O mais curioso sobre a Segunda Trilogia de Star Wars, é que não importa o quanto um fã possa odiá-la, se sentir traído por George Lucas e achar ela a antítese de tudo que Star Wars significa. Quem for maratonar os filmes para ver antes do Episódio VII, vai maratonar as prequelas junto.
E é essa a grande magia que os Episódios I, II e III possuem. Podemos odiá-los, podemos cuspir neles, mas nós não podemos negá-los. O que é bem diferente de outras sequências criticadas. Hey, lembram quando existia uma alta expectativa para The Dark Knight Rises, e achávamos que o Riddler seria um futuro vilão? Até o Nolan nos falar que o vilão seria um vilão inédito e não esses que já ganharam filme. Ai ele foi e fez um filme com o Bane. O que é coerente pois desmentir Batman e Robin e negar sua existência é um prazer imenso.
O ponto é que não podemos falar que a Segunda Trilogia não existiu da mesma maneira que eu posso falar que The Ring II não existiu. Ela se impregnou na história de toda a saga. O fã mais xiita de Star Wars usará os termos Sith e Padawan em suas conversas mesmo sendo palavras nunca ditas na Trilogia Original. Afinal, elas são parte de Star Wars. E isso significa que, os Episódios VII, VIII e IX não podem simplesmente ignorar essa trilogia, eles vão ter que levá-la em consideração na hora de bolar a história dos futuros filmes.
E é nesse momento que paramos para pensar. O que é, não somente redimível na Segunda Trilogia, como também, o que é que agrega real valor para a franquia, o que contribue para todo o cenário e que seria muito bem-vindos se a Terceira Trilogia quiser fazer uma ponte com esses filmes.
Novamente, começando do menos pro mais significante…
Sabres de luz alternativos:
Ok, esse é meio que uma trapaça, pois nós sabemos, pelos trailers, que, com certeza, teremos novos designs de sabres de luz, com o Sabre-Espada-Medieval que Kylo Ren, aparentemente o vilão do filme, usa.
Mas ainda sim quero ressaltar esse ponto. Na Trilogia Original, tínhamos somente três personagens que usavam sabres de luz. Então tínhamos um número limitado de sabres de luz, que eram 4. O do Obi-Wan, o do Darth Vader, o que era do Anakin e foi herdado por Luke, e o que Luke construiu. E dentre eles a única variação eram as cores. O de Vader era vermelho, e os de Obi-Wan e Anakin eram azul. Já o de Luke era verde. E acabava aí.
Aí veio a Segunda Trilogia, que nos mostrou um auge em que existia um número maior de usuários de Sabres de Luz na galáxia, tanto entre jedi e sith como até em meros ladrões de sabres de luz (Qui-Gon Jinn fala para Anakin que ele podia ser um desses, e depois General Grievous é confirmado como sendo um desses). E com isso somos apresentados a Sabres duplos. Sabres roxos. O que é sempre legal e empolgante de se ver.
Além de que agora os cabos são bem únicos, cada sabre tem um formato específico, o do Conde Dooku chamava a atenção por ser todo curvado. Isso tudo dá identidade e individualidade para os personagens. Afinal se são muitos os que dominam essa arte, então é de se esperar que alguns dominem de maneira diferente dos outros.
The Return of the Jedi deixa implícito, principalmente pelo seu título que os jedi haviam se salvado da extinção através do Luke, e portanto agora viria uma nova geração de jedi no mundo. O que significa que essa arte vai voltar com tudo, e minha expectativa para ver mais variedade no que diz respeito aos saber de luz é alta.
Que Kylo Ren não me decepcione. Assim como Darth Maul não me decepcionou.
A teoria do Jar Jar Binks sendo um Sith:
Então… de umas semanas pra cá tem surgido na internet uma teoria que começou no Reddit, sobre o infame Jar Jar Binks, na verdade ser desde o começo planejado como o grande vilão das prequelas. Ele se faria de idiota para iludir os jedi e usaria sua posição para ter acesso à informação e manipular os heróis, sendo ele a Ameaça Fantasma que o título do Episódio I nos alerta.
Essa teoria se baseia em muitos fatos, dos quais os mais notáveis na minha opinião, são: o fato de Jar Jar em todo momento em que uma figura de autoridade resolve fazer algo que o beneficie (poupá-lo de um julgamento, formar um exercito de Gungans, torná-lo general, torná-lo senador), ele está lá fazendo um movimento de mão muito semelhante ao dos jedi para manipular as mentes. Além disso ele foi diretamente quem deu poder ao Palpatine, além de se fazendo de bobo ter demonstrado muita perícia em destruir inimigos, em um universo onde Obi-Wan afirmou que a sorte não existe.
Outro ponto que chamou a minha atenção é o fato de que Binks era odiado em sua terra natal. Supostamente por ser um idiota, mas quem disse que ele era odiado por ser idiota foi ele, os outros Gungans nunca disseram isso. Ele estava para ser executado a morte, os demais tinham receio quanto a ele, mas, mesmo assim, todos acharam muito natural após ele mediar uma aliança entre os Gungans e os outros habitantes de Naboo, ele virar um general na guerra. Existem outros detalhes, para ver a teoria completa, eis um bom vídeo (em inglês). Não quero ocupar muito do texto só explicando a teoria, o importante são as consequências dela.
Mas é importante notar que a conclusão da teoria é a de que essa era a intenção original do George Lucas, mas que ele não quis dar continuidade ao plot-twist, depois de ver a má aceitação que o personagem teve com o público, e desistiu de fazer a revelação, substituindo-o com o vilão aleatório Conde Dooku.
O ponto é. Essa teoria se tornou muito popular por um motivo muito simples, ninguém gosta do Jar Jar Binks, é o personagem mais odiado de toda a série e um dos mais odiados da cultura pop em geral. Por isso a evolução de fazer todas as cenas dele deixarem de ser um alívio cômico descartável que nada acrescentam ao filme para virarem foreshadowing de um vilão orquestrando o maior golpe político da galáxia, agregaria um valor narrativo muito grande a muitas cenas que sem essa teoria estão entre o que a Segunda Trilogia tem de pior. Esse texto de Jacob Brogan mostra bem como a grande aceitação da teoria tem a ver com o fato de que os fãs que odeiam a Segunda Trilogia ainda são fãs, e eles querem gostar dos filmes, e estão dispostos a reinterpretar os fatos para achar algo redimível nos filmes.
Não corrigiria todo o ódio pelo Binks, mas certamente redimiria ele aos olhos de alguns, aos meus com certeza.
Eu genuinamente acho que existem chances concretas da teoria ser verdade e do plano original de Lucas ter sido esse. E também tem chances concretas de ser pura viagem, provavelmente é. Mas apesar disso tem muita gente achando que existem chances do Jar Jar ser o vilão do episódio VII (tanto o Snoke que não foi revelado nada a respeito, como o Kylo Ren que é um mascarado), revivendo a teoria e colocando o personagem aonde ele foi planejado desde o inicio. Eu acho que isso é improvável, e que certamente não vai acontecer.
Mas apesar disso seria interessante se algum elemento na Terceira Trilogia alimentasse esse conceito de que talvez esse personagem não seja o lixo irritante que nós odiamos. Quando um personagem é muito ruim e mal aceito, tirar esse personagem de cena, tirando a importância dele na história, é uma saída muito fácil. Os bons autores transformam o personagem em um bom personagem, entendendo o que causou a má aceitação. E mesmo se a teoria estiver errada, e não fosse esse o plano do George Lucas, o J. J. Abrams ou seja lá quem for dirigir os episódios VIII e IX tem poder de canonizar esse fato pois os foreshadowings estão todos aí.
Não precisa por ele em relevância no filme, mas se mencionassem algo seria interessante. Também não precisa ser a teoria dos Sith, pode ser outra relevação igualmente surpreendente e elaborada. Alias não precisa ser nem uma revelação do Jar Jar Binks, ele não é nem de longe a única coisa odiada na nova trilogia, podem tentar salvar retroativamente as midichlorians que seria tão válido quanto. O ponto é: se é possível melhorar o personagem, isso é muito mais foda do que sumir com o personagem ruim. Melhoraria muitos defeitos da Segunda Trilogia, e dominar essa técnica é o que separa artistas de amadores.
Mais escalas de cinza na moralidade dos personagens:
Vamos lá, Star Wars é maniqueísta. É maniqueísta pra cacete. As duas trilogias deixaram bem claro que é sobre essa linha muito clara e sem meio-termos que divide o bem do mal, e da tentação entre os que fazem parte do bem, e cruzar para o lado do mal.
Porém, mesmo com todo esse maniqueísmo enorme, a Segunda Trilogia ainda pende bem menos para o preto-no-branco que a Trilogia Original. Claro, os primeiros filmes tinham Han Solo como o anti-herói cowboy que todos amamos, mas ainda havia pouco um espaço muito pequenos para conflitos baseados no fato de que a coisa certa a fazer não estava claro.
No final de Return of the Jedi, fica estabelecido que na morte, Anakin Skywalker se redimiu por tudo o que fez, aparecendo em união com a força para Luke. Como se ao matar o imperador, ele compensasse o assassinato de crianças, de Mace Windu, sua tirania em toda a galáxia por pelo menos 30 anos, e a destruição do planeta Alderaan. Eu sinto que não devia ter sido fácil assim, e que no funeral feito em Endor, de fato faltou uma cena da Leia cuspindo no corpo pelo genocídio de seu planeta, incluindo seus pais adotivos.
Na Segunda Trilogia isso é diminuído. Temos um espectro de como os jedi podiam ter opiniões distintas e seguirem sendo os bons. Qui-Gon Jinn era o jedi rebelde que não seguia nenhuma regra. Mace Windu era o jedi extremamente estrito com pouca tolerância para o que ia fora das regras. E os dois são os jedi criados só para trilogia mais legais na minha opinião (já que Yoda, Obi-Wan e Anakin estavam na Original). A moralidade dos jedi é constantemente questionada pelos próprios jedi, e não havia um consenso sobre o que era certo em cada situação.
Vendo os filmes é claro que a queda da república e surgimento do império foi em parte, culpa de diversas negligências que os jedi cometeram. Isso significa que eles eram do mal? Não, só que eles eram um bando de escroto, e você pode ser um cara escroto e uma força do bem ao mesmo tempo. Mas talvez isso se volte contra você.
Grande parte de como Palpatine seduziu Anakin pro lado negro da força foi mostrando pro Anakin como a divisão entre o código jedi e o lado negro era bem menos preto no branco do que os nomes sugeririam. E embora eu, pessoalmente, não ache que Palpatine visse dessa maneira (ele parecia sempre ver bem claramente quando um jedi corrompido cruzava a linha), ele certamente apresentou dessa maneira pro Anakin.
O dialogo “Anakin, o imperador é maligno.” “No meu ponto de vista, os jedi são malignos.” é um dialogo horrível, infame, e particularmente mal atuado, mas mostra uma tentativa de diminuir o maniqueísmo por trás do código jedi e o lado negro, e eu espero que os futuros filmes sigam a tendência e permitam mais tons de cinza nessa moralidade preto no branco do que a maneira como a Trilogia Clássica dividia o bem e o mal.
Simbolismos religiosos:
Lembram que no post passado eu falei que a Segunda Trilogia não fazia dialogo com nada que não fosse a Trilogia Original? Bem, isso foi uma meia verdade, tem uma referência que eu omiti para poder abordar melhor nesse post. De fato a Trilogia Original tinha homenagens a várias outras obras que George Lucas gostava e que a Segunda Trilogia não faz isso, mas a Segunda Trilogia usa do simbolismo, e não da homenagem para fazer uma ponte com vários temas de cristianismo.
Muitos já compararam como a jornada de Luke tem muito em comum com a jornada de Jesus Cristo, e isso se deve ao fato de que a Jornada do Herói, proposta por Joseph Campbell que foi uma forte inspiração para Star Wars é uma jornada que se aplica a Jesus.
Mas quando pensamos em Anakin, os paralelos não param. Cresceu no deserto, cresceu na pobreza, é bom em construções, e a principal semelhança, a mãe de Anakin, Schmi Skywalker, engravidou sozinha, sem um pai. Tornando Anakin meio que um filho da Força.
Por conta de ter uma conexão mais forte com a força do que qualquer outro Jedi, certamente por conta de ser um filho da Força, Anakin foi considerado como sendo o rapaz descrito em uma profecia como “O Escolhido” que traria equilíbrio para a força, salvando todos do mal. Também não diferente de um messias.
Todo esse contexto messiânico adquire um twist macabro quando Palpatine revela para Anakin a história de um Sith chamado Darth Plagueis, que tinha medo da morte, assim como Anakin tinha, e ele adquiriu uma maneira de controlar a força ao ponto em que poderia criar vida do nada. Esse dialogo pode meio que passar batido, pois sabemos que seu propósito no filme é usar o medo de Anakin da morte para seduzí-lo ao lado negro. Mas quando paramos pra pensar… gerar vida do nada? Usando a força? Mas o Anakin foi gerado do nada. Será que em invés de ser um messias ele na verdade era o anti-cristo? Gerado por “magia-negra” por um lorde maligno? E portanto colocaram a fé em um messias, que na verdade foi criado para o mal? Claro que isso é só uma teoria. Mas ainda sim, Palpatine termina sua aula, falando algo sobre Darth Plagueis: “Ao final ele lutou para salvar a todos, mas não conseguiu salvar a si mesmo.” o que é uma frase que dá para se dizer sobre o próprio Cristo. Se os jedi tentavam ver um messias entre os seus, os Sith também o faziam, os dois lados se apoiavam em uma mentalidade que nos remete muito ao cristianismo.
E considerando que a Força é antes de mais nada, uma religião, isso faz muito sentido, e essa perspectiva é muito bem-vinda.
Quanto aos filmes futuros, isso também é uma trapaça, pois dá para notar parte disso nos trailers. O fato de Kylo Ren não só usar um sabre de luz que mais parece uma espada medieval, como também ser um vilão encapuzado, já permitiu que diversos paralelos tenham sido feitos comparando-o aos soldados das cruzadas.
O livro mais vendido do ocidente sempre foi uma base simbólica forte para diversos temas e visuais em histórias de sucesso, e no caso da Segunda Trilogia acho que casou bem com o que o filme tinha a oferecer. Foi muito bem-vindo, e espero que não pare agora.
O lado negro.
Ok, agora eu talvez pise no calo de alguns fãs xiitas, mas eu acho que o grande mérito da Segunda Trilogia, e sua grande contribuição para a franquia é a maneira como ele abordou o lado negro da força.
Isso se deve em partes ao fato de que o personagem onde mais acertaram na Segunda Trilogia foi o Palpatine. Disparado. O Hayden Christensen é um ator de bosta e por conta disso, muita das cenas em que Anakin e Palpatine interagem, se tornam uma bosta por conta da má atuação. Mas o Ian McDiarmid fez o próprio trabalho melhor que a maior parte do elenco, e não só isso, a trama dele é uma das poucas tramas bem conduzidas nos filmes.
Na Trilogia Original, o Palpatine aparece no Episódio VI, onde ele tenta corromper o Luke Skywalker a tomar o lado negro. E honestamente, sempre achei o método de corrupção dele meio idiota. Ele falava como se caso ele e o Luke se encarassem por tempo o suficiente, Luke fosse aceitar ser aprendiz dele, e para mim soa muito irracional achar que Luke ia eventualmente ceder sem ser tentado, literalmente, ele não tinha nada a ganhar indo para o lado negro, e motivos muito pessoais para odiar o Império.
Na Segunda Trilogia, os métodos de corrupção dele são sutis, ele plantava a semente da corrupção do Anakin desde o princípio, mas de maneira sutil, sem chegar e falar que está lá para transformar Anakin em um Sith. Ele tenta Anakin por vários métodos indiretos.
Primeiro, ele alimenta o ego de Anakin desde a infância, mimando ele e incentivando ele a guardar ressentimento dos jedi sempre que ele tem uma birra natural de adolescente que vai contra a sabedoria dos adultos do conselho. Ele não fez isso uma ou outra vez, ele fez isso por anos durante toda a infância e adolescência de Anakin.
Na fase adulta, ele era um velho amigo de Anakin, e este conhecia e confiava ele. Ele notou que Anakin tinha um medo, o medo da morte de seus entes queridos. E ele solta casualmente que os jedi são contra o estudo desses métodos, que existe, caso alguém estude a força em uma ótica que não a dos jedi.
Quando ele enfim se revela pro Anakin, a perspectiva do garoto não é mais uma mera questão de virar mal. Palpatine moldou a percepção do rapaz de uma maneira que ir para o lado negro pareceu ter uma relação diferente com a força, de discordar com os dogmas dos jedi, que podiam ser bem discordáveis. Claro que na hora não soou natural. A cena da corrupção de Anakin foi bem over-the-top por parte de todos os atores em cena, e novamente, bem maniqueísta.
Notem, o Anakin tinha acabado de ajudar Palpatine a matar Mace Windu, um jedi que ele nunca mataria em outro contexto. Ele sentiu que tinha que ajudar Palpatine e o viu prestes a ser assassinado. Mas ao cruzar a linha inexplicavelmente ele já achou de boa matar crianças. A cena da transição foi mal feita. Porém todo o preparo para a transição ao lado negro, permitiu que o lado negro da força soasse como algo que realmente pode tentar um jedi. E sendo o lado negro da força um dos pilares de todo o conflito da série, ele tem que soar algo verossímil. O medo e a raiva são os sentimentos que te levam ao lado negro da força, mas essa corrupção deve levar anos, e não horas como The Return of the Jedi tentou nos fazer acreditar.
Expansão na história da Galáxia:
Muito pouco é dito na Trilogia Original sobre o que aconteceu no passado. Os únicos detalhes mencionados é que Anakin e Obi-Wan lutaram nas chamadas Guerras Clônicas na época da República, e essa era toda a base que a Segunda Trilogia tinha para se expandir. O que não é ruim, era uma história sobre o Luke não precisa de muito mais que o presente. Mas quando veio a Segunda Trilogia, aí um espectro maior de história surgiu.
Palpatine mencionando a história de Darth Plagueis, o Sábio para Anakin revelando a história de Siths que vieram de antes dele, passam um ar de que aquele universo tem uma grande história para contar. Personagens póstumos citados mesmo já tendo morrido são muito positivos em uma obra, pois nos mostram que tinham personagens vivos e sendo ativos e relevantes antes da história começar, e que ao morrerem por suas ações eles viraram personagens de mitos a serem contados para as gerações futuras. Nos mostra não só que nossos personagens podem ter o mesmo status após morrerem, como também mostra que a história não começou quando nossos protagonistas entraram nela.
E esse sentimento de que sempre tem uma história rolando antes da primeira cena nos apresentar a parte que vamos ver e que sempre terá algo rolando depois, é meio que algo legal, que Star Wars inclusive reforça nos contextualizando da situação no começo de cada filme.
Além de Darth Plagueis, outro personagem póstumo da Segunda Trilogia é Syfo Dias, o jedi cujo medo e desconfiança dos rumos que a Federação do Comércio estava seguindo, fez com que ele fosse expulso do conselho e criasse um exército de clones, que Obi-Wan só descobriria dez anos depois.
Além de personagens póstumos, a Segunda Trilogia nos introduz uma profecia nos mostrando como os jedi estavam esperando por um salvador para surgir e destruir todo o mal.
A nova trilogia se passando durante uma guerra, que a gente acompanha do ponto de vista daqueles que organizam a guerra mais do que de seus guerreiros, nos permite também ter uma noção maior do espectro que englobam os acontecimentos do filme. Personagens com ação na guerra, mas que não realmente aparecem podem ser citados o tempo todo.
Não só isso, o número de membros do Conselho que nunca tem o nome revelado nos filmes, mas que sempre aparecem lá e sempre são os mesmos, nos ajudam a pensar em “quem são esses personagens, qual a história deles?”. Bem diferente de uma Trilogia onde tem um monte de rebeldes indistinguíveis entre si, mas na hora do pau é só o Han Solo, Luke e Leia em cena.
Esse tipo de expansão não era forte na Trilogia Original, mas acho que é extremamente positivo, principalmente conforme uma franquia vai tomando as proporções que Star Wars tomou.
Mais do que nos mostrar um monte de novos planetas e novos personagens, eu acharia muito bom se a Terceira Trilogia nos falasse sobre os planetas e personagens que nós não vamos ver, mas que existiram mesmo assim, pois nunca dá para mostrar todo um universo em um filme (mesmo em nove não daria), nós percebemos o universo pelo que vemos e pelo que não vemos, mas é mencionado mesmo assim.
No geral o que eu posso atribuir para a Segunda Trilogia, é que ela é notável por ser mal escrita, ter diálogos ruins e escolhas de direção que eu genuinamente reprovo. Mas embora eu não pense duas vezes antes de condená-los como filmes ruins, muito pode ser discutido quanto ao que eles estão agregando à Grande História de Star Wars. Quais temas eles ajudam a trabalhar e se embora sejam ruins, não possamos tirar o melhor deles para melhorar o legado da franquia.
Que venha Star Wars, Episode VII – The Force Awakens. Estou ansioso pelo que esse filme tem a nos oferecer, revivendo a franquia.