra), de maneira resumida e cômica, com os personagens fazendo referências a cultura pop e tendo suas caracterizações exageradas ou reescritas completamente.

Mas a série se diferenciou de sua inspiração. Pois Yu-Gi-Oh The Abridged Series, se sustenta muto em uma indignação com os defeitos de Yu-Gi-Oh. Muitas piadas são para tornar explicito o quão ruim é o roteiro, o filler a dublagem e os clichês e muitas piadas metalinguisticas do quanto a própria paródia é repetitiva

Dragon Ball Z Abridged nunca vai pro caminho metalinguístico tão fácil de se ir quando se é uma paródia (digo, eles vão nos episódios Kai, mas aí é outra coisa). Pelo contrário, o diferencial que mais chama a atenção em Abridged, é a maneira como a continuidade interna deles com suas piadas e mudanças acabaram formando na prática um novo universo de Dragon Ball.

Pois na prática, são os mesmos acontecimentos básicos com os personagens com mais maneirismos em um mundo mais sarcástico. Mas a história segue sólida, a continuidade é boa, e na reta final da saga Cell, era perfeitamente possível levar a história a sério mesmo com todas as piadas.

Cena do Mr. Satan jogando a cabeça do Nº16 em direção ao Gohan é na minha opinião mais dramática na versão Abridged do que no original, e isso se deve ao fato de que eles tinham a vantagem de com o poder de saber o futuro, poder mencionar a existência da Videl.

Nesse texto eu quero focar em especial com o que a versão Abridged fez com os personagens, e na maneira como ela caracterizava os personagens.

E em particular, a minha personagem favorita, a Androide Nº18.

Nº18, Nº17, Nº16, Kuririn, Cell, esse núcleo de personagens é disparado o que mais me agrada em Dragon Ball e a Nº18 é a mais legal dessa turma. Pois ela foi quem fez a transição de antagonista pra guerreiro Z…. exceto que como nós vimos essa transição não significou muita coisa, uma vez que serviu só para transformar ela em um pedaço de cenário.

Então vamos começar falando da caracterização tradicional da Androide Nº18:

A Androide Nº18:

A vida da Androide nº18 antes do arco Cell é muito vaga. Dragon Ball Z foi escrito antes de ser comum e apreciado que vilões tivessem flashbacks explicando sua história de origem, e não dá flashback para vilão nenhum. Sabemos por databooks que o nome de nascença dela é Lazuli, que ela foi uma delinquente na sua juventude, e que ela e seu irmão gêmeo foram sequestrados e vítimas de experimentos humanos que transformaram ela em um Ser Humano Modificado, incorretamente traduzido para “androide” na maior parte das dublagens ao redor do ocidente, mas é um título impreciso. Ela não é nem sequer mecânica para ser um ciborgue, ela teve seu corpo melhorado com componentes bio-orgânicos. O correto é mesmo falar Ser Humano Modificado (em japonês usam a terminologia Ser Humano Artificial).

Porém os traumas de sua experimentação, de seu sequestro, a vida que ela deixou pra trás, os meses no laboratório ou mesmo qualquer efeito prático de seu corpo modificado para algo além de lhe dar superforça e boa manipulação de ki nunca foram aprofundados. E não sabemos como o passado afeta ela. Reforço, o passado dela só foi revelado por fora, e no texto do mangá ele nunca é trazido a tona.

O próprio parentesco dela com o Nº17 veio jogado estranhamente na forma de um plot-twist estranho.

Ao longo do arco Cell ela não parecia ter uma personalidade significativamente diferente da do Nº17. Os dois eram estoicos, arrogantes, teimosos e pareciam sentir prazer de destruição. E diferença central entre eles, era que seus gostos eram estereotipicamente ligados aos seus gêneros. Nº17 gosta de carros e a Nº18 gosta de roupas. Carros e roupas são dois gostos estabelecidos logo de cara para humanizá-los. E essencialmente os únicos gostos estabelecidos por eles até estabelecerem que a Nº18 gosta de dinheiro.

Após o arco Cell acabar a nº18 se casou com o Kuririn, e os dois últimos momentos do mangá em que ela teve alguma agência e fez algo além de só andar com a turma segurando a filha no colo, foram quando ela pergunta o prêmio em dinheiro do Tenkaichi Budokai antes de decidir se ela e Kuririn participariam, e depois quando ela chantageia Mr. Satan para lhe vender a luta no torneio em troca de um prêmio superior ao prêmio do torneio.

Em aparições não-canônicas, o único filme em que ela tem uma aparição significativa é o do Bio-Broly, que eu não sei se é o pior filme de Dragon Ball, mas é definitivamente o mais trash. No filme o Mr. Satan é sequestrado por um milionário que financiou um cientista para fazer experimentos humanos e criar supersoldados que pudessem matar o Mr. Satan. A Nº18 estava acompanhando o Mr. Satan e ouviu a história inteira, mas em vez de achar que um cientista que por ser obcecado com vingança está praticando experimentos humanos para criar guerreiros assassinos, era algo que incomodava ela pessoalmente, ela só tira vantagem da solução para ser a guarda-costas de Mr. Satan na esperança de conseguir mais dinheiro ainda.

Em Dragon Ball GT ela só ganha destaque depois que o Super 17 mata o Kuririn e decide se vingar. Ela blefa para o 17 sobre explodir a bomba no próprio peito, bomba essa que ela não possui desde o fim da luta contra Cell. O blefe sugere que 17 não sabe sobre a remoção das bombas em Dragon Ball GT, o que sugere que os dois irmãos são conversaram muito depois do arco Cell. Pois essa parece uma informação importante.

Em Dragon Ball Super ela aparece como uma constante fonte de apoio pra Kuririn, raspando sua cabeça quando este volta a ser um guerreiro, o incentivando a voltar a treinar, e cuidando dele quando ele se machuca. No Torneio do Poder ela aparenta restaurar a dinâmica de dupla de guerreiros com o Nº17, lutando ao lado dele e sincronizando seus ataques com pouca comunicação. Apesar disso, ela não aparentava estar em bons termos com ele antes do torneio, onde ambos agem com frieza em relação ao outro.

E em Dragon Ball Super é reforçado o lance já estabelecido de que ela só teria interesse em uma luta para salvar o universo, por dinheiro.

Em grande resumo, a caracterização central dela se resume em ser mal-humorada, gananciosa e em gostar do Kuririn.

É o suficiente pra gostar dela, pois eu acho que ela é carismática o suficiente para elevar as cenas somente existindo e estando lá. Ela não precisa ser complexa nem ter um puta desenvolvimento de personagem. Tem personagens que são divertidos somente sendo eles mesmos, e eu acho super agradável acompanhar essa mulher emburrada dando um sorriso pro Kuririn.

Dragon Ball não me deu muito da minha personagem favorita, mas tava tudo bem, ela era divertida o suficiente. Era o suficiente, e desenvolver a Nº18 não era algo que eu cobraria de Dragon Ball ou suas continuações.

…mas aí surge o Dragon Ball Z Abridged e mesmo assim me entrega tudo o que eu queria, mas não pedi.

A Androide nº18 versão Abridged:

Dragon Ball Z Abridged é uma paródia curiosa. Pois diferente de um Scary Movie ou de uma paródia da Turma da Mônica da vida, eles não podem inventar uma cena que não existe. Eles podem modificar os diálogos o quanto eles quiserem, mas a progressão do arco Cell é a mesma da história original baseada em reedições dos episódios, e tudo relativamente na ordem.

Eles podem com o poder de deixar tudo offscreen e boa edição de som criar alguns eventos para matar um personagem ou reviver um, mas eles não conseguem fazer um efeito borboleta em que isso mude os rumos dos eventos. Eles reviverem o Nappa não serviu de nada, pois o Nappa não voltou pra história. O Nail eles conseguiram manter na história, pois o Nail se tornou uma voz sem corpo, então as limitações de imagem para os rumos narrativos da série eram claros.

Então pegando o arco Cell de exemplo, eles pegam 54 episódios de 22 minutos e resumem pra 29 episódios de em média 15 minutos, e passam por todos os pontos. O Trunks vindo do futuro, os androides Nº19 e Nº20, o Yamcha empalado, o Goku tendo um ataque cardíaco, o Super Vegeta, o Dr. Gero voltando para seu laboratório, acordando Nº17 e Nº18, o surgimento do Nº16, a caça ao Goku, o Piccolo se fundindo com Deus, a aparição de Cell, a sala do tempo, a absorção dos androides, o torneio do Cell, o Mr. Satan, a morte do 16, transformação d Gohan, sacrifício de Goku, fim do Cell, tá tudo ali.

Tudo tá ali. Então assim, eles podem enfiar mil piadas e atalhos nos diálogos, mas não tem tanta liberdade pra mudar o contexto das cenas que fazem as coisas acontecerem. Eles podem fazer o Cell cantar enquanto destrói uma cidade, mas eles têm que fazer o Cell se encontrar com o Piccolo, eles não podem pular esse momento. Assim como o parceiro do Piccolo para procurar o Cell tem que ser o Tenshinhan, pois é assim que tá na cena, e eles não podem animar uma cena nova.

Então eles têm menos tempo, de história, para passar pelos mesmos plot-points, contando o máximo de piada possível, e mesmo assim, eles conseguem, pela casualidade dos diálogos, explorar bem mais os personagens. Em caminhos interessantes.

A principal diferença entre os androides, além do fato de que, assim como todo mundo, eles agora são super sarcásticos, é que agora eles não escondem o fato deles serem irmãos, isso é o centro da dinâmica deles. No mangá e no anime, a revelação de que eles na verdade eram irmãos desde o começo é um twist do fim do arco, mas em Dragon Ball Z Abridged, não. Eles se referem um ao outro exclusivamente como Sis e Bro, comentam podres de infância um do outro casualmente, mencionam os pais, e parecem desfrutar mais da companhia um do outro.

Para diferenciar mais as duas personalidades, eles fizeram a Nº18 ser mais impaciente com tudo, enquanto o Nº17 gosta mais de curtir o momento. Isso se manifesta nela não querendo esperar a atualização do Nº16 terminar antes de acordar ele, no mau humor dela em demorar pra chegar na casa de Goku, e no Nº17 ter um apreço pela natureza que a Nº18 não tem.

Sua impaciência se manifesta também em como ela não aprecia gente se gabando durante as lutas, fazendo um ponto em não permitir que Vegeta termine nenhuma frase, sempre golpeando ele quando ele fala.

Ela também parece levemente politicamente correta. Não o suficiente para não matar gente, mas em comparação aos demais personagens. Ela se ofende quando o Nº17 faz um comentário racista, e ela acusou o Dr. Gero de estar fazendo uma piada sobre ruivos não terem almas, quando viu que o nº16 era ruivo em seu episódio de introdução. Mas piadas de ruivos a parte, ela aparenta ser particularmente impaciente com machismo. Apesar de ela não ter a menor paciência para lutinha e não dividir o tesão por porrada que os demais personagens sentem, ela se diverte muito espancando o Vegeta em particular, pois o Vegeta foi misógino com ela em vários pontos da luta.

Da mesma forma, ela ia poupar o dono da loja de onde ela estava roubando roupas, até receber insultos sexistas, que foi quando ela decidiu voltar para matá-lo. E quando o Nº17 demonstrou resistência em dirigir uma van rosa, ela ficou visivelmente irritada com a atitude babaca.

A versão Abridged também estabelece que ela se sentiu atraída pelo Kuririn desde a primeira vez que viu ele, e que ela realmente acredita em desafiar os padrões de beleza da sociedade. O Nº17 acusa isso de ser a maneira como ela se rebelava contra os pais racistas deles.

Inclusive, uma coisa que eu acho graça no Toriyama, é que ele visivelmente não manja de escrever romance. Então o que ele faz, escreve um mal feito? Não, esse é um mangaka que entende as próprias fraquezas, ele dá um time skip, e agora o casal já existe e a gente não precisa parar pra pensar no que aconteceu.

Ele nunca conseguiria vender Vegeta e Bulma convincentemente como algo rolando aos poucos, então o que ele fez foi jogar o filho dos dois do futuro no plot e nos dar tempo para eventualmente se acostumar com essa ideia.

Mas no Dragon Ball Z Abridged, nós vemos os romances caminharem. Acompanhamos todo o overload de toxicidade que foi a gravidez de Bulma com Vegeta.

E nós podemos ver todo o processo de aproximação da Nº18 com Kuririn desde antes dela ser absorvida pelo Cell, sendo que no original deixa muito pra nossa imaginação como é que ela deu a primeira chance pro Kuririn. Inclusive notável que no cânon, ela visivelmente aponta a falta de altura do Kuririn para ofendê-lo e reeitá-lo, enquanto no Abridged, ela é atraída por homens baixos, e isso incluindo a versão dela que mal interagiu com o Kuririn.

E mais do que acrescentar somente humor, eu acho que nessas decisões, a versão do Abridged melhora a narrativa do arco. Que nem quando na versão do Abridged, as últimas palavras da nº18 antes de ser absorvida foram pedir para que o Nº16 protegesse o Kuririn. Coisas que deixam a cena dela sendo absorvida particularmente poderosa e dramática se comparado ao original.

E um detalhe sutil, que foi permitido florescer na versão do Abridged, mas não na versão original, graças a decisão de se trabalhar o romance do Kuririn com a Nº18. Na obra original fica implícito que a Nº18 começa a abaixar a guarda pro Kuririn e eventualmente dará uma chance pra ele por gratidão por ter tido a bomba removida. E isso não é um problema. Mas na versão Abridged é interessante que embora ela já flertasse com ele, é quando ele resolve ajudá-la a salvar a vida do Nº16. A versão Abridged dá um foco muito bom na amizade que Nº17 e Nº18 tinham pelo Nº16. E com isso eles conseguem abordar um detalhe que fica bem idiota na versão original, que é a maneira como a Nº18 não fugia do Cell de maneira eficiente, na versão Abridged fica muito claro que ela não vai abandonar o Nº16 para se salvar sozinha, que pra ela os planos são ou os dois sobrevivem juntos, ou foda-se.

Por isso, mesmo que ela já flertasse com Kuririn, ou mesmo que ele já tivesse destruído o controle que detonaria a sua bomba, foi quando o Kuririn decidiu que ia arriscar a vida pro Nº16 conseguir escapar com ela, que ela virou a chave.

E trabalhar a maneira como a gentileza do Kuririn pelo Nº16, que é uma gentileza canônica, foi o que mais teve peso para a Nº18 ver o melhor dele tem mais peso do que ser uma dívida de gratidão pessoal. Eleva demais a personagem.

E ainda sobre o Kuririn tem mais um detalhe curioso. Que tanto em cena-filler do anime original de Dragon Ball Z, quanto em Dragon Ball Super, vemos que a Nº18 não está muito confortável de ver as pessoas cientes de que ela está em um relacionamento amoroso. O que faz sentido, ela é a emburrada edgy da turma, gosta de ficar nas sombras e de sorrir só quando o Kuririn é a única pessoa vendo.

Então ela fica vermelha de vergonha quando escuta o Kuririn comentar com o Goku o quanto ele ama estar casado. E ataca o Kaioshin em Dragon Ball Super quando ele declara que podia ver o poder do amor na forma como a Nº18 lutava.

Em Dragon Ball Z Abridged, isso se manifesta, mas substituindo o lado tsundere tradicional que esses fillers sugerem, por fazer ela ser desconfortável com romance. No instante em que Kuririn admite estar apaixonado por ela, a sua reação é ir embora para não ter que lidar, admitindo ser ruim com essas coisas. Ela não xinga ninguém, só realmente não quer encarar a situação de frente.

Enfim, isso é o que ela nos oferece em Dragon Ball Z Abridged, mas ela tem uma ligeira sobrevida. O mesmo grupo que fez Dragon Ball Z Abridged, o Team Four Star, tem expandido o universo que eles criaram. Eles não vão reeditar o arco Boo, mas eles animaram em CGI cinco curtas animados retratando acontecimentos entre os arcos Cell e Boo e começaram um spin-off sobre o que é essencialmente a série The Good Place com o Cell no inferno…. enfim, em dois desses curtas a Nº18 tem destaque.

O primeiro é o que mostra o primeiro encontro dela com o Kuririn, onde o Kuririn tenta levar a Nº18 para jantar em um restaurante chique, mas após ela ser assediada pelo garçon, eles dão ragequit do restaurante e a Nº18, que não quer encerrar a noite em uma nota ruim, se oferece para pagar um hamburguer pro Kuririn.

E nossa, tudo nesse curta chuta bundas! Talvez porque aqui é onde por ser uma animação original eles puderam entrar no território completamente fanfic. Mas vejamos. No jantar a 18 enfim fala um pouco sobre como é a sua relação com o seu sequestro e transformação em androide. Vemos pelos comentários dela que sua vida antes do sequestro estava longe de ser boa, e que o sequestro foi uma merda, mas que ela tenta se focar no que ela ganhou, que no caso é sua super-força e a oportunidade de conhecer o Kuririn.

O curta é particularmente bom na perspectiva narrativa. Ela menciona que no dia que foi sequestrada, ela tinha no bolso dela somente um vale-presentes expirado, um baseado e 17.000 zenis. Ao longo do jantar ela joga o vale presentes na cara do garçon, fuma o baseado na porta do restaurante enquanto decide com Kuririn como continuar o encontro, e decide pagar a conta da lanchonete, essencialmente queimando todos os vestígios de sua vida anterior antes de começar a sua vida nova.

Entre isso e ela reforçando que nunca contou seu nome verdadeiro pro Kuririn dão muito mais significado pra ela continuar chamando a si mesma de Nº18 mesmo depois de casar. Quando no original só fica implícito que o autor não realmente pensou no nome verdadeiro dela por vinte anos até ser cobrado.

O curta termina com ela confirmando que ela não exatamente precisa se alimentar pra viver, mas que ela escolhe comer mesmo assim, pois acha que viver sem comer não é vida de verdade.

A aparição final da Nº18 no Abridged-verso é no último curta. Em que Vegeta, desesperado por ter com quem lutar agora que o Goku morreu sai desafiando todo mundo que ele conhece. E quando ele fala pra Nº18 que ela devia uma revanche pra ele, ela faz um discurso longo sobre o quanto o Vegeta é uma pessoa abominável pra quem ela não deve nem sequer respeito.

…é bom ver o Vegeta ser xingado.

Enfim, e o que eu tiro disso tudo.

Uma Nº18 mais humanizada:

Agora vamos no que é mais ou menos o ponto do meu texto. Quando a gente começa a falar dos personagens que a gente gosta, especialmente se for gente da minha laia que publica conteúdo que disseque porque um personagem é bem-feito ou porque uma obra é de boa qualidade, aí começam a surgir algumas palavras comuns. “Personagem complexo”, “Desenvolvimento de personagem”, “Arco de personagem”, “Personagem tridimensional”… um monte de jargão que a gente aprende que são coisas que os personagens devem tentar ser.

…e a Nº18 não tem nada disso. Ela não é complexa, nem bem-desenvolvida, nem tem um arco de personagem significativo. Muita gente na má fé vai acusar todo mundo de Dragon Ball de ser assim, e eu não concordo. Eu acho que Goku, Gohan, Vegeta, Piccolo e Bulma são personagens complexos e desenvolvidos, já dediquei um texto ao Vegeta quando o blog era recém-nascido e dediquei um texto ao Goku também, para analisar que eles são mais do que aparentam.

Mas a Nº18 não é nada disso. E tudo bem não ser. Pois na maioria das obras a gente vai ter uma série de personagens complexos, outra série de personagens bem desenvolvidos, e uma galera pra quem não vai dar para dar essa atenção toda, pois não é sobre eles a história. Mas que eles ajudam a colorir a obra mesmo assim Para isso entra um conceito que muito tempo atrás eu vi um vídeo no youtube cunhar o termo “Persona Estética”.

E segundo o vídeo, Persona Estética é essencialmente o charme que o personagem emana somente sendo quem ele é. Em resumo, você pega um personagem, a personalidade dele, seu design, seu estilo de se vestir, seu jeito de falar, seu jeito de interagir, seu super-poder, e decide com base em tudo isso que: “porra, eu adoro esse boneco, toda hora que ele tá em cena eu fico feliz, pois ele é daora”. E muitos personagens de Dragon Ball se sustentam nisso.

E isso não os torna personagens ruins.

Agora, a Nº18 tinha a Persona Estética de ser essencialmente uma combinação de linda, forte e brava, o que nunca falhou em fazer uma waifu na otakusfera, não importa o anime/mangá. O Toriyama tem um visível fetiche por mulher de pavio curto, e isso passa pra muitos fãs. Mas ela não vai muito além disso. E isso era o suficiente pra eu gostar mais de ver ela em cena do que de ver o Vegeta em cena.

Mesmo desgostando de Dragon Ball Super, eu vejo momentos como a Nº18 reencontrando o Trunks do Futuro e fico feliz que eles fizeram as pazes. Aliás, eu reclamo muito do que fizeram com o Kuririn e com o Nº17 em Super. Mas na Nº18, exceto ela pressionar o Kuririn a se desaposentar, o que foi cagado, eu normalmente fico satisfeito com as aparições dela.

Tá que eu achava super maneiro como no arco Boo ela ia pras lutas literalmente de calça jeans, no maior estilo de quem tá pouco se fodendo, mas eu não tenho nada contra ela agora ter escolhido que a roupa de batalha é uma tracksuit, combinou. 

Tem essa ceninha logo nos primeiros episódios em que o Chaotzu faz umas graça pra Marron e a 18 sorri. Gosto dessa cena, gosto dessa vibe de que ela tá sem saco pra todo mundo, mas esse cara que brinca com a filha dela, esse tá de boa, esse tá na lista da galera firmeza.

E nossa, em Battle of Gods em que ela não faz literalmente porra nenhuma. Eu adoro que quando o Goku vira um Super Sayajin Deus, a gente vê o contraste da filhinha da 18 olhando super feliz pra transformação, e a Nº18 com uma cara de quem não se importa. É isso aí mulher, esteja sempre mal-humorada.

E Dragon Ball Z Abridged igualmente não dá pra ela nenhum desenvolvimento, nenhum arco, e nenhuma complexidade além da confirmação de que ela teve um pai abusivo, o que me dá material para presumir algumas coisas, mas não realmente explica a personagem. Mesmo assim eu acho que eles enriqueceram a Persona Estética dela de uma maneira, que ela se tornou quem eu sempre quis que ela fosse. Que ela se tornou a personagem que eu sempre torci para ser quem realmente aparece nos episódios.

Alguém que vai além de só ser emburrada e gananciosa. Aliás, na versão Abridged ela não menciona dinheiro nem uma vez sequer… talvez se tivessem chegado na Saga Buu veríamos. Nunca saberemos.

 

Na versão do Dragon Ball Z Abridged eu sinto que ela está muito mais humanizada. Pois seus diálogos constantemente revelam novas facetas de quem ela é, enquanto na série original a gente percebe quem ela é em sua primeira aparição e nada muito novo é revelado. Entre a luta contra Vegeta, quando ela era uma antagonista central, e sua absorção pro Cell, quando ela tinha que ser protegida pelos heróis, ela não realmente revelou uma nova faceta de si mesma na obra original. Mas na versão Abridged, sempre que ela fala a gente aprende mais sobre ela, o que ela gosta, o que ela não gosta e como ela encaixa no mundo.

O detalhe de que a primeira coisa que os Androides destruíram no mundo foi a música Country, pois a Nº18 odiava, somado ao fato de que ela dá uma bronca quando o Nº17 destrói uma loja de roupas que ela gostava, indica que os ataques dos androides, era motivado por eles atacando o que incomodava eles, e assim, a gente vê um reflexo de quem eles são com base no que eles atacam.

Eu acho que essa é a grande força de caracterização. Muito do humor da série se sustenta em mostrar os personagens reagindo ao plot. As vezes é pra tirar uma piada de cultura pop, e as vezes é para fazer os personagens lembrarem um evento do plot que o Toriyama claramente já tinha esquecido no momento. De qualquer jeito, os personagens estão sempre colocando muito de si mesmo nas frases. Um bom exemplo disso é a maneira como o Piccolo, que na série é marcado por sua inaptidão social e solidão, tem genuína vergonha de ter sido um vilão no passado e tem uma relação estranha com seu passado.

Isso contrasta Piccolo fortemente com Vegeta, que a série se recusa a por a escala cinza mesmo na fase em que ele já era um anti-herói no material canônico, enfatizando o quanto ele não realmente se arrepende de nada, e o quanto ao menos na Saga Cell, afeto pela Bulma era algo que ainda não tinha nascido.

O que culmina no já mencionado quinto curta especial, onde Vegeta sem ter mais um rival de batalhas, tem que lidar com a maneira como ele se alienou de todos os outros personagens na terra e não possui mais um propósito, pois sem a Terra em perigo ou o Goku passando pano pra ele, ninguém ali tem motivo pra fingir que é amigo dele.

Esse lado do Vegeta é enfatizado pelo Tenshinhan que ainda trata ele como se ele fosse um vilão até o final.

E olha só, apesar de Dragon Ball Abridged só cobrir o período de tempo em que o Tenshinhan já tinha ficado completamente pra trás em poder de luta, e apesar do Tenshinhan, de maneira consistentemente ao original ainda se definir primariamente por ser um guerreiro. Aqui em vez de inventar cena de ação inexistente pro Tenshinhan se demonstrar mais fodão do que deveria ser, a série resolve focar no Tenshinhan uma rivalidade com Vegeta como sua marca. E isso resgata a popularidade do personagem.

A versão Abridged do Tenshinhan é muito querida, por se recusar a se curvar moralmente a uma pessoa muito mais forte do que ele. E isso tem muito mais valor do que só inventar cena de ação, que eu reforço, não é algo que era uma opção pra série que depende de reaproveitar cenas já existentes no anime original.

Conclusão:

Dragon Ball Z Abridged ao refazer a personalidade dos personagens de Dragon Ball, focando em piadas sobre como eles encaram o mundo em volta deles, traz uma nova dose de luz e carisma para esses personagens. Pois sem realmente dar muito mais complexidade ou densidade pra eles, completa a Persona Estética deles com novas perspectivas dos acontecimentos da série.

E as vezes isso significa ressignificar traços canônicos dos personagens, com explicações mais interessantes sobre elas. A piada do Piccolo ser solitário consegue unir em si várias características dele em uma piada. Tanto seu hábito de sempre estar refletindo em um deserto de pedras, como seu hábito de constantemente se fundir com outros personagens pra ficar mais forte (o que na versão Abridged cria o efeito colateral de ter uma pessoa morando eternamente na cabeça de Piccolo, com quem ele pode conversar).

Mas meu favorito é a maneira como o pessoal do Abridged para enfatizar o quanto o Vegeta é um escroto, faz ele simplesmente nunca se referir a nenhum outro personagem pelo nome. Ele chama Bulma de “Mulher”, Trunks de “Menino”, Gohan de “Pirralho”, Piccolo de “Namekiano”, Tenshinhan de “Triclope”, Nº18 de “Vadia” e varia entre o insulto que ele faz pra Kuririn e Yamcha, mas é sempre um insulto.

E isso reforça que a insistência canônica dele de se recusar a chamar o Goku de Goku insistindo em seu nome abandonado Kakarotto, é um aspecto dessa faceta dele, de simplesmente nunca chamar nenhum personagem pelo nome. Pois ele não respeita ninguém ali. Ele não respeita o Goku para chama-lo por seu nome verdadeiro, então o chama por um nome que ele não reconhece.

Nem essa perspectiva do Piccolo solitário, nem o ato do Vegeta se recusar a chamar personagens pelo nome existem no material canônico, mas se existissem não iriam contradizer nenhum elemento canônico dos personagens.

Assim como se a Nº18 em vez de alguém que só pensa em dinheiro, fosse também uma mulher impaciente, que odeia música country, que não acredita em padrão de beleza, e que está confortável recomeçando uma vida nova do zero, pois sua vida anterior foi em um lar abusivo, nada disso iria contradizer quem a personagem já é. Iria aumentar os elementos da Persona Estética dela, sem contradizer os que já existem.

Pois o povo do Abridged substituí coisa aqui e ali, e todos vimos como eles transformaram o Sr. Popo, o Ancião e o Dr. Briefs em figuras malignas, mas eles são particularmente bons em preencher aquilo que o Toriyama deixou em branco em personagens que eles não exatamente mudam, mas completam.

E nisso muitos personagens melhoram.

A cena extra que fizeram do vídeo que o filho do Dr. Gero gravou pro pai antes de ser morto por Goku muda muito como a gente olha para os personagens envolvidos. Aqui eu acho interessante, pois eles pegaram algo que estava implícito em uma entrevista do Toriyama e colocaram em uma cena que de fato agrega aos personagens,.

O que volta na minha crítica central ao Dragon Ball Super. Que acredita que a única maneira de dar pro Nº17, pro Mestre Kame, pro Kuririn e pro Tenshinhan o destaque e o respeito que eles merecem, é colocando eles para ter mais lutas, inventando novos e novos migués para eles durarem em lutas que não dá mais para eles darem conta.

Quando uma ideia muito melhor é simplesmente fazer eles terem o que dizer quando eles falam. Fazer os momentos deles como expectadores ser interessante por serem eles. Valorizar os personagens que não lutam por serem parte da turma.

Afinal de contar Bulma nunca precisou lutar pra ser da turma.

Pois quando eu quero que o Nº17 volte pro plot, eu não quero que ele recupere sua lealdade ao Dr. Gero, se funda com um clone e vire uma abominação. E nem quero que ele ganhe um Battle Royale Eu quero é que a personalidade dele, as coisas que ele gosta, que ele não gosta e a maneira como os demais personagens afetam ele seja melhor escrita.

Eu quero simplesmente poder desfrutar toda cena em que ele fala e conversa, meramente por ser o Nº17 em cena.

O Super resolveu ir na onda do Toriyama de que depois do arco Cell o Nº17 foi virar um homem de família.

Então muito mais legal que ver ele sobreviver ao Jiren seria ver a família dele. Cadê a família do Nº17 porra?

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

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Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

Alertas

  • – Todos os posts desse blog contém SPOILERS de seus respectivos assuntos, sem exceção. Leia com medo de perder toda a experiência.
  • – Todos os textos desse blog contém palavras de baixo calão, independente da obra analisada ser ou não ao público infantil. Mesmo ao analisar uma obra pra crianças a analise ainda é destinada para adultos e pode tocar e temas como sexo e violência.

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