Top20 Personagens dos Simpsons:

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The Simpsons é uma série que estão atualmente em sua 35ª temporada. E estão caminhando em direção aos seus 800 episódios. Quem não acha isso surreal, está maluco. 36 anos no ar, embora aconteça aqui e ali, é impensável, e mais impensável ainda é isso acontecer sem a necessidade de um rebrand pesado trocando seus protagonistas ou sua estrutura.

The Simpsons é famoso por uma interpretação online, que eu já alimentei e então repensei e passei a discordar, de que a série supostamente teria sido boa somente até sua oitava temporada e da nona em diante teria sido somente um exemplo de piorar a cada temporada. E para dar somente uma noção de escala, depois que os Simpsons entraram na sua “fase ruim”, onde a série supostamente esteve desde então, o mangá de One Piece estreou, e se tornaria um mangá icônico por ser hiperbolicamente longo. O ano em que os Simpsons entraram na “fase ruim” também é o ano em que estreou o anime de Pokemon. Duas franquias gigantes que dominaram e elas próprias se tornaram gigantescas em números de episódios, inclusive passando os episódios de Simpsons, pois Simpsons dá mais pausas que os animes de Pokemon e One Piece.

E se por 20 anos ficou-se falando sobre como o tamanho de Simpsons é sua maior fraqueza, hoje eu acho com tranquilidade que é sua maior força. É o maior desenho animado da história por seu tamanho. Hoje eu quero falar do que o tamanho da série faz com os personagens.

Pois, como eu disse, os Simpsons não mudaram sua estrutura até hoje, e sua estrutura é de 30 anos atrás. E isso é um desafio, pois a gente via personagens de uma maneira muito diferente em 1989 do que vemos hoje no final de 2023.

E bem, antes de me aprofundar nisso, eu quero me aprofundar no fato de que esse blog possui uma campanha de financiamento coletivo, e se você é um leitor de longa data que gosta do trabalho que eu faço aqui, eu peço que cogite dar uma ajuda no blog. Os apoios que eu recebo fazem toda a diferença e me tiram de muitos apertos, que quando rolam sobram pro Dentro da Chaminé também. Se quiser ajudar com o valor que achar justo, existem enquetes recorrentes pra ajudar em textos futuros, sugestões no grupo de apoiadores, e o que eu posso oferecer é isso. E se não quiser ajudar mensalmente, ainda pode ajudar o blog fazendo um pix de qualquer valor pra a chave franciscoizzo@gmail.com que vai receber minha gratidão, e uma homenagem num texto da mesma maneira.

Pois esse texto é feito em homenagem a todos os que já me ajudam. Galera firmeza e bacana. Os verdadeiros heróis desse blog, a quem eu devo tanto. Espero que curtam o texto.

E por falar no texto, antes de sair enumerando personagens de Simpsons, vamos falar um pouco sobre aonde eu quero chegar e o que eu estou analisando de fato.

Porque assim, os Simpsons é uma sitcon da velha guarda baseada em Status Quo. O que significa isso? Significa que no fim de cada episódio a situação deve ter voltado ao normal e nenhuma mudança significativa deve ter ocorrido na vida dos personagens.

Antigamente, não existia streaming, nem box de DVD com a temporada completa das séries, e em especial uma série de comédia que era reprisada em ordem aleatória diariamente, ver a série em ordem era semi-impossível, portanto os episódios eram deliberadamente feitos pra não ter de verdade uma ordem. Exceções poderiam ser feitas em episódios especiais, especialmente na introdução de novos personagens.

Shauna foi criada pra ser a namorada de Jimbo em uma cena e seguiu voltando pra ser o par dele até se estabelecer como a garota adolescente delinquente.

E os Simpsons tem suas exceções, em seus quase 800 episódios tem alguns significativos episódios que mudaram o status civil dos personagens. Flanders enviuvou, os pais de Millhouse se divorciaram, Apu casou e teve oito filhos, Krabapell noivou, desnoivou e então casou-se com Flanders até morrer e Flanders enviuvar de novo. Em uma frequência menor que “uma vez por temporada” a série as vezes mudava bem de leve que personagem é par de qual.

Porém o que não acontece é que os personagens não evoluem. E não saem do papel que eles representam na série. Nenhum personagem vai arrumar outro emprego, perder um de seus defeitos, fazer as pazes com seus inimigos, ou repensar os valores que guiam suas vidas. Não, eles são personagens estáticos. E pessoas que vem séries na ordem tendem a não apreciar personagens estáticos, pois é um público que tende a querer um sentimento de jornada linear e a ser recompensado por notar coisas que só podem ser notadas por quem viu na ordem e prestando atenção.

Existiu uma tentativa de fazer o Barney ficar sóbrio, mas logou notou-se que sem fazer o personagem ser um veiculo pra se falar de alcoolismo, não tem muito o que se fazer com o personagem.

Mas os personagens de Simpsons não podem oferecer isso. Arcos de personagem que durem mais de um episódio, ou uma jornada ao longo das temporadas.

Os personagens de Simpsons também não possuem lore fixo. Em um episódio podem falar uma informação do passado do personagem e isso pode ser diretamente desmentido no episódio seguinte. Empregos dos personagens podem te confundir. Tudo é contraditório.

Tanto Abe quanto Burns já serviram em todas as divisões militares dos Estados Unidos em uma história militar impossível de se juntar numa só continuidade.

Então esses personagens não tem futuro, pois eles não vão evoluir com o passar da série, e eles também não tem passado, pois seus flashbacks existem só pra alguns episódios e não devem ser levados muito a sério. Então, esses personagens têm somente seu presente.

Como se julga um personagem assim? Se os elementos que vão dar complexidade e desenvolvimento pra eles não vale nada.

É isso que vamos descobrir nesse texto! Eu quero chamar a atenção pra 20 personagens dos Simpsons e falar de porque eu gosto deles, e no processo, vamos descobrir por quais métricas podemos verificar de um personagem de Simpsons é bom ou não.

Antes determinando algumas regras, pois esses Tops só funcionam com regras, nesse elas serão bem simples.

1- É válido todo e qualquer personagem de Simpsons que tenham sido criados pros Simpsons. O que significa que eu não parei distinção entre protagonista, secundário, figurante, personagem-de-um-episódio só, todos valem. Mas não valerão: celebridades dublando a si mesmas, e personagens de crossover.

2- É só isso. 20 personagens, para falar sobre, em ordem decrescente do que eu acho os menos importantes pra se falar pros que eu acho mais. Hoje foi bem simples, sempre lembrando, esse texto é ilustrado pelas menções honrosas.

Comecemos:

20º Lugar: Sarah Wiggum:

Simpsons tem esse lance de que a maioria dos personagens é casado, mas as esposas não importam quase nada, e os dois exemplos mais drásticos disso são Bernice Hibbert, a esposa do Dr. Hibbert, e Sarah Wiggum a esposa do Chefe de Polícia Wiggum e mãe de Ralph Wiggum.

Personagens como Sarah são menos que um figurante, são meio que artefatos de lore. É importante que Wiggum seja um pai, então sabermos quem é a mãe impede perguntas de serem feitas, e cá temos ela. Isso é, a 30ª temporada, em que saiu o episódio Uncut Femmes, centralizado nela.

O episódio é sobre Marge descobrindo que apesar dela suspeitar que Sarah era uma mulher tediosa com quem ela não queria amizade, que Sarah era energética, rude, e tinha uma grande personalidade e que reprimia esse lado de si, como parte da ideia dela ser uma ex-criminosa que se apaixonou por um policial e tentou deixar toda sua vida pra trás.

O episódio é sobre sua vida passada alcançando ela e ela tendo que lidar com seu passado.

Enfim, ela não é o melhor personagem do mundo só porque esse episódio é bom. Mas ela é um lembrete de que todo mundo que ainda não tem foco, é uma potencial estrela. Em 35 anos, ainda tem muito personagem que não teve nada nem perto de um holofote, e eles são uma tela em branco, eles podem ser qualquer um, e por isso eles deviam ser. Especialmente personagens criadas pra serem esposas e parte do cenário.

Os Simpsons não tem uma personagem de verdade pra representar a mulher rebelde. Eles tentaram a Ruth Powell, mas ela não vingou, e então eles tentaram a Sarah Wiggum, e pra ela até mesmo mudaram a dubladora temporariamente.

E eu fico chateado que a reação de muitos fãs a essa mudança foi perguntar se isso é cânon e como isso encaixa com aparições anteriores e não rebeldes de Sarah. E isso é um pensamento triste. Pois ninguém vai conseguir experimentar com essas telas em branco se forem perguntar se tudo é cânon.

Teve gente que notou que essa semana desmente como Wiggum descreveu ter conhecido sua esposa no episódio A Star is Born Again….. gente, foda-se. Esse episódio é bom, e não tem que se podar pra ser compatível com os 20 anos de diálogos anteriores.

O cãnon talvez não permitisse explorar o background do Carl como alguém que foi adotado por um casal na Islândia, e tem conflitos de identidade racial por ser o único negro em uma comunidade europeia voltando pra um país onde ele é parte de um grupo racial com o qual ele não realmente divide uma cultura.

Alguém poderia achar algum episódio que uma piada de um minuto do Carl desmentiria isso. E levar essa contradição a sério seria uma maneira muito contra produtiva de se ver esse tipo de série.

Enfim, eu acho que a Ruth Powell não vingou e que eles talvez não usem essa versão da Sarah que eles criaram de novo, pois os Simpsons depois de 30 anos, ainda tem alguma dificuldade em escrever mulheres rebeldes e rudes. Como a vida suburbana fez essa mulher que não foram moldadas no ideal da dona de casa criarem quase que uma segunda personalidade pra fazer o papel da esposa de um homem que ela ama, mas que tem tanta coisa soterrada ali dentro. Não parece um tema que a série sabe trabalhar.

Mas devia.

Mas como os Simpsons nunca vão acabar, talvez eles tenham a oportunidade de no futuro revisitar o tema.

E quando fizerem eu não quero que eles inventem um personagem novo. Quero que usem a Sarah, ela já existe, e ela foi ótima. E rendeu um grande episódio.

19º Lugar: Seymour Skinner:

Seymour Skinner é o personagem de Simpsons mais injustiçado que existe. Por que eu digo isso? Por que o episódio mais infame, de pior reputação, cunhado pela internet como o episódio que estragou os Simpsons, é um episódio focado no Skinner. E não só eu quero dar um take sobre esse episódio na verdade ser um bom episódio. Minha opinião é mais radical ainda, acho The Principal and the Pauper um dos melhores episódios do Skinner de todos os tempos. E talvez o episódio definitivo sobre ele.

Tudo o que torna o Skinner o Skinner está nesse episódio, apropriadamente pois é um episódio sobre ele tendo crise de identidade. No infame episódio descobrimos que Skinner é um impostor chamado Armin Tanzarian que serviu ao lado de um homem chamado Seymour Skinner no Vietnã, e roubou sua identidade ao voltar aos EUA, e roubou também seu emprego, e sua mãe.

O episódio disseca o que significa pra ele seu histórico militar, sua relação com a escola, sua relação com Edna e sua relação com Agness, e honestamente isso era tudo que o personagem tinha e tudo é explorado.

E os fãs literalmente obrigaram o episódio a ser removido do tão sagrado cânon que eles odiaram a ideia do Armin Tanzarian existir.

Tomar no cu! Esse é o único episódio que trabalha de verdade a relação do Skinner com a Agness até hoje, e não só a culpa imensa que ele sente e como ele quer devolver o filho dela que ela não tem mais. Como a maneira como Agness sabe que perdeu seu filho, mas do seu jeito pouco amoroso e frio, ela acolheu Armin sabendo que era mentira.

Enfim, depois disso, Skinner nunca foi muito atualizado mais na série.

Nunca ganhou um episódio explorando sua relação com a Agness.

Edna largou ele e ele nunca achou outro relacionamento.

Conforme o tempo passou, pararam de mencionar a guerra do Vietnã e descartaram seu lado veterano de guerra. O que é um erro, ele devia ter mudado qual guerra ele serviu toda vez, pois isso seria uma tremenda crítica ao fato dos EUA estarem perpetuamente em guerra e sempre existir uma guerra de 20 anos atrás. Hoje ele poderia ter servido no Iraque.

A única coisa que ainda trabalham no Skinner é sua relação com o Chalmers, que é ótima. Sério, Road to Cincinatti da 32ª é o segundo melhor episódio do Skinner até agora. E é só sobre ele e o Chalmers.

Mas eu sinto que ele nunca mais foi o mesmo depois que o episódio que realmente entrou na alma dele foi um flop tão grande.

E eu acho que é aquele episódio que mostra porque ele é fenomenal.

Pois o Skinner não é um lore detalhado e bem resolvido.

Ele é isso, essa criança numa roupa de adulto, moldado pela disciplina que quer repassar essa disciplina na escola sem sucesso. Alguém que precisa de um abraço, mas só recebe frieza de seus superiores e da mãe e foi convencido que frieza é amor.

E isso é o rosto da educação pública de Springfield.

Se o Skinner recebesse mais amor e acolhimento, ele poderia ser um educador capaz de acolher crianças, e poderia conduzir a escola melhor do que conduz.

Mas ele pagou o pato pelos fãs se apegarem demais ao cânon.

18º Lugar: Fat Tony:

Fat Tony é um personagem que foi planejado pra ser um personagem de um episódio só em Bart the Murderer. Mas que foi voltando e voltando mesmo sendo dublado por um convidado especial, pois os escritores simplesmente viram muito espaço pra figura da máfia em Springfield.

E é fascinante ver como eles conseguem explorar o conceito. O mafioso local não é realmente um arquétipo constante na maioria das sitcons, mas aqui ele está sempre presente. Controlando a cidade, intercalando entre parodiar The Godfather, parodiar The Sopranos ou fazendo piadas sobre fachadas sensíveis por trás de uma cultura de muita masculinidade.

Gosto muito de como ele aparece frequentemente pra colocar confusão em episódios do Krusty. O mundo do entretenimento e do crime organizado não são muito separados não, e Krusty sempre se envolve de novo com Fat Tony.

Mas ele faz acordos com Skinner também, com Marge, e no fundo ele revela como qualquer tipo de operação pode ser corrompida pelo crime organizado e por gente má intencionada.

Talvez a figura do mafioso não seja um arquétipo comum de sitcon, mas deveria ser um comum de toda sátira da sociedade, pois tá, nem sempre na forma de uns italianos falando feito paródias de filme do Scorsese, mas mesmo assim, o crime organizado é algo escondido, mas tão presente em todos os setores da comunidade. E quando uma comunidade como Springfield que se torna um micro-cosmo do que é todos os EUA, não poderia funcionar sem um. Obviamente não era um personagem pra se usar uma vez só, ele é a alma da cidade.

17º Lugar: Belle:

E falemos agora de um personagem que deveria receber o mesmo destino de Fat Tony e não recebeu: Belle. Acho que esses dois vão contrastar bem um ao outro.

Belle é a dona do cabaré de Springfield que aparece no episódio Bart After Dark, o único episódio em que ela aparece. No episódio ela se mostra uma mulher cínica e confiante, ela não tem vergonha de vender erotismo, ela acredita que conhece o lado escondido da cidade e que seu serviço é digno, o que a coloca em conflito com Marge, e com os moralistas a quem Marge se alia.

O episódio é um dos meus favoritos disparados, e eu sinto que a série perdeu muito em não colocar ela no elenco fixo da série. O Cabaré nunca mais foi mencionado, e sei lá, eu sinto que ela administra o erotismo como uma demanda da população que o capitalismo pode suprir, e esse é um ponto da sociedade que aparece muito pouco nos Simpsons.

Tipo, de verdade? A Mãe do Nelson é regularmente descrita como uma stripper, com exceção das poucas vezes que foi descrita como garçonete do Hooters. E Brandine, esposa do Cletus de vez em quanda é descrita como stripper, em ambos os casos parece uma piada a respeito dessa ser uma profissão na qual pessoas em situação de pobreza acabam recorrendo. E as personagens não fazem comentário nenhum a indústria do sexo.

Não temos prostituição em Springfield, não temos atrizes pornô em Springfield, não temos jovens criando Onlyfans. E eu acho que isso é uma tentativa de Simpsons não virar vulgar e não achar contexto vulgar pra suas piadas. Sabem? Jamais virar um Family Guy ou South Park?

Mas eu acho que nisso a série perde um segmento social importante de se criticar e de se satirizar como parte do microcosmo dos EUA que Springfield é. Eu acho que tem muita piada, sátira, alfinetada e denúncia a se fazer com como a indústria do sexo funciona e manipula a sociedade, e eu acho que Belle podia cumprir esse papel tão bem.

No seu único episódio ela era dona de um cabaré, mas acho que ela podia ser retratada em outros episódios como dona do strip-club onde a mãe do Nelson supostamente trabalha e em outros como cafetina. Ser a face de como demandas sexuais podem demandar esse tipo de comércia.

E acho que ela agregaria muito a série, pois em seu episódio ela possui uma voz que é interessantíssima e importante de se poder apontar em séries. Belle é anti-conservadora, enfrenta o moralismo da igreja, e acredita que o sexo pode empoderar mulheres. Mas apesar de todo esse discurso, ela é uma mulher de negócios e uma capitalista. Ela é a outra face do capitalismo, a face que parece se opor ao Sr. Burns, mas não se opõe ao problema central. E eu gosto de como o episódio meio que enfrentou os motivos pelo qual a igreja não tem que tentar fechar o cabaré dela, mas gostaria de ver outras perspectivas em outros episódios sobre a exploração daquelas mulheres que existe e pode ser gourmetizada. Acho que é uma personagem que funcionaria melhor pra um episódio desses do que se, o Fat Tony controlasse um puteiro.

E o foda, é que isso é só os autores não querendo olhar esses assuntos mais a fundo do que já olharam em Bart After Dark, pois não tem outro motivo pra não ter transformado ela em parte regular de Springfield. Afinal ela é dublada por Tress mcNeille, que já é uma dubladora regular da série, dublando inclusive a atual representante do Capitalismo Girlboss, que é Lindsay Neagle.

O grande símbolo de potencial desperdiçado.

16º Lugar: Sideshow Mel.

Existe um fascínio pra mim na ideia por trás do Sideshow Mel, em que ele parece o oposto de Krusty. A grande piada do Krusty é que ele tem uma persona pras crianças, mas quando ele não está no personagem, ele é uma figura drasticamente diferente de quem ele é performando. E ver Krusty fazendo a troca de chave é a fonte de seu humor.

Mel por outro lado não parece trocar a chave. Ele em sua performance é um ajudante de palhaço sendo torturado com voz de artista de teatro recitando Shakespeare e esbanjando erudição. E quando Mel não está em performance ele é tudo isso. Mel sai na rua seminu com um osso no cabelo recitando Shakespeare como se o personagem dele se recusasse a ter uma separação. Como se aquele não fosse só o trabalho ou o personagem do Mel, como se ele fosse mesmo somente um cara seminu, dramático com um osso no cabelo.

E o fato é que ter um cara seminu surgindo na multidão e apontando os fatos que acontecem é extremamente hilário.

Eu sinto que o Mel é uma estética hilária, e por ele ser uma estética hilária ele pode ser colocado em qualquer contexto, e um conceito que deveria pertencer à TV, se tornou sua vida.

Eu sempre quero ver e ouvir mais desse sujeito.

15º Lugar: Jessica Lovejoy

Mais uma que eu lamento que não tenha virado personagem regular, mas aí eu vi qual foi o vacilo. Inventaram de chamar a Meryl Streep pra dublar a Jessica, e aí não tinha como ter ela em um episódio por temporada. O que é uma pena, pois, porra, que boneco genial.

Os Simpsons tem muito episódio que critica religião, mas uma parcela pequena deles critica a religião, criticando a instituição igreja ou o Reverendo Lovejoy, a maioria critica na perspectiva de criticar as atitudes dos fiéis fanáticos, personificados pelo Ned Flanders.

E um dos episódios que mostrou o pior lado do Reverendo Lovejoy foi justamente Bart’s Girlfriend, que deu um grande foco em seu orgulho como pai, e absoluta descrença de que sua filha por ter sido criada em uma casa como a dele, poderia ser uma criança má.

Jessica abusa de seu status de filha do pastor, vende a imagem de anjinha e esconde uma delinquente perigosa e manipuladora. Mas seu pai não consegue aceitar a ideia dela ser cuzona e a protege com seu status. E eu acho isso fascinante. Nem mesmo o reverendo está imune a seu orgulho e recusa em vez o obvio.

Além de tirar o melhor do reverendo, ela explora bem o próprio Bart, ela põe o Bart em perspectiva, ele é um rebelde, mas ele não é um delinquente e ele tem linhas que ele não cruza, e o choque dele quando Jessica cruza essas linhas trabalha bem isso. E o quão cruel ela pode ser em seu sentimento de impunidade.

De resto a turma de crianças de Springfield tem uma má distribuição de gênero, faltando muito mais meninas recorrentes na escola. No começo da série o protagonista era o Bart, e fazia sentido que muitos secundários fossem os meninos da sala, com quem Bart interagiria mais. E nisso contamos nos dedos quantas meninas recorrentes temos na escola. Lisa, Sherri, Terri, Janey. Aí. Só 4. Podia ter a Jessica também. Adicionaria mais conflito.

Mas os Simpsons insistem em gastar atores caríssimos pra dar prestígio ao episódio e aí os personagens não voltam.

Relativamente recentemente, na 28ª temporada tomaram a sábia decisão de trocar a dubladora da Sophie Krustofsky, a filha do Krusty, de ser a Drew Barrymore, pra ser a Natasha Lyonne, e agora ela pode aparecer com mais frequencia, e o mesmo devia ter ocorrido com a Jessica.

Má gestão de dubladores.

14º Lugar: Mona Simpson.

Acho que o que torna Homer Simpson um dos grandes exemplos do que é o estadunidense médio na ficção é a ideia de que ele foi criado simultaneamente por duas facetas muito opostas da cultura estadunidense, uma hippie e um ex-militar. E a contradição existe nele. E Mona Simpson é isso, ela é a alma hippie dos EUA.

Ela representa uma oposição a todo o conservadorismo de Abe. E a ideia de que Homer nasceu da união de extremos opostos.

Na primeira metade da série, eles focavam muito no contexto dos anos 1960, e ao ativismo, música e revolução sexual que ocorreram nessa época. Porém, com o passar do tempo, ficou menos e menos verossímil com a série nos anos 2010 fazer a Mona ter vivido essa época, e aí focaram nas crises matrimoniais dela com Abe, e em como o casamento deles foi infeliz.

Mas acho que aí é um erro dos autores.

Passa a impressão de que o espírito da contracultura existiu somente nos anos 1960, sendo que ele sempre existiu, só mudou de forma.

Enfim, Mona abandonou Homer na infância, isso é consistente em todas suas contradições, e por isso, o personagem pode contar nos dedos quantas vezes interagiu com Homer adulto (três vezes) antes de falecer, e o personagem é sentido em sua ausência. Episódios como Homer visitando a fazenda hippie dela, ou entrando no próprio sonho numa paródia de Inception pra ver ela em seus sonhos, ou descobrindo que saudade dela é a razão por trás de sua gula, mesmo sem aparecer pra interagir com Homer, muito episódio segue sendo sobre ela.

Por ela ter um impacto muito forte no Homer, ela raramente faz participação casual, todo episódio com ela parece um novo episódio numa coleção especial de episódios com a Mona, e isso dá um sentimento especial dela e do peso que ela tem. Eu gosto da maioria dos episódios com ela, acho que todos agregam.

Só acrescento que seu lado contra-cultura podia ser explorado até hoje, tinha anti-capitalismo e anti-conservadorismo nos anos 1980, não tinha a forma dos hippies, mas acho que a série tinha que continuar associando Mona a esses conceitos. Em toda década um grupo de jovens politizados tentou derrubar o Sr. Burns. Agora a juventude dela já seria nos anos 1980? Faz uns flashbacks com a Mona andando com os punks.

13º Sherri e Terri:

Na real essas gêmeas não fazem nada. Não tiveram nenhum episódio sobre elas até hoje. Elas são certamente os personagens mais rasos dessa lista toda. Mas mesmo assim eu adoro essas gêmeas por algum motivo, talvez o excesso de roxo no design de personagem.

Suas aparições costumam girar muito em piada de gêmeos, como não poderiam deixar de ser. Olha só elas se desintegram quando se afastam. E olha lá, elas falam em uma língua só dela.

Mas a grande piada delas eu sinto que é a ideia de que elas deveriam ser duas personagens, quando elas não são. Explicando melhor, eu sinto que sempre que outros personagens tratam elas como dois seres humanos distintos essa é a piada.

Em Simpson Tide, Skinner fala que em caso de desastre nuclear, eles tem um abrigo especial pra proteger seus melhores alunos, que incluem Lisa, Martin, e Sherri, mas não Terri.

Bart tem uma queda por Sherri, mas não por Terri, em um dos episódios. Aliás, como elas são as únicas meninas da idade de Bart, muito disso é trabalhado na parte romântica.

Em grande contradição com a declaração acima, em Barthood, Bart acha que beija Terri no armário e descobre no meio que é Sherri que ele beijou. Sherri incentivou ele a continuar, mas ele se mandou.

E num episódio recente de Halloween parodiando Silence of the Lambs, Sherri morre e Terri imediatamente decide pegar o marido dela. Em outro episódio futuro, as duas engravidam de Nelson. Aparentemente as duas gostam da ideia de dividir um homem, e os homens resistem, pois insistem em ver elas como indivíduos.

Mas elas não insistem.

Diferente de Pati e Selma ou de Kang e Kodos, não existe nenhuma dica pra realmente conseguirmos saber qual é Sherri e qual é Terri. Supostamente a Sherri sempre está na esquerda, mas isso não é o suficiente. E eu vejo graça nessa ideia, elas não são a mesma pessoa, mas elas agem como se fossem.

E a mãe delas age também, talvez seja de família.

E eu próprio estou tratando elas como um personagem só.

Por mais que suas piadas sejam aqui e ali, se você faz elas uma vez por temporada por 35 anos você acaba fazendo a piada 35 vezes, e aí acha alguém que gosta. Eu adoro elas, e aguardo ansiosamente quando elas vão ter o próprio episódio.

12º Lugar: Sideshow Bob.

Vou acabar repetindo minha conclusão sobre Mona. Todo episódio do Sideshow Bob é um espetáculo, as vezes é um espetáculo estranho, mas o episódio sempre gira em torno dele e do quão fascinante ele é como personagem.

Como Bob não aparece mais que uma vez por temporada, os roteiristas ficam divididos se querem ou não dar continuidade pra ele. As vezes querem fazer os episódios dele soarem como sequências a episódios passados dele, e as vezes querem dar um reset no personagem. Eu não ligo, eu não quero um arco pra ele quero que ele faça o que sempre faz.

O que ele faz? Ele canta, ele é esnobe, ele rejeita entretenimento barato, ele tem pés grandes, ele fala alemão….. ah sim e ele tenta matar gente.

…especialmente Bart.

Sideshow Bob quer matar Bart. Se ele conseguir matar Bart, o show acaba, então ele vai falhar. Isso torna ele o Wilie E. Coyote, e todos sabemos em que lugar esse cara ficou no meu top de Looney Tunes, não é mesmo?

A dinâmica do personagem determinado a vencer e destinado a falhar é fascinante. Alguns episódios tentam ser uma ameaça pé no chão, outras vão pro caralho com a galhofa. E alguns operam no meio termo. Pra mim o importante é variedade.

Os fãs tendem a gostar de redenções pro Bob, e de tentativas de reforma e episódios que eles momentaneamente se aliam. Eu não. Eu quero que ele sempre tente matar o Bart, e sempre falhe. E sempre venha o setup mais diferente que o anterior pra chegar no mesmo lugar.

Num homem adulto hiperinteligente fracassando em matar uma criança de dez anos.

Espetáculo! Sideshow Bob caiu no mundo do entretenimento por acidente e eu entendo isso, pois ele é uma existência divertida, ele nasceu pro entretenimento.

11º Primeiro Lugar: Hank Scorpio.

É uma opinião popular de que Hank Scorpio é o melhor personagem-de-um-episódio-só da série, não é a minha opinião, vai vir outro no futuro, mas eu entendo de onde vem, esse maluco é hilário.

A dualidade entre ser um super-vilão e ser um chefe atencioso e preocupado é uma piada excelente, é tão boa que ela nem parece que pertence aos Simpsons, parece mais uma brincadeira que Venture Bros ou Harley Quinn fariam. Não parece uma série que está aí pra brincar com tropes de organizações vilanescas a lá James Bond, mas, mesmo assim, funcionou bem, e serve de lembrete que a série sempre tem espaço pro diferente.

Mesmo na 35ª temporada, eu ainda acho que You Only Move Twice, na 8ª é um dos episódios mais diferentes que já fez.

Hank Scorpio enquanto personagem é pura energia, ele dita a velocidade do episódio, e seu senso de humor é excelente. Ele é tão maravilhoso, que queriam usar ele pra ser o vilão do filme, mas felizmente não usaram. Acho que alienaria todo mundo que não viu You Only Move Twice, e a ideia de Simpsons é justamente não obrigar ninguém a fazer a lição de casa pra ver um novo episódio. Toda temporada é uma boa porta de entrada.

Marcante e único. E eu sou a favor dele nunca ter voltado, não sei se acertariam tão na mosca numa segunda vez, eventualmente mandariam em outra direção, o personagem é marcante também pela sua finitude, dominou um episódio, triunfou como super-vilão e se foi.

10º Lugar: Selma Bouvier.

Selma Bouvier é uma mulher cruel, que odeia seu cunhado ao ponto de celebrar sua morte, que fazia bullying em sua irmã caçula, e que não possui pena ou empatia com as pessoas que dependem dela pra conseguir uma carteira de habilitação. Sua irmã gêmea Pati é a mesma coisa, nesse quesito, as duas são iguais.

Mas Selma é uma mulher infeliz, e isso é o centro de todo episódio focado em Selma, e o ponto que distingue ela de Pati que sempre soa mais cruel, pois ela não tem uma infelicidade no centro de porque ela é carrancuda. Pati ser saído do armário e ganhado seu maior traço de distinção em ser lésbica não realmente recontextualizou sua dinâmica social, embora tenha tornando-a interessante.

Com Selma não. Desde seu primeiro foco, sabemos que Selma é solitária, que ela sonha com romance e com família. Que ela quer tudo o que Marge tem, e que ela tem medo de jamais perder sua solidão. O que ela jamais perderá, pois ela é um personagem de desenho animado.

Muitos dos episódios que giram em torno dela fazem ela casar com um personagem secundário da série, o que já incluiu Sideshow Bob, Troy McLure, Lionel Hutz, Disco Stu, Abe Simpson e Fat Tony até agora. Deus sabe como essa lista vaie estar datada em três anos.

Tomara que ela case com o Chefe de Polícia Wiggum na próxima, pra obrigar Sarah Wiggum a recuperar sua selvageria pra pegar seu homem de volta. Esse é o tipo de episódio que eu veria.

Enfim, Selma obviamente tem um leque muito diverso de homens com quem ela casaria, e portanto de dinâmicas pras quais ela daria uma chance, antes de lutar fora e reforçar a lição de que antes só do que mal acompanhada. E de que tem muitas maneiras de estar má acompanhada.

E muitas maneiras de estar bem acompanhada.

Eles tentaram por um tempo transformar ela em uma mãe, mas depois que ela adota a bebê Ling eles nunca conseguem um episódio pra explorar a maternidade dela e terminam só nunca mais desenhando a Ling. Talvez maternidade de fato solucionasse a solidão dela e ela realmente precise falhar.

Eu simpatizo com ela, e por consequência ver seus romances fracassados, e como o coração partido destrói ela, e como Pati ser a única companhia dela reforça seu lado mais tóxico…. Eu acho bem-feito. Acho que é um dos pontos fortes de The Simpsons, explorar a infelicidade por trás dessa mulher ranzinza, e como ela traz essa infelicidade pra todo lugar. Como ela só quer uma companhia.

E por falar em infelicidade…

9º Lugar: Krusty o Palhaço.

Eu acho o Krusty um dos melhores takes que eu já vi no arquétipo do palhaço triste. Assim como Mel, Krusty está sempre com seu visual de performance, porém como vários episódios distintos já reforçaram, é porque esse é seu visual natural, ele não usa maquiagem, seus ataques cardíacos foderam a aparência dele. Mas diferente de Mel, é sempre óbvio quando ele entra e sai do seu personagem.

Krusty vive e respire do seu contraste, ele é um ícone infantil, e sua vida pessoal é um combo de tudo ao qual uma criança jamais deve ser exposta na vida. Ele tem problemas com álcool, drogas, sexo, violência, apostas, está envolvido com a mafia, e mesmo assim a imagem dele é o um sucesso de vendar pro público infantil com seu rosto ilustrando uma série de produtos que não são bem-feitos ou saudáveis o suficiente pra serem seguros ao alcance de crianças.

Esse contraste, de como a televisão diminui a distância entre as crianças e o absolutamente impróprio parece um contraste que The Simpsons adora mostrar. É a essência de Itchy and Scratcy, e também torna eles um dos poucos espaços gringos que eu vi satirizarem o fenômeno que foi a programação infantil da televisão aberta dos anos 1990 e 2000 serem compostos por gostosas em roupas reveladoras dançando antes de anunciar o próximo desenho.

Sei que ficamos na defensiva quando os gringos nos zoam, mas eu acho que a Xuxa tem que ser zoada mesmo. E os Simpsons zoaram.

Pois é. Mas o ponto da série é que o Krusty é genuinamente bom com criança, é a única coisa com a qual ele é bom, pois todo episódio do Krusty tentando outra área do entretenimento pra brilhar que não seja programação infantil é um fracasso de recepção. Mas com criança não, o Bart sempre ri.

Essa figura corrompida, gananciosa e infeliz, com problemas de identidade, problemas com a família, com a relação com a própria fé, com a vida amorosa, com a filha, que se odeia acima de tudo, e que não tem um único talento, tem na real um único talento. Ele consegue fazer as crianças rirem. E é só isso que ele consegue fazer, então ele faz isso.

Mas não deixa ele mais feliz. A câmera desliga ele imediatamente acende um cigarro e fala algo impróprio. No fundo eu sinto que toda viagem pra conhecer seus problemas pessoais de fé ou de associação criminosa, são maneiras de expandir essa grande piada. E essa grande ideia, o quanto as figuras por trás do entretenimento infantil, não são amigas das crianças.

8º Lugar: Lionel Hutz

Lionel Hutz talvez tenha sido o personagem mais engraçado de toda a série, e eu lamento que sua participação tenha se restringido somente nas primeiras temporadas, devido ao falecimento de seu dublador, Phil Hartman em 1998. Eu acho que a ausência de Hutz é um fator que ajuda o fã a achar que a série piorou depois de sua 9ª temporada, embora não seja o único fator. Pois ele de fato é hilário.

Advogados fictícios costumam ter dois tipos de piada. Ou eles são péssimos advogados, ou eles são extremamente desonestos. E Hutz é as duas piadas simultaneamente. Ele não tem o conhecimento necessário pra estar lá, e tentará compensar isso com ilegalidades.

Hutz representa o lado picareta e chave-de-cadeia dos advogados, que podem acabar sendo os únicos acessíveis para famílias da classe trabalhadora, como os Simpsons de pagar quando precisam de proteção legal, e faz contraste com o não-nomeado Advogado de Cabelo Azul que é um excelente advogado, mas frequentemente representa os ricos e os poderosos, pois são as pessoas que podem pagar por um bom serviço.

Eu gosto de todas as aparições dele, sem exceção. As piadas dele dobrando a lei são ouro, e eu acho que se ele tivesse mais episódios na era moderna, esses episódios seriam todos excelentes.

7º Lugar: Frank Grimes

Esse sim é o melhor personagem de um episódio só da série. Frank Grimes. Embora eu ache debatível o quanto ele pode ser considerado de um episódio só, quando a série, ciente de seu impacto e popularidade capitaliza tanto e tanto em cameos nos lembrando da existência desse homem.

Frank Grimes foi o primeiro sentimento de uma observação notável que fica a cada ano mais forte, de que, conforme a economia dos EUA mudam, uma família com os recursos financeiros dos Simpsons não deveria ser capaz de pagar pelo estilo de vida deles.

link da matéria aqui

Grimes é um sujeito inspirado no mundo real que no fim dos anos 1990 ficou inconformado com o tamanho da casa e do carro que Homer, um personagem criado nos anos 1980 possuía. Hoje vários estudos são feitos sobre a impossibilidade completa de uma família de classe média chegar perto do estilo de vida dos Simpsons.

E a contradição foi feita texto explícito no episódio final da 34ª temporada, em que esfregam na cara de Bart, que ele nunca vai conseguir ter a vida do pai dele, que esse bonde já passou e as novas gerações vão se foder.

Enfim. Eu acho que a tragédia de Grimes é a sua falta de ótica e consciência de classe. Ele achou que achou porque que achou que seu colega de trabalho, que trabalhava menos e ganhava mais e não era demitido quando errava era o problema. Pois esses privilégios eram um problema.

Mas Homer não deu os privilégios a si mesmo, só usou eles pra tentar fazer o melhor por sua família, na ignorância de quem nem entende como o mundo devia funcionar.

Quem deu esses privilégios era o Sr. Burns, mas Grimes jamais questionou a autoridade de Burns, jamais brigou com quem tava em cima, ele só brigou com o próprio nível. Ele não direcionou a raiva ao chefe.

E morreu por isso.

Homer’s Enemy é sem dúvida um dos melhores episódios da série, e Frank Grimes é um estouro em presença e poder. Ao chegar de fora, com uma perspectiva que não pertencia ao desenho animado ele fez tantas perguntas, mas tantas perguntas, que passaram 20 anos e o fandom ainda está pensando nas perguntas que ele fez. Pessoas como Homer são o problema da sociedade? Ou a sociedade é feita pra convencer os Grimes da vida a brigarem com as pessoas erradas?

6º Lugar: Abe “Vovô” Simpson

Se tem um tema que a série consistentemente abordou desde seus primeiros anos até os anos atuais é o ciclo do abuso, e a noção de que Homer é um pai ruim, pois ele teve um pai ruim. E a implicação de que Bart será um pai ruim por culpa de Homer e de que Abe é um pai ruim por culpa de seu pai, em uma longa corrente de pais merdas criando filhos ressentidos que vão descontar as coisas em seus filhos.

Como eu disse em meu texto mais recente sobre a série, 50% de Simpsons é só falar sobre pais e filhos.

Porém Abe é o fim da história. Quando a série começa Abe mora num asilo onde ele sempre morou e onde Homer deliberadamente abandona ele por sadismo. Se ele está confortável no asilo ou sendo torturado ali depende do episódio, mas o conceito de que Homer mantém ele lá esperando as piores das condições, por ódio ao pai é constante.

Abe e Homer ainda são pai e filho, eles farão as pazes um milhão de vezes, mas mesmo com isso, Homer odeia seu pai, e vemos com flashbacks com clareza de onde vem esse ódio. Abe não foi um bom pai, não por sadismo, mas não foi mesmo assim.

As temporadas recentes fazem um esforço bom em humanizar Abe. Não em dizer que ele foi um pai bom, mas ele foi abandonado pela esposa com a criança, e ele não aguentava a responsabilidade sozinho, ele saiu com uma mão ruim nesse jogo e jogou como pode, fez seus sacrifícios pelo moleque, mas a real de ser um pai, é que mesmo dando seu melhor, as vezes você traumatiza a criança e gera uma montanha de rancor.

Quando Homer começa a se obcecar com um reboot dos personagens de sua infância que J. J. Abrams iria fazer, e lutar conta Hollywood estragando sua infância, Abe aparece e grita que Hollywood não pode estragar a infância de Homer, quem estragou foi ele, que fez Homer precisar procurar afeto em personagens para lidar com a negligência de seu pai… acho que é um dos meus momentos favoritos dos dois.

Abe não merece ser torturado agora que é velho e vulnerável, nem mesmo quando ele de fato fez merda. Nenhum idoso merece. Acho que a vingança é um ato que fica mais cruel quando a pessoa espera o seu alvo estar vulnerável e fraco pra se vingar, se torna menos uma revolta e mais uma covardia sádica, pela satisfação. E o que Homer faz é isso. E o tema do personagem, mesmo quando ele não interage com Homer, sempre vai no caminho da maneira como a sociedade trata o idoso. Abe tem muito a dizer e a oferecer, mas é visto como um estorvo por muita gente.

5º Lugar: Homer Simpson

Ah, nada como um protagonista. Homer Simpson ursupou o posto de personagem central da série lá por volta da quarta ou quinta temporada, e depois disso vieram 30 temporadas. E quando você tem mais de 30 temporadas falando da sua vida, você se torna um dos personagens mais complexos da televisão.

Por mais que seja cheio de contradições, existem tantas e tantas facetas sobre Homer.

Eu acho fascinante o espelho que Homer trás pro público. Homer é um personagem que os fãs criticam muito quando está em seu pior, em seu mais burro, em seu mais mesquinho, em seu mais babaca. Sempre que os defeitos de Homer passam de um limite, a reação contrária é forte, e bem, eu acho que isso é inseparável do fato de que ele representa o estadunidense médio.

Pois sério, da minha perspectiva de quem vê a série do Brasil e entende o Homer como só um modelo do que é um gringo, eu acho que sua agressividade, sua preguiça, sua burrice, seu desinteresse completo no outro, e a maneira como ele é arrogante em sua ignorância, para mim tudo isso só torna o ponto da série mais válido. Ele é o estereótipo do estadunidense. Mas pro estadunidense vendo, eu entendo perfeitamente como eles podem ter entendido a mesma coisa, e não gostado do espelho, querer um Homer mais gentil.

E bem, ganharam, tem um tempo já que estamos vendo a versão mais gentil do Homer, até explodiu na internet ele comentando ter parado de estrangular o Bart.

Eu acho que ele funciona gentil, funciona bravo, funciona mesquinho, funciona inocente. Gosto que ele explore todas essas facetas. Mas no geral o que eu mais gosto de ver é como as circunstâncias de Homer moldam ele.

Homer fez Bart por acidente (e dependendo do episódio, fez Lisa e Maggie também), Homer trabalha na Usina a força, para um homem que estragou sua vida e a vida de seus pais. Homer foi abandonado pela mãe, e criado nas coxas pelo pai. Homer teve constantes sonhos em ser músico e não é.

Como muito pai de família no mundo Homer não quis ser um pai de família, mas ele é mesmo assim. E ele não abandonou sua responsabilidade, ele ama sua família e é leal a ela, mas pensar em como ele realmente desejou ter outro tipo de vida adulta tira o pior dele sim. Acho que os melhores episódios de Homer são os que lidam com isso.

Eu não tenho problema com a babaquice do Homer, desde que o episódio trabalhe bem de onde ela vem. Quando ele é babaca com Abe, eu sei de onde vem o ressentimento, o que deixa ele bravo e escroto. No ciclo do abuso, o Homer está bem no meio, ele não é quem vai quebrar o ciclo, ele é quem vai repetir pra vermos como o ciclo funciona.

Certamente um dos melhores personagens da televisão americana. Não teria como não ser. Não teria como ter 35 temporadas girando em torno de si e não ter uma grande mística em torno de como ele é.

4º Lugar: Edna Krabapell

Edna Krabapell é o personagem mais complexo dos Simpsons, e eu digo isso, pois embora eu defenda a flexibilidade da série e achar que as contradições dos personagens por durarem 30 anos não é um defeito da série, eu ainda aprecio o feijão com arroz. E a Edna oferece isso, um personagem que passa por um arco, a personagem teve continuidade conectando bem seus episódios mais importantes, seu arco teve começo, teve meio e tem final. Infelizmente o final se deve ao falecimento de sua dubladora, Marcia Wallace.

O arco de Edna foi no tema de metade dos personagens: família. Edna, assim como Selma é uma mulher amargurada com más relações amorosas que quer encontrar uma nova, e que projeta a infelicidade da sua vida pessoal na sua hostilidade na sua vida profissional.

Edna é uma das duas professoras da série e um dos personagens que representa a instituição da educação pública estadunidense. São vários desses, pois a escola é um cenário muito recorrente. Edna é uma professora que se importa de verdade com a educação e em dar um futuro pros alunos, mas ela foi quebrada por anos em uma situação profissional degradante até perder sua paixão e sua energia de fazer um bom trabalho.

Ela contraste a Srta Hoover que não consegue se importar menos com a situação de Lisa e Ralph. Edna é uma antagonista constante de Bart, uma personagem com quem ele passou poucas e boas em inimizades, mas que desde o começo da série e consistentemente reforçando isso ao longo de sua aparição, ela sempre desejou poder salvar Bart, e dar a ele um futuro.

O que é um tema recorrente de Bart, a maneira como as pessoas não acreditam que uma criança como ele tenha futuro.

Enfim, primeiro destaque dela na série foi em Bart the Lover, em que Bart se finge de admirador de Edna por correspondência, pra marcar um encontro com ela e deixá-la esperando, como parte de suas traquinagens, quando ele vê o quão humilhada e devastada Edna ficou de ter o coração quebrado, ele percebe que exagerou e que isso não teve graça. Ela desde então namorou o Diretor Skinner por um tempo, até terminar com ele, depois de crises por causa de Agness e da própria insegurança de Skinner. E aí ela namorou Ned Flanders com quem eventualmente casou.

Edna é uma mulher muito assertiva, e muito livre sexualmente, ela flertava com os demais personagens, fazia sexo casual com o ex, deu um show sensual pra levantar fundos pra escola. E a série nunca humilhou ela por isso, tratou como um defeito ou usou rótulos como “promíscua” com ela. Pelo contrário, de certa forma ela é a única mulher de Springfield que realmente representa a independência sexual em seus episódios.

Quando ela casou com Flanders, existiu um conflito, Ned estava desconfortável com o quão experiente sexualmente Edna era, e Eda se recusou a se desculpar por com quem ela já dormiu, ela não ia deixar Flanders usar os relacionamentos dela contra ela, e Flanders cede. O episódio termina em aberto se eles iam ou não manter o relacionamento deles, e deixaram pros fãs votarem pra decidir. No episódio seguinte ela estava na cama dele e estava claro o que foi decidido, os dois vieram pra ficar.

Até hoje acho que personagens como Edna são raridade na animação adulta, que gosta tanto de usar sexo como fator de choque e pra dar um sentimento adulto, e menos de explorar o assunto. Edna não era nem a puta nem a virginal, ela era uma mulher comum, procurando amor, procurando laços, e que pegou muita gente, fez muito sexo, cometeu muito erro, fez muito sexo que não foi erro, e enfim casou.

Aí ela teve um exato episódio explorando seu status como esposa de Flanders e faleceu. E sabe, eu lamento muito a morte de Marcia Wallace, um ícone, e lamento que a personagem tenha morrido junto. Mas é edificante que a última coisa que tenhamos visto Edna fazer, tenha sido ser feliz num relacionamento saudável e funcional.

Me alegra que a história dela tenha chegado em um lugar de felicidade e satisfação antes de acabar.

3º Lugar: Lisa Simpson

Se você acompanha esse blog tem um tempo, então deve saber ou imaginar que eu seja um palestrinha querendo falar sobre causas, e fazer perguntas e incentivar o pensamento crítico, e por isso muita coisa na Lisa que irrita os fãs, e fazem ela ser vista como chata e pedante, eu acho ótimo.

Eu aprovo que o show use ela pra representar posicionamentos políticos que precisam ser feitos da série.

Muitos fãs criticam que ela nem parece uma criança, e isso é uma meia-verdade. Lisa é o personagem mais jovem do desenho todo a ter agência o suficiente pra mover uma trama, e só existem dois únicos personagens da idade dela todos os outros são mais velhos, então sim, ela definitivamente precisa se nivelar com suas possíveis interações. Lisa precisa ser capaz de falar de igual pra igual com outros personagens.

Mas existe uma aura de infantilidade forte nela, uma ingenuidade, um fascínio pelo mundo da fantasia. Aproximadamente metade dos episódios sobre ela se conectar com o Homer, é porque a infantilidade do Homer desperta o lado infantil dela também. Ela gosta de pôneis, de desenhos e de bonecas mais que tudo, e o quanto ela apesar de não ser uma garota popular está muito envolvida nas coisas da moda é parte essencial dela.

Nas primeiras temporadas eles ainda faziam ela ser levemente cínica com o mundo da música, mas hoje não, ela é fã da paródia-da-Taylor-Swift, adora K-Pop, fez um episódio muito ruim com a Lady Gaga, e abraçou esse sinal de sua geração.

Inclusive dou destaque pro episódio do Homer entrando em crise quando a Lisa começou a trocar brincar de Lego por ler The Hunger Games, e ele sentiu a Lisa entrando em uma fase nova como um sinal que eles iam se distanciar conforme ela envelhecia. Excelente.

E é porque ela ama essas coisas que quando ela tem que se separar do que ela ama tem impacto. Quando ela briga com o sexismo que vinha embutido nas bonecas dela e exige bonecas melhores, ela vem de um lugar que se importa muito com aquelas bonecas. É parte da vida dela, e diferente do Smithers, ela é capaz de criticar algo que ela ama, por exigir que façam um trabalho melhor.

Lisa quer exigir o melhor do mundo, e as vezes é uma luta em vão. E os adultos já estão quebrados demais pra exigir, então eu gosto que seja a voz mais jovem do elenco que dá esses gritos, pois afinal, não devemos até hoje dar mais ouvido aos jovens em vez de só aceitar as coisas como elas são.

2º Lugar: Nelson Muntz

Esse é o rei! O maior de todos os bullys da animação. Eu sinto que quase todo clichê sobre bullying que eu conheço eu consigo conectar ao Nelson e falar “O Nelson fez melhor do que todo mundo”.

O bully ser na verdade o aluno mais pobre da escola e estar descontando isso nos demais alunos? O Nelson vive e respira esse tropo, seu status de aluno mais pobre da escola deixam muito implícito que ele não só põe raiva pra fora, mas também que ele estabelece a hierarquia antes de potencialmente ele ser o alvo da zoação.

O bully justiceiro? Algumas das melhores piadas do Nelson são sobre isso, sobre ele socando que faz a professora perder tempo ou esmurrando mentiroso.

O bully profissional? Eu amo ele casualmente trocando ideia com a Lisa enquanto rouba dinheiro do lanche.

O bully que esconde uma fachada sensível? Ah, é o Nelson também.

O bully que depois dá rolê com as vítimas como se nada tivesse acontecido, como se fosse o Mario chamando o Bowser pra andar e kart? O Nelson faz isso num extremo que é estranho pensar que ele é um dos melhores amigos do Bart e seu bully ao mesmo tempo.

E talvez você tenha lido meu post sobre Nagatoro e achado que eu odeio esses tropes, mas o Nelson executa todos eles com tanta maestria. Com tanta classe, todas essas piadas funcionam, e mais ainda. Temos a icônica risada dele, tirando sarro de tudo e de todos.

E o melhor é que tem o romance dele com a Lisa. Oh boy, como eu shippo esses dois, um desperdício eu não estar nos atuais de The Simpsons quando fiz minha lista de melhores shippings, pois esse estaria bem alto.

Eu gosto de como Lisa é ética e Nelson é anti-ético, então eles tem fortes atritos, mas os dois têm um desejo por trangressão e por desafiar a autoridade que conecta eles. Todo episódio que aproxima os dois é bom.

Enfim, Nelson é um garoto infeliz, e ele recebeu uma mão ruim da vida, e ele podia estar fazendo melhor? Claro, mas ele está dando duro, ele é duro com as crianças, e ele é violento, mas não importa se a série tá falando que temos que ver que ele é pobre, infeliz, sensível no fundo ou tem um senso de justiça, a série sempre sabe que ele não faz por maldade, ele está só lidando.

O que é louco pois isso contraste os outros três bullys, que meio que fazem na maldade. Tem 4 bullys em Spingfield, só pro Nelson ter comparação na hora de se estabelecer como o melhor deles.

1º Lugar: Maggie Simpson

E chegamos na maior de todas e ela é o…. bebê que quase nunca faz nada.

Maggie vive num limbo estranho entre ser parte do elenco principal e ser um pedaço de cenário.

Um objeto que eles inclusive precisaram repor quando a Maggie aparece crescida.

Temos cenas em que ela literalmente não é considerada um ser humano.

Quando Lisa tem que escolher somente um parente pra ir pra Marte com ela ela escolhe Marge, e Maggie vai junto pois ela é um objeto.

E na maioria dos episódios ela não faz absolutamente nada exceto uma ou no máximo duas piadas menores.

Mas quando ela faz… Meus amigos… é curioso como ela tem muito pouco pra fazer, pois é só um bebê mudo com pouca agência, e quando acham algo pra ela fazer, decidem que já que vão dar agência pro bebê, então ele que saia muito de sua caixinha e vá explorar limites. Eles vão e fazem ela atirar no Sr. Burns, ou atirar na máfia, ou esmagar o vilão com a pedra, ou salvar os animais, ou causar a revolução na creche.

Mas eu não gosto dela só porque ela é muito mais assertiva e radical que a Lisa em causar mudanças estruturais.

Pelo contrário gosto dela pelos episódios que se dispõe de fato a colocar foco no bebê. O Sr. Burns brigando com ela pelo ursinho. Ou o Moe se tornando a babá da Maggie, Bart e Lisa com medo de Maggie se afeiçoar demais ao Flanders. Ou o Fat Tony virando padrinho dela.

Ela é o Simpson mais caótico que tem, ganhando até do Homer, e eu rio a beça quando ela se prova muito mais forte, inteligente ou competente do que deveria.

Mas eu gosto mesmo é quando eles de fato conseguem pensar em uma história que inclua o bebê.

Por exemplo, nos episódios de halloween, eles adoram vir no choque e transformar ela num vilão, pois isso é o twist que o halloween permite. Mas pra mim o melhor episódio dela nos halloweens é quando parodiam Babadook, e ela tem que se proteger de uma Marge possuída.

Mas eu aprecio ela ser filha do alien mesmo assim.

Acho que eu gosto das duas Maggies o anjo do caos de imprevisibilidade e a que é de fato só um bebê.

E as duas culminam na minha cena favorita da Maggie que é o negociador não conseguindo fazer ela largar a chupeta.

Dito isso eu realmente gostaria que eles parassem com a piada de não deixar ela falar nos episódios futuros, passaram 30 anos, já tá na hora de dar uma voz de verdade pra ela, e como o bebê não vai aprender a falar, é hora de dar uns episódios futuros dando agência pra ela.

Sério, façam um episódio sobre a Maggie criança lidando com a adolescência de Bart e Lisa.

uma história mostrando essa fase da vida da Maggie, deve ser interessante.

Mas é isso, a maioria dos meus textos são também oportunidades de auto-conhecimento, e aqui eu descobri que na maioria dos personagens de The Simpsons, existe muito o fantasma de em que direção eu queria que o personagem fosse. E o que eu queria que os personagens fossem. O que é algo que eu tendo a criticar, mas acho que é inevitável projetarmos o potencial de um personagem em seu carisma. E pensar em que tipo de episódio ainda não foi feito, mas poderia.

Mas o importante pra mim é o quão versáteis esses personagens são devido a sua falta de lore consistente. Eu não ligo se tem episódios que o Lionel Hutz entende mais de lei do que em outros, em ambos ele é hilário, e de maneira distinta. E eu não ligo se o Sideshow Bob devia se redimir logo pra ser consistente com o episódio bom do irmão dele. Na repetição de alguns personagens existe uma variedade intrigante.

E mesmo que eles sejam uma bagunça de contradições, sempre dá pra olhar o conjunto da obra e ver do que eles realmente são feitos, e eu acho isso boa construção de personagem. O lore deles é confuso, mas existe um prazer em só ver eles serem quem eles são. Quem eles são as vezes mata o Sr. Burns, e as vezes é o filho de um alien, e as vezes é um bebê bobo, tá tudo bem, existem elementos conectando esses três.

Simpsons tem personagens na casa das centenas, então obviamente reunindo 20 dos quais eu queria falar deixei muita gente de fora, não me arrependo de nenhuma exclusão…. Exceto o Sr. Burns, mas eu quero falar dele em um texto futuro, e não vou queimar cartucho aqui.

Nos comentários quero saber quais os seus personagens de Simpsons, e no que vocês se baseiam pra decidir quais seus personagens favoritos? São os que tem mais destauqe nos episódios que te marcaram? Os com mais camadas e complexidade? Os mais divertidos? Ou é arbitrário? Conversemos sobre isso.

Eu acho que consigo escrever mais um texto antes do ano acabar, então não vou desejar feliz natal e ano novo ainda, é meu jeito de garantir que eu escrevo mais um a tempo.

E nos vemos no próximo texto.

Sobre o autor

Izzombie

Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

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Sou um cara chato que não consegue ver um filme sossegado sem querer interpretar tudo e ficar encontrando simbolismos e mensagens. Gosto de questionar a suposta linha que separa arte de filmes comerciais, e no meu tempo livre pesquiso sobre a história da animação.

Alertas

  • – Todos os posts desse blog contém SPOILERS de seus respectivos assuntos, sem exceção. Leia com medo de perder toda a experiência.
  • – Todos os textos desse blog contém palavras de baixo calão, independente da obra analisada ser ou não ao público infantil. Mesmo ao analisar uma obra pra crianças a analise ainda é destinada para adultos e pode tocar e temas como sexo e violência.

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